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Autor: Helena Truksa

homer whippet

Homer: um whippet com ansiedade de separação

homer whippet

Espécie: cão (Canis familiaris)

Raça: Whippet

Nome: Homer

Tipo de Serviço: Terapia Comportamental

 Resumo: Homer é um whippet de 2 anos de idade, que vive em um apartamento na zona sul de São Paulo com um casal jovem que está à espera do primeiro filho. O nascimento do bebê está previsto para Julho/2013. O cão é dotado de grande inteligência, sub utilizada pela falta de atividades adequadas diárias, e tem excesso de atenção e afeto durante o período em que os donos estão em casa. Nestes dois anos de convívio, Homer desenvolveu Ansiedade de Separação, quadro de desequilíbrio emocional que está sendo tratado através das sessões de Terapia Comportamental da Ethos Psicologia Animal.

Revista In – Vida de Pet

Matéria publicada na Revista In, edição de Março 2013 – contém partes da entrevista concedida por Helena Truksa sobre Comportamento Animal. Para ler outras matérias, clique em Imprensa

Conheça a linha do tempo dos bichinhos e saiba quais as necessidades para cada fase

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O período em que os animais são filhotes é sempre lembrado com muito carinho pelos donos, que consideram uma das etapas mais ‘fofas’, cheia de novas experiências, além de muitas descobertas em relação ao novo morador da casa.

O veterinário e proprietário da Clínica Veterinária Tatuapé, Rodrigo Lamas Lopes, explica que o ideal é o animal deixar a mãe a partir dos 45 dias de vida, pois nesta fase ele pode receber uma dose de vacina múltipla e já passou pelo período de socialização, mostrando um pouco de seu comportamento e personalidade. “Neste período também já está se alimentando com ração sólida, facilitando para o futuro dono”, diz.

Se o animal for separado da mãe antes do período indicado, ele pode apresentar problemas de socialização, dificuldades para relacionar-se com outros cães ou mesmo seres humanos ou quando precisar se reproduzir e pode se tornar mais medroso, fator causado também por uma separação precoce ou com muitos estímulos negativos.

Pequenos peraltas

Após a chegada ao novo lar, é comum nos deparamos com a fase em que o bicho quer morder tudo que vê pela frente. Lopes atribui o problema a erupção dos dentes. “Alguns casos podem estar relacionados com o estresse ou a falta de atividade física, por isso acabam descarregando sua energia nos objetos da casa. Os cães não distinguem seus brinquedos dos nossos utensílios, por isso é necessário diminuir o acesso deles aos locais onde estão os móveis e deixar claro quais são os seus itens. Estes devem ser bem diferentes dos nossos e é importante que eles tenham poucas opções para diminuir a confusão”, ensina.

Bronca resolve?

Engana-se quem acha que punição é sempre a melhor solução, pois eles não entendem porque estão sendo castigados. “Por isso a melhor técnica é desviar a sua atenção para algo aceitável, isolando-os em um ambiente apenas com seus brinquedos. Pode-se utilizar também produtos que deixam os objetos com gosto ruim, para inibir as mordidas. O importante é descobrir o fator desencadeante do problema e minimizá-lo, por exemplo, dando mais atenção, brincando ou fazendo exercícios”, indica o especialista.Quanto ao período de castração, Lopes orienta fazer antes do primeiro ‘cio’ (período fértil) da cadela. Para os machos, a principal indicação é a de inibir comportamentos indesejáveis como urinar pela casa, comportamento sexual com objetos ou as pernas das pessoas e diminuir a agressividade.

Como cuidar do seu cãozinho

Filhote – de 0 a 1 ano

Nesta etapa, dê muito carinho e atenção ao animal, aliados a uma dieta de qualidade e balanceada.

Fase Adulto – De 1 a 9 anos
Para conseguir bons resultados com o seu amigão, é preciso primeiramente paciência e nunca utilizar métodos agressivos.

Para conseguir bons resultados com o seu amigão, é preciso primeiramente paciência e nunca utilizar métodos agressivos.

Fase Sênior – Acima de 9 anos
O idoso necessita de cuidados especiais, como uma alimentação adequada e atividade física, além de visitas periódicas ao veterinário, que pode solicitar exames como hemograma, funções renais, hepáticas, mensuração da glicose, colesterol, triglicérides e lactato, que podem revelar as condições de saúde do paciente.

Confira o Calendário de Vacinação do seu pet

Eles cresceram

Cães adultos precisam de uma ração específica para o seu desenvolvimento

A pós toda a turbulência à adaptação com os novos donos e o ambiente, eis que chega uma fase mais serena e madura: a adulta. De acordo com o veterinário da Clínica Valdemar Pereira do Nascimento, Ricardo I. F. Schimidt, um cão adulto necessita de uma ração de qualidade, que supra suas necessidades.

O especialista destaca que já existem rações específicas para diversas raças, o que facilita na hora do proprietário escolher produtos de qualidade. “Outra questão importante são as vacinas anuais. Algumas delas são obrigatórias, como a V10+raiva, pois previnem doenças fatais. Além disso, eles devem visitar o veterinário pelo menos uma vez ao ano”, orienta.

Após os nove anos, os cuidados devem ser redobrados, bem como a visita ao veterinário para realizar exames. “A melhor escolha é a medicina preventiva, que pode evitar o aparecimento de doenças”.

Qualidade de vida

O especialista ressalta que é preciso evitar a ‘humanização’. “Por mais que a gente ame os cães, o ideal é que o animal não perca seus instintos e entre em contato com outros animais, assim que possível, após a vacinação”.Outra necessidade são os passeios diários, que farão o cão se exercitar e sentir ‘cheiros diferentes’ do que está acostumado, estimulando-o a ter novas experiências, “além do principal, que é dar muito amor e carinho em qualquer fase da vida”, completa.

A queridinha do lar

A enfermeira e moradora do bairro do Tatuapé, Eneida Sanchez Nonato, conta que Duda, 6, da raça Pastor de Shetland, chegou ainda filhote ao convívio do lar. “Acompanhamos a gravidez da mãe e queríamos muito um animal de estimação. Fizemos uma pesquisa para conseguir uma raça tranquila, que se desse bem com crianças, idosos e até mesmo com outros cães”, diz.

Eneida e a cachorrinha Duda posam para a fotógrafa
Richele Santino Barbosa com trajes engraçados

Os filhotes nasceram um pouco depois do Carnaval e o filho de Eneida escolheu de presente a cadela que tinha uma pintinha no dorso. “Meu filho pegava ela no colo, enencostava no ombro, e até hoje ela é apaixonada por ele”, relata a mãe. No início, na fase de filhote, a família ficou preocupada se ela não iria destruir os móveis, chinelos… como é típico da maioria dos cães, porém a cachorrinha se comportou muito bem e apenas com um ‘não’ bastante enfático, entendia o comando e deixava a bagunça de lado. “Duda adora brincar, só nos trouxe alegria. Ela é um doce. A única coisa que dá mais trabalho são seus pelos, que caem com frequência, ou seja, tem que escovar todos os dias ou um dia sim e outro não”, pontua.

A charmosa Poodle Micro Toy Shakira, 3, também é a queridinha da casa de Débora Pozeli, que mora no Tatuapé. “Eles são muito companheiros, é um amor incondicional. O Poodle é muito inteligente e adora crianças. Quando você tem o bichinho, é preciso cuidar com vacinas, vermífugo, castração, limpeza dos dentes e banho toda a semana”, diz.

Personalidade forte

Débora conta que Shakira não gosta de ficar sozinha, por isso os passeios são importantes. “Eles se adaptam a qualquer lugar, basta estarem com os donos. Eles amam e cuidam da gente, e é uma grande alegria quando alguém da família chega em casa, ela já fica perto da porta assim que o elevador abre, sabendo que a pessoa chegará. O Poodle tem uma personalidade forte, se você sair e dizer que ele não pode ir, quando voltar vai encontrar um xixi no lugar errado”, diverte-se.

Segundo a bióloga e terapeuta comportamental Helena Truksa, os períodos extremos do ciclo de vida dos animais costumam ser os mais difíceis. “Tanto quando é filhote quanto na fase senil, o animal tem suas limitações, seja por estar aprendendo a lidar com o mundo ou por consequências da idade avançada. De qualquer modo, cabe ao humano responsável zelar por sua qualidade de vida, não importando o momento de vida em que ele estiver e independente de quão trabalhoso isso possa ser”.

Skakira não perdeu a pose na sessão de fotos contratada
pela sua dona Débora, que optou pelo serviço de Richele,
fotógrafa especializada em pets

 

O melhor amigo

Para os interessados em adquirir um animal de estimação, Schimidt elaborou dois grupos, um que pode viver em locais pequenos, como apartamentos, e aqueles que necessitam de lugares maiores, como casas, sítios e chácaras. Confira:Apartamentos: Lhasa Apso, Buldogue Francês, Buldogue Inglês, Boston Terrier, Pug, Poodle Toy, Shih Tzu, Yorkshire Terrier, Maltês, Pinscher, Pastor de Shetland e Spitz Alemão.Lugares maiores: Labrador, Golden, Border Collie, Pastor Alemão, Dogue Alemão, Collie, Mastim Napolitano, Fila Brasileiro, Mastiff Inglês, São Bernardo e Dálmata.

O veterinário Schimidt cuidando de um de seus pacientes

Boa educação

Segundo Helena Truksa, quem busca um equilíbrio no relacionamento com os cães deve aprender a se comunicar de modo simples e objetivo, respeitando suas necessidades enquanto espécie. “Isto significa tratar o cachorro como cão e não vê-lo como um ser humano, um bebê ou um bicho de pelúcia. Os animais têm necessidades de exercício físico regular, assim como precisam saber quais são os limites e regras a serem seguidos em casa. A sequência ‘Exercícios, Disciplina, Limites e Regras’ deve ser criteriosamente respeitada no dia-a-dia, para somente então dar carinho e afeto. Quando as pessoas invertem esta ordem e dão prioridade ao carinho e amor e os aplicam em doses maciças aos animais, e se esquecem ou não dão o devido valor aos exercícios e à disciplina, estão  construindo problemas comportamentais futuros”, relata.Helena comenta que é mais fácil quando são filhotes, pois os comportamentos ainda não estão condicionados. “Mas em qualquer idade é possível obter resultados ótimos no processo de modificação comportamental, desde que não haja problemas orgânicos, clinicamente comprovados, que impeçam o animal de aprender. E o mais importante: não espere que seu animal pense, aja ou sinta como um ser humano e respeite-o como animal. Deste modo, haverá equilíbrio e harmonia no dia-a-dia, ele será mais feliz e saudável e amará seu dono ainda mais”, completa.

“Não espere que seu animal pense, aja ou sinta
as coisas como um ser humano e respeite-o como
animal”, adverte Helena Truksa – terapeuta comportamental

Comportamento felino

Em relação aos gatos tudo é diferente. É o que afirma o veterinário Schimidt. “Os gatos são considerados adultos por volta de 10 meses e idosos a partir de nove anos. Existem diversas rações que suprem as necessidades destes animais para cada fase da vida adulta. Os gatos comem diversas vezes ao dia, desta maneira o ideal é deixar o alimento e a água o dia todo à disposição”, alega.

Ainda segundo o especialista, eles adoram beber água corrente, podendo ser através da instalação de uma fonte pequena. “Os gatos adultos também necessitam anualmente de vacinas como a quádrupla felina+raiva”, complementa Schimidt. Pelo menos uma vez ao ano eles devem passar em consulta com um veterinário e após os nove anos de idade, é necessário realizar exames para verificar a saúde dos animais.

Na parte de comportamento, Helena explica que os gatos podem ser tão carinhosos e afetuosos quanto os cães, mas, como em outras espécies, têm suas características próprias. “Eles necessitam de desafios mentais diários para que não fiquem entediados e frustrados, o que pode levar a maus comportamentos, como vocalização excessiva (miados em demasia), arranhadura de móveis e estofados e urina em local inapropriado. Para reduzir as possibilidades de deixar seu bichano frustrado, deixe ao seu alcance brinquedos que estimulem o instinto de caça e aqueles com aromas específicos estimulantes (por exemplo pelúcias contendo catnip).

Dog Walker

Para quem trabalha o dia todo e não consegue levar o cão para passear, o serviço de passeadores ou dog walker pode ajudar. “Entre os benefícios da caminhada está o favorecimento da condição muscular, cardiorrespiratória e mental, e é fundamental para a socialização com as pessoas e outros animais”, relata a proprietária da Cão a Pé, Ana Paula Souza Gomes. Os passeios duram em média 50 minutos. “Existe também uma adequação da caminhada, de acordo com o tipo físico e a idade do cão”, afirma. O custo, varia, em média de R$ 11,50 a R$ 13,50 por passeio.

A melhor idade

Conheça os cuidados especiais para cães e gatos idosos

A Terceira Idade também ‘bate a porta’ dos nossos amigos de quatro patas. O diretor do setor de cirurgia do Hospital Veterinário Vet Popular, Luiz Cesar Moretti, alerta que quando estes animais entram na fase geriátrica, requerem cuidados desde a alimentação até a atividade física. “Hoje, no mercado existe uma grande variedade de rações específicas para o público idoso, muitas especialmente formuladas com nutrientes que favorecem a saúde dos ossos e articulações, outras limitam o depósito de placa dentária, ou até mesmo ajudam a manter a digestibilidade e contribuem para a saúde da pele. Vale lembrar que alguns idosos necessitam de rações ainda mais específicas, como é o caso daqueles com problemas renais, cardíacos, hepáticos, diabéticos ou até mesmo obesos”, informa.

Além disso, os exames acabam virando rotina para o cão ou gato idoso, como hemograma, funções renais, hepáticas, mensuração da glicose, colesterol, triglicérides e lactato, “que podem revelar muito sobre a saúde do paciente”.

Fase delicada

A especialista em comportamento, Helena, indica que na fase senil alguns comportamentos sofrem alterações. “Estes animais podem dormir mais, apresentar-se amedrontados mesmo diante de situações já conhecidas e que não causavam medo, podem ficar ‘carentes’ e solicitar mais atenção e começar a ‘esquecer’ coisas que haviam aprendido. Deve-se respeitar acima de tudo a idade avançada e suas consequências, sendo o dono paciente e solícito, zelando pela qualidade de vida de seu bichinho que lhe fez companhia e lhe dedicou todos os anos de sua vida. Lembremo-nos de que a idade chega para todos”, destaca.

Do começo ao fim

A veterinária da clínica Pet Star, Marcela Prado, explica que em cada fase o animal demanda cuidados específicos. “Com os filhotes, normalmente prioriza-se a vermifugação e inicia-se a caderneta de vacinação. Antes disso, ele não pode sair à rua, ter contato com outras cães e precisa de uma ração específica, já que necessita de mais proteína para o crescimento”, diz.O animal cresce e suas necessidades mudam, assim como acontece com os seres humanos. “Para os adultos, evite dar petiscos, mantenha uma rotina de exercício físico de pelo menos 30 minutos, e dependendo do porte do cão, pode chegar a uma hora. Lembrando que devem sair em horários que não fiquem expostos ao Sol, já que eles têm que colocar as patas no chão”, orienta.Já para os idosos, a recomendação mais específica é sobre a troca de ração. “Existem várias linhas disponíveis que oferecem nutrientes específicos para esta etapa. É necessário também um acompanhamento com o veterinário, pois grande parte deles acabam acometidos por insuficiência renal, problemas hepáticos e Piometra, uma infecção uterina que acomete as fêmeas e, se não tratada, pode levar a óbito”, esclarece.

Entre miados

Os gatos precisam de atenção dos proprietários nas ruas, pois podem contrair doenças ou mesmo sofrer um acidente. “Não é recomendado deixá-los passear sozinhos. Outra questão é que eles têm uma maior predisposição a insuficiência hepática, então, na fase senil é importante visitar o veterinário com frequência e verificar se eles estão bebendo água, pois têm mais dificuldade em ingerir o líquido se ele não estiver limpo”, alega.Ter um animal de estimação demanda cuidados e atenção. Ao adotar ou adquirir o seu, lembre-se que ele é um ser vivo que dependerá de você e as suas escolhas irão interferir em sua qualidade de vida.

LINHA DO TEMPO

De 0 a 1 ano
– Do nascimento até os 15 dias de vida é totalmente dependente da mãe, não controla a temperatura corporal, nem é capaz de urinar e defecar sem ajuda, não se locomove bem, nem escuta ou enxerga.

– Por volta do 10º ao 14º dia começam a abrir os olhos e ouvidos (são fechados, assim como as pálpebras). A dentição pode variar, dependendo da raça, sexo, nutrição, tamanho corporal, mas varia de 2 a 4 semanas de vida.

Filhote
– Entre 14 e 21 dias se inicia um período de transição, em que ele percebe mais o ambiente, mas suas habilidades motoras estão mal desenvolvidas. Com 3 a 4 semanas começa o período de socialização e maior desenvolvimento motor, interação alegre, brigas com irmãos, mordidas e rosnados.

– A socialização acontece entre 3 e 12 semanas. É preciso contato com outros animais, cães ou gatos e seres humanos, incluindo crianças. É uma fase de fácil aprendizado e já se deve ensinar algumas lições. Experiências negativas podem dessocializar o animal, tornando-o medroso ou antissocial, às vezes agressivo.

Invista em uma ração de qualidade. Faça o esquema vacinal de filhotes completo, vermifugação trimestral ou semestral (conforme indicação do especialista), cuidados com pulgas e carrapatos e consultas periódicas ao veterinário.

De 1 a 9 anos
– Um cão adulto pode ser adestrado, porém por ter a personalidade formada, será um pouco mais trabalhoso. Quando está com o ciclo de vacinas completo, o proprietário já pode procurar um profissional especializado.

– O ideal é o animal passear pelo menos uma vez ao dia. Ele necessita gastar calorias pois, desta forma, vai evitar a Obesidade e outras doenças relacionadas com o excesso de gordura.

Adulto
A raça é apenas uma ‘roupa’ que o cão veste e que modifica algumas de suas características, mas sem sobrepor aquelas que são básicas da espécie. Ou seja, cachorro é cachorro, não importa a raça. A questão de ser ou não sociável depende basicamente de como ele é exposto a outros cães e animais enquanto filhote.

Acima de 9 anos
A alimentação, nessa fase, visa diminuir o ritmo ou impedir a progressão de mudanças metabólicas persistentes na idade, visando uma boa qualidade de vida.

É difícil saber quanto tempo viverá o animal mas, hoje em dia, está mais fácil proporcionar uma velhice com qualidade. Exercícios físicos periódicos e leves, uma boa alimentação, visitas ao veterinário e é claro, muito amor, podem ajudar na saúde do seu amigo.

Sinais de comunicação canina: a linguagem do cachorro

Comunicação

 

Comunicação em cães Comportamento Animal e Psicologia Animal Aplicada Ethos Adestramento e Terapia Comportamental Helena Truksa

A comunicação é fundamental para formação e manutenção das relações sociais, o que inclui a comunicação canina.

Todo comportamento social envolve comunicação, que é a transferência de informação de um animal para outro por meio de sinais que evoluíram para esta função. Admite-se que houve comunicação quando o comportamento de um animal altera a probabilidade de comportamento de outro animal.

Nos cães são 3 os métodos de comunicação:

  • Auditivo
  • Visual
  • Olfatório

Comunicação Canina: Auditiva

Latido: Defesa, brincar, saudar, chamado solitário, chamado por atenção, avisar ou alertar para estranhos ou invasores, ou durante a caça para guiar o caçador.

Grunhido: saudação, sinal de contentamento.

Rosnado: Alerta ou aviso de defesa, sinal de ameaça, brincar.

Comunicação em cães
A maior parte do repertório comunicativo nos cães é baseada em expressões corporais.

Choramingo ou ganidos: Submissão, defesa, saudação, dor, busca de atenção

Uivar:  para o lobo serve para reunir a matilha, quando sozinho para buscar a atenção e contato com a matilha, durante a estação de cruzamento. Nem todos os cães uivam, e o seu significado ainda não está claro. Em alguns casos talves esteja relacionado a busca de contato social seja com outros cães ou humanos. Porem em outras situações o cão uiva quando escuta musica ou violino, ou para o céu ou para a lua, nestes casos não existem explicações.

Comunicação Canina: Visual

Cães que não foram muito modificados pela seleção artificial ainda exibem expressões corporais e/ou faciais que indicam o estatus de dominância, agressividade ou medo.

Algumas raças de cães foram modificadas geneticamente em sua morfologia ou sofreram mutilações que impedem a expressão do sinal visual. É o caso de cães de orelhas e pelos longos, com orelha e cauda cortadas, orelhas caídas.

Sinais de Alarme para agressividade

  1. Seu animal jamais olhou “com cara feia “para você ?

  1. Ele jamais teve um expressão dura no olhar ?

  1. Você deixa de fazer determinadas coisas, porque eliciam rosnados ou mostrar os dentes ? Por exemplo: mexer na comida, tirar do sofá, passar por cima dele, tirar do lugar onde ele está dormindo ou deitado.

  1. Você arruma desculpas para o comportamento agressivo dele ? Tipo: isso vai passar com a idade ?

  1. Você acha que ele é seguro, exceto com determinadas pessoas e circunstâncias. (quando ele rosna para o veterinário você acha que isto é problema do veterinário. Você também ainda acha que é perfeitamente normal ele não gostar do profissional. ?

  1. Ele já mordeu, pelo menos uma vez, por que foi um acidente, porque ele estava assustado, porque estava nervoso.

  1. Você sempre diz: em geral ele é tão bonzinho, quando ele agride ou você

Posturas ou sinais de dominância

 Filhotes

Perseguir os filhotes na ninhada.

Ficar de pé sobre o companheiro de ninhada.

Andar em círculos ao redor do companheiro de ninhada.

Ataque: pescoço e face

 Cães com mais de 5 meses

Pilo-ereção

Mostrar os dentes

Encarar de frente

Empurrar com ombro ou coxa

Apoiar as patas de frente no dorso do companheiro, ou no colo do proprietário

Orelhas eretas ou completamente achatadas

Urinar sobre um outro cão ou pessoa

Comunicação em cães expressões corporais
Exemplos de sinais comunicativos em cães.

Estes estímulos provocam sinais de agressividade em seu cão?

  • Mexer com ele:  ao acordar, passar perto da cama dele, mandar sair do lugar
  • Aproximar-se da comida, pessoa favorita, sua área de descanso mesmo que não se encontra nela
  • Estimulado por carinhos, carícias
  • Colocar ou tirar a guia
  • Ser encarado de frente
  • Ser reprimido
  • Ser escovado, cortar as unhas, banho e tosa
  • Encontro em passagens estreitas
  • Repressão física ou verbal
  • Ficar de pé ao lado ou sobre o animal

Em caso positivo, estes são sinais que seu cão apresenta comportamento agressivo e que deve ser avaliado por um consultor em comportamento animal. Somente ele poderá avaliar se seu cão pode ser reeducado ou se representa um perigo para você e sua família.

Acima, apresentamos algumas figuras retiradas dos livros:

  • Dog Language de Roger Abrantes
  • The Dog’s Mind de Bruce Fogle

Nelas podemos observar inúmeros sinais comunicativos fundamentais ao estabelecimento e manutenção dos relacionamentos sociais

Comunicação Canina: Olfatório

Odores corporais produzidos pelas glândulas, presentes mais frequetemente na região da cabeça e anus, na parte superior da base da cauda, e no períneo.

cao terapeuta labrador e crianca sindorme de down

Labrador Cão Terapeuta interagindo com criança portadora de Síndrome de Down

Selecionamos este emocionante vídeo, como um belo exemplo de interação entre um cão e uma criança Down.cao terapeuta labrador e crianca sindorme de down

Note como o cão respeita os limites da criança e age com delicadeza,  evitando movimentos bruscos.

Para se tornar cão terapeuta, o animal deve passar por uma triagem e um treinamento prévio.

Infelizmente, nem todos possuem as características necessárias ao “cargo”.

Um dos links que recomendamos para mais informações acerca da Terapia Assistida por Animais (TAA): www.inataa.org.br

 

Queremos saber sua opinião sobre este tema e sobre o vídeo!

Deixe seus comentários!

Um abraço,

 

Helena Truksa,  Bióloga

Ethos Psicologia Animal

Cuidados e prevenção de acidentes com cães e gatos nas festas de final de ano – Natal e Ano Novo (Reveillon)

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Se as festas de Natal e ano-novo são motivos de alegria para muitos, para cães e gatos essa época pode ser traumática. Fogos de artifício, grande número de visitas em casa e alimentos natalinos ameaçam o sossego e a saúde dos bichos de estimação. Mas algumas dicas de como cuidar de seu animalzinho ajudam a prevenir problemas. “Os donos precisam ser proativos e se programar com seus animais muito antes da noite de Natal”, afirma Dan Wroblewski, médico veterinário formado pela Unifenas e campeão brasileiro de Agility.

Com a rotina completamente modificada durante as festas, os animais podem ficar agressivos. Um caminho para acalmá-los é a utilização de medicamentos específicos para eles. “Há ansiolíticos, fitoterápicos e diversos remédios que veterinários podem recomendar, dependendo do animal”, explica Dan.

Mas saiba que não adianta ir ao veterinário na véspera de Natal à procura de um milagre. “Há medicamentos que não funcionam de um dia para o outro, pois requerem um tratamento antecipado. O veterinário precisa de tempo para detectar o medo do animal”, esclarece Dan.

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Casa cheia

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Para que o animal se acostume com a presença de estranhos, é preciso de tempo e paciência. Se eles não estiveram habituados com a presença de outras pessoas, não será de repente que tudo ficará bem. “As pessoas deveriam socializar os animais desde filhotes”, afirma Dan.

“Se o animal não estiver acostumado com outras pessoas que podem visitar a casa, o melhor é que ele seja colocado em algum local mais tranquilo, aonde vai se sentir bem”, diz o veterinário. Outra recomendação é que o animal não seja preso por coleira, pois ele pode se assustar com os barulhos e acabar se machucando.

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Fogos de artifício

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O principal barulho que costuma tirar a calma de cães e gatos são os de fogos de artifício. “É possível comprar CDs com sons de fogos de artifício para acostumar os animais desde cedo com esse barulho”, sugere Dan.

O ideal seria colocar para tocar baixinho e aumentar gradativamente esses CDs durante momentos prazerosos dos animais, como a hora da comida. Assim, eles não irão associar os fogos com algo negativo. No dia de Natal, também é recomendado colocar os sons para tocar desde cedo para acostumar os animais.

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Sugestões de procedimentos preventivos e atenuantes do stress provocado por fogos de artifício aos animais de estimação

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Comemorações com fogos de artifício são traumáticas para os animais, cuja audição é mais acurada que a humana. Muitos da fauna silvestre morrem e sofrem alterações do seu ciclo reprodutor. Os cães latem em desespero e enforcam-se nas correntes. Eles e os gatos têm taquicardia, salivação, tremores, medo de morrer, e escondem-se em locais minúsculos, fogem para nunca mais serem encontrados, provocam acidentes nas vias públicas e são vítimas de atropelamento.  Há animais que, pelo trauma, mudam de temperamento e chegam até ao suicídio.

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Adotando alguns procedimentos simples, pode-se diminuir o sofrimento deles:

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  •  procure um veterinário para sedar os animais, no caso de cães muito agitados;
  • evite acorrentá-los, pois poderão enforcar-se
  • acomode-os em um cômodo dentro da casa onde possa mantê-los em segurança, fechando as portas e janelas, bem como proporcionando iluminação suave
  • evite deixar muitos cães juntos pois, excitados pelo barulho, podem brigar até à morte
  • dê alimentos leves, pois distúrbios estomacais provocados pelo pânico levam à morte
  • identifique seus animais com placas na coleira, para o caso de fuga
  • tente colocar tampões de algodão nos ouvidos deles
  • estenda cobertores nas janelas e no chão, para abafar o som. Cubra-os com um edredon;
  • deixe o guarda-roupas aberto, mas prepare-se porque eles poderão urinar, por medo
  • coloque-os próximos a rádios ou TV ligados e vá aumentando o volume, antes dos fogos;
  • cubra as gaiolas dos pássaros
  • Florais de Bach: rescue + cherry plum + rock rose + mimulus + vervain + sweet chestnut (*)

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Estas essências, combinadas, funcionam bem para cães, gatos, aves e eqüinos. Mande preparar em farmácia de manipulação ou homeopática, SEM conservantes

(ÁLCOOL, GLICERINA e similares), e guarde-a na geladeira (dura todo o vidro, independente do que digam)

Dê 4 vezes ao dia, diretamente na boca do animal: 2 gotas para pequenas aves; 4 gotas para gatos e cães de pequeno e médio porte; 6 gotas para cães de grande porte.

Para eqüinos, coloque 30 gotas no bebedouro, 4 vezes ao dia.
Comece a ministrar o Floral 2 ou 3 dias antes das comemorações e continue por uma semana após.

( * ) receita da Drª. Martha Follainmfollain@terra.com.br http://www.floraisecia.com.br/

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Ceia especial

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O jantar de Natal é uma perdição, mas nada de dar um pedacinho de pernil ou o restinho de tender para os cães e gatos, pois essas comidas podem ser extremamente perigosas para eles. “A flora intestinal dos animais não está acostumada com ingredientes mais pesadas e isso pode provocar diarreia e até problemas mais sérios”, alerta o veterinário.

É possível, no entanto, montar uma ceia especial para os animais, com snacks próprios para bichos e até mesmo alimentos sem condimentos, como peito de peru e fígado fervidos. “Mas atenção: esses alimentos diferentes devem representar apenas 10% da quantidade de comida que eles ingerem diariamente”, afirma.

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Hotelzinho

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Caso os donos optem por colocar os pets em hoteizinhos nas festas de fim de ano e durante uma viagem, a atenção deve ser redobrada. “O mais importante é que o dono conheça exatamente o hotel. Ele vai ficar enjaulado? Vai ter contato com outros animais? Vai haver recreação?”, alerta Dan.

Para evitar que o bichinho fique muito estressado na hora da separação de seu dono, Dan também dá outra importante dica. “Leve um fim de semana antes o animal para o hotel e passe uma tarde com ele. Experimente também deixá-lo uma noite qualquer no local. Assim, ele já estará adaptado no período das festas de fim de ano”, finaliza Dan Wroblewski.

Cross Content
Especial para o Terra

Alguns problemas comportamentais em Aves (Psitacídeos)

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Arrancamento de penas e automutilação

Problemas comportamentais em aves

O arrancamento de penas é um problema comum e de difícil solução. A desordem caracteriza-se pelo comportamento obsessivo da ave em quebrar, destruir ou arrancar suas próprias penas ou de outras aves, retirando a proteção natural oferecida pelas penas.

O cuidado com as penas é um procedimento natural nas aves, que cuidam e limpam diariamente da plumagem. As penas são imprescindíveis à saúde, permitindo o vôo, proteção contra o frio, umidade, vento e outras variações climáticas. A muda natural é diferente do arrancamento de penas. A muda de penas é um processo fisiológico, que consiste na perda das penas velhas e desgastadas e crescimento de novas penas. Os papagaios fazem a muda gradualmente ao longo do ano e nunca de uma só vez.

Não é difícil saber se uma ave está arrancando ou destruindo suas penas. Basta observá-la atentamente e examinar as áreas do corpo que estão depenadas: dorso, asas, abdômen, tórax. Nos locais onde as aves não alcança com o bico (cabeça e pescoço) não ocorre a perda de penas, a não ser que outra ave esteja arrancando. As causas do arrancamento de penas são variáveis e podem ser classificadas em causas ambientais, clínicas e psicológicas (ou comportamentais).

As causa ambientais podem ser mudanças no tempo (úmido, seco, calor, frio), pessoas ou animais novos na casa, mudanças no ambiente em que a ave vive, mudança no comportamento do seu dono (ausência na casa, pouco tempo interagindo com a ave, fatores emocionais, etc.), barulho excessivo, movimento anormal no ambiente, animais estranhos nas proximidades. Ambientes úmidos ou secos ou aves com plumagem suja que não têm a oportunidade de banho podem apresentar um zelo exagerado no cuidado das penas, podendo se tornar arrancadoras.

As causas clínicas mais comuns são parasitas de pele, parasitas internos (vermes, protozoários), infecções bacterianas ou fúngicas na pele ou nos folículos das penas, alergias, distúrbios hormonais, desnutrição, aspergilose (infecção respiratória fúngica), doenças internas (doenças hepáticas) e mudanças hormonais na época de reprodução (época reprodutiva, presença de caixa-ninho).

As causas psicológicas ou comportamentais são o estresse, ansiedade, medo, tédio, frustração sexual por não se reproduzir, solidão, falta de atenção do dono, poucas horas de sono, mudança brusca na rotina da ave e outras experiências negativas que levem a ave a se automutilar extraindo ou destruindo suas próprias penas. Aves que querem a atenção do dono podem passar a arrancar as penas como forma de chamar a atenção.

É importante notar que inicialmente há uma causa que desencadeia o comportamento anormal, mas o hábito pode tornar-se vício, e mesmo que o fator desencadeador cesse, o vício pode permanecer indefinidamente. Por exemplo, uma ave pode começar a arrancar suas penas por causa do estresse sofrido durante uma mudança de residência. Porém, mesmo depois da ave estar acostumada com a nova casa, ela poderá persistir no arrancamento, que passou a ser então, um vício. Em aves arrancadoras crônicas, a camada germinativa das penas pode estar comprometida e mesmo que a ave seja curada do comportamento obsessivo, o crescimento de novas penas poderá nunca mais acontecer por causa da destruição dos folículos.

Lembre-se que os papagaios são aves inteligentes e precisam de atenção e atividade. Na natureza passam grande parte do dia procurando alimento, voando longas distâncias, alimentando-se na copas das aves e interagindo umas com as outras. Em cativeiro esta possibilidade de interagir com o meio ambiente e com membros do bando não existe, tornando a vida do animal um permanente tédio. Aves entediadas são fortes candidatas a tornarem-se arrancadoras de penas.

Aves que não se acasalam também podem apresentar essa aberração comportamental, sendo mais evidente o problema na época reprodutiva. Descobrir a causa do problema não é uma tarefa fácil e requer muita investigação clínica e análise do histórico e comportamento da ave. Pode ser necessário eliminar possíveis causas até chegar à causa mais provável.

Em muitos casos, não se chega à cura definitiva.

O tratamento depende do diagnóstico. Se a causa predisponente for parasita de pele, o tratamento é feito com um ectoparasiticida. Se o que está causando o problema é uma infecção respiratória, o tratamento é combater a infecção. Se for distúrbio hormonal, pode-se lançar mão da reposição de hormônios. Se o arrancamento for decorrente da frustração sexual, pode ser necessário providenciar um parceiro ou reduzir os hormônios sexuais. Se houver um animal doméstico novo na casa (cão ou gato), pode ser necessária a remoção desse animal. A solidão é um fator predisponente. Se os moradores da casa permanecem o dia todo fora, pode ser necessário a adoção de uma outra ave para companhia (pode ser até mesmo um psitacídeo de outra espécie) ou então, o dono deve buscar tempo para passar mais atenção com sua ave.

Diferentemente, se a ave arrancadora estiver em bando, pode ser necessário separá-la das outras, se estiver sendo ameaçada ou perseguida por uma outra ave. Assim, existem muitas causas e diversos tratamentos e manejos.

Muitos são também os medicamentos prescritos: tranqüilizantes, fitoterápicos, imunoestimulantes, homeopáticos, etc. o colar elisabetano é recomendado em algumas situações, mas não resolve o problema, pois a causa não é tratada. Uma medida sempre correta é passar a fornecer ração balanceada. Para o sucesso do tratamento, é fundamental descobrir o que está causando o arrancamento. Forneça sempre um ambiente limpo e saudável que dê oportunidades de descobertas e estímulos para a ave manter-se ocupada. Enriquecimento ambiental é o termo usado para definir os procedimentos a serem adotados para tornar o ambiente repleto de oportunidades de aprendizado e atividades, tornando a ave ativa e constantemente motivada em seu meio. Uma ave triste e frustrada está a meio-passo para tornar-se uma arrancadora de penas.

Agressividade

agressividade em aves
O comportamento territorial é uma das causas da agressividade nas aves.

Se sua ave tornou-se muito agressiva, é porque apresenta sinais de alteração comportamental e é preciso investigar o que está causando essa agressividade exagerada. Um papagaio irritado ou submetido a esforço físico (como falar, por exemplo) abre e fecha as pupilas constantemente, ficando com as pupilas reduzidas a um pontinho apenas. Aves irritadas e dispostas a agredir abrem a cauda, arrepiam as penas da cabeça e pescoço e levantam um dos pés para atacar. Uma reação típica de um papagaio irritado que deseja agredir é atacar com o bico, vocalizar e balançar o corpo para cima e para baixo.

São muitas as causas da agressividade:

Ciúmes: os papagaios são monógamos, ou seja, formam casais permanentes. Uma ave solitária pode sentir-se acasalada a uma pessoa da casa, e sentir ciúmes dessa pessoa quando outra pessoa ou animal se aproxima da sua parceira ou parceiro humano. Recomenda-se que o papagaio, ainda jovem, se acostume com todas as pessoas da casa. Quando se pretende receber uma nova ave, um outro animal doméstico ou mesmo um novo morador na casa, os primeiros contatos devem ser feitos num local neutro da casa, ou seja, num local onde o papagaio não se sinta o dono. A pessoa favorita (o parceiro) segurará o papagaio, enquanto o novo morador é apresentado e familiarizado. Só então, o papagaio e o novo morador são levados à área favorita da casa (local onde o papagaio se sente dono). A aproximação a outro animal ou pessoa deve ser feita aos poucos.

Comportamento territorial: a defesa do território é um comportamento natural nos papagaios adultos. Seu território pode ser a gaiola ou um compartimento da casa. Se a ave se considera a dominadora do ambiente, irá defendê-lo.
Ameaça: quando um papagaio sente-se ameaçado (seja a ameaça real ou imaginária), irá lutar pela sua sobrevivência, já que não lhe é possível fugir. A ave pode interpretar como ameaça movimentos bruscos, pessoas e animais estranhos, objetos estranhos, perseguição e agressão. Portanto, nunca se deve agredir uma ave como forma de intimidação. Na verdade, isso só irá piorar a situação.

Maturidade sexual: aves maduras sexualmente e em período reprodutivo podem se tornar agressivas. O papagaio pode identificar uma pessoa da casa como seu parceiro e ficar frustrado e agressivo. Se isso acontecer, deve-se procurar evitar contatos físicos que possam estimulá-lo sexualmente. Espelhos devem ser retirados da presença da ave para que ela não confunda sua imagem com a de um parceiro para acasalamento. Caixas-ninho devem ser removidas do viveiro. O ideal seria dar a oportunidade à ave de se reproduzir num viveiro.

Dor: aves com dor evitam o contato e podem agredir durante o manejo.

Técnicas corretivas:

· Mantenha a ave em sua gaiola ou poleiro num nível inferior à cabeça do dono. A gaiola pode ficar na altura do peito das pessoas. Isso evitará que a ave esteja num nível superior e sinta-se dominante sobre as pessoas.

  • Ignore seu papagaio quando ele tornar-se agressivo. Evite olhar, falar ou interagir com ele enquanto estiver se comportando mal.
  • Cubra a gaiola por uns 10 minutos para que ele saiba que seu comportamento não é desejado e por isso está sendo privado do convívio com o dono e com outras pessoas da casa.

Gritos e barulho excessivo

 

A vocalização é um comportamento natural nos psitacídeos e serve para se localizarem no bando. Na natureza essa vocalização é mais intensa ao amanhecer e ao entardecer. Em cativeiro não é desejável essa gritaria, pois perturba o sossego dos moradores e vizinhos. O som alto de eletrodomésticos (aspirador-de-pó, liquidificador, rádio em volume alto, cortador-de-grama, etc.) estimulam os gritos nos psitacídeos. O comportamento agressivo e territorial pode levar a ave a gritar excessivamente. A procura por atenção do dono e a ansiedade e medo pela separação do dono são também causas de gritos barulhentos.

Técnicas corretivas:

  • Cobrir a gaiola por alguns minutos ou isolar a ave em um recinto da casa.
  • Ignorar completamente a ave durante o período de gritaria (não olhar, falar ou interagir com a ave).
  • Eliminar o estímulo ambiental que está desencadeando a gritaria (desligar equipamentos barulhentos, por exemplo).
  • Fornecer brinquedos, distrações e alimentos que mantenham a ave ocupada e mentalmente ativa.

Fonte: Dr. Zalmir Silvino Cubas 
Médico Veterinário – Foz do Iguaçu

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 Por:  Helena Truksa | Bióloga

Revista Mundo Estranho – Existem animais gays?

Matéria publicada na Revista Mundo Estranho – baseado em entrevista concedida por Helena Truksa sobre Comportamento Animal. Para ler outras matérias, clique em Imprensa

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Existem Animais Gays?

por Luiza Sahd

Sim, alguns bichos apresentam um comportamento homossexual, eventualmente. Vale ressaltar que comportamento é diferente de orientação sexual, como acontece com os humanos. A justificativa para as relações homossexuais(ou bissexuais) no mundo animal varia caso a caso porque, na natureza, nem todo comportamento sexual tem finalidade reprodutiva. Por isso, o tema é polêmico e não há um consenso a respeito na comunidade científica.

BICHARADA GLS

Conheça algumas espécies que apresentam uma alta incidência de acasalamentos entre indivíduos do mesmo sexo

Empolgados

Territoriais e cheios de testosterona nas veias, os bisões brigam bastante para proteger a área em que vivem. Os duelos criam tanta excitação que os brutamontes extravasam, em geral, na cruza. Como as fêmeas só acasalam uma vez ao ano, às vezes acaba sobrando para os machos mais fracos

Aquecimento

As fêmeas dos antílopes se relacionam entre si cerca de duas vezes por hora durante a temporada de acasalamento. Essas relações servem, digamos, para estimular a cruza delas. Durante o namoro, uma perseguidora se insinua por trás de uma amiga e levanta a pata dianteira, tocando-a entre as pernas

Paz Amor

Os bonobos resolvem as diferenças “na base do amor”. Quando um evento qualquer – tipo o surgimento de um objeto estranho – abala o equilíbrio do grupo, a turma logo se exalta e, antes de começar um quiproquó de tapas e mordidas, acaba canalizando a excitação para o acasalamento, inclusive homossexual

Total Flex

As morsas amadurecem sexualmente após os 4 anos de idade. Antes, têm relações homossexuais, como um “aprendizado”. Os machos normalmente são bissexuais: cruzam com fêmeas na época de reprodução e com machos o resto do ano, já que nem sempre as fêmeas estão disponíveis

Pelo bem das crianças

Para os albatrozes, não tem tempo ruim. Em época de reprodução, essas aves formam grandes colônias e, se houver uma desproporção entre a quantidade de machos e fêmeas para construir um ninho e chocar os ovos, casais do mesmo sexo se formam numa boa para criar os pequenos

É o que tem pra hoje

Entre os golfinhos-nariz-de-garrafa, só os líderes do grupo fecundam as fêmeas. Os demais cruzam entre si ou formam panelinhas de três ou quatro membros para namoraras cobiçadas fêmeas. Como o sexo serve para fortalecer a parceria, golfinhos que já cruzaram entre si costumam ser mais unidos

Carpe diem

As moscas de fruta têm um ciclo de vida curto (entre 15 e 21 dias). Por isso, quando os machos amadurecem, saem cruzando com todo mundo, já que não possuem um mecanismo que indique se o parceiro é macho ou fêmea. Acasalar com um membro do mesmo sexo é um “acidente” comum para elas’

Bicha má

Se há mais machos do que fêmeas (ou vive- versa) em um grupo, os cisnes formam pares homossexuais. Às vezes, casais de machos cruzam com fêmeas para ter filhos e, depois da ninhada de ovos, afastam as mães.Eles também podem simplesmente expulsar casais hetero dos ninhos e adotar seus ovos

PARECE, MAS NÃO É

Machos que vivem juntos podem ser só bons amigos

O zoológico de Toronto separou em 2011 dois pinguins machos que tinham uma relação de casal. A história ficou famosa e ganhou o apelido de Brokeback Iceberg, uma referência ao filme Brokeback Mountain. Segundo um funcionário do local, eles tinham laços sociais, mas não sexuais

FONTES Helena Truksa, Bióloga e Terapeuta Comportamental da Ethos Psicologia Animal; sites How Stuf Works, Hypescience e UOL

Ansiedade em Cães por Separação Stress e falta de exercício físico

Ansiedade em cães: um mal com muitas causas e um remédio

Veja como ajudar seu amigo peludo a se manter “sob controle”.

 

 

A ansiedade é um dos grandes problemas que a maioria dos donos de pets enfrenta no dia-a-dia.

Pode se agravar e, em alguns casos, desencadear quadros de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Isso, se o animal já apresentar predisposição genética para tal.

Mas o mais comum é que o cão exiba comportamentos muitas vezes erroneamente classificados como “hiperativos”, como correr, pular nas pessoas, roer objetos inapropriados, latir demasiadamente, etc.

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O animal ansioso não consegue ter controle sobre o seu “querer”. Ele quer que as coisas aconteçam no momento em que deseja, mas a vida não é assim, e ele se vê frustrado quando as pessoas não lhe dão atenção ou não brincam com ele na hora em que ele quer…

Esta frustração se manifesta de formas diferentes, dependendo do caso, com variações individuais, que vão desde latir demais, passando por destruir objetos e móveis, até a agressividade.

Existem diversos exercícios que ajudam a reduzir os sintomas de ansiedade em seu cão. Este pequeno vídeo (desculpem a qualidade das imagens – vídeo antigo) apresenta um deles, que deve ser aplicado diariamente, de preferência em todas as interações com o animal para que ele aprenda a “esperar” quando deseja algo.

E você, como lida com a ansiedade de seu amigo peludo?

Helena Truksa | Bióloga

Ethos Animal 

 

 

Caes de regioes frias ou polares sofrem com calor extremo

Dias quentes e a Hipertermia em cães: sinal de alerta

Você sabia que nos dias quentes, os cães de raças originárias de regiões de clima naturalmente frio ou polar sofrem muito, podendo ocorrer danos e lesões irreversíveis a órgãos importantes do corpo, como o cérebro e até mesmo chegar a morrer por hipertermia?

Caes de regioes frias ou polares sofrem com calor extremo
O Husky Siberiano está entre as raças sujeitas à hipertermia.

A hipertermia é um processo fisiológico desencadeado pela incapacidade do organismo em reduzir a própria temperatura corporal, que aumenta progressivamente e pode levar à morte se não for controlada a tempo.Evite sair para caminhar sob Sol forte com seu “cão da neve”, e em dias com temperatura elevada.Caso seu cão apresente sintomas como respiração e frequência cardíaca aceleradas, tremores, letargia e aumento significativo da temperatura corporal, interrompa imediatamente o exercício físico e resfrie-o imediatamente com compressas de água fria, ou molhe o animal. Procure imediatamente o veterinário.

 

Algumas raças sujeitas a este problema:

– Husky Siberiano
– Malamute do Alaska
– Samoieda
– São Bernardo
– Bernese Mountain Dog

Compartilhe o conhecimento com seus amigos. Estas dicas podem salvar vidas.


Helena Truksa – Bióloga
Ethos Psicologia Animal

convite a brincadeira comunicacao em caes canina

As formas e sinais da Comunicação Canina

Comunicação

Comunicação em cães Comportamento Animal e Psicologia Animal Aplicada Ethos Adestramento e Terapia Comportamental Helena Truksa

A comunicação é fundamental para formação e manutenção das relações sociais.

Todo comportamento social envolve comunicação, que é a transferência de informação de um animal para outro por meio de sinais que evoluíram para esta função. Admite-se que houve comunicação quando o comportamento de um animal altera a probabilidade de comportamento de outro animal.

Nos cães são 3 os métodos de comunicação:

  • Auditivo
  • Visual
  • Olfatório

Auditiva

Latido: Defesa, brincar, saudar, chamado solitário, chamado por atenção, avisar ou alertar para estranhos ou invasores, ou durante a caça para guiar o caçador.

Grunhido: saudação, sinal de contentamento.

Rosnado: Alerta ou aviso de defesa, sinal de ameaça, brincar.

Comunicação em cães

Choramingo ou ganidos: Submissão, defesa, saudação, dor, busca de atenção

Uivar:  para o lobo serve para reunir a matilha, quando sozinho para buscar a atenção e contato com a matilha, durante a estação de cruzamento. Nem todos os cães uivam, e o seu significado ainda não está claro. Em alguns casos talves esteja relacionado a busca de contato social seja com outros cães ou humanos. Porem em outras situações o cão uiva quando escuta musica ou violino, ou para o céu ou para a lua, nestes casos não existem explicações.

Olfatório

Odores corporais produzidos pelas glândulas, presentes mais frequetemente na região da cabeça e anus, na parte superior da base da cauda, e no períneo.

Visual

Cães que não foram muito modificados pela seleção artificial ainda exibem expressões corporais e/ou faciais que indicam o status de dominância, agressividade ou medo.

Algumas raças de cães foram modificadas geneticamente em sua morfologia ou sofreram mutilações que impedem a expressão do sinal visual. É o caso de cães de orelhas e pelos longos, com orelha e cauda cortadas, orelhas caídas.

Sinais de Alarme para agressividade

  1. Seu animal jamais olhou “com cara feia “para você ?

  1. Ele jamais teve um expressão dura no olhar ?

  1. Você deixa de fazer determinadas coisas, porque eliciam rosnados ou mostrar os dentes ? Por exemplo: mexer na comida, tirar do sofá, passar por cima dele, tirar do lugar onde ele está dormindo ou deitado.

  1. Você arruma desculpas para o comportamento agressivo dele ? Tipo: isso vai passar com a idade ?

  1. Você acha que ele é seguro, exceto com determinadas pessoas e circunstâncias. (quando ele rosna para o veterinário você acha que isto é problema do veterinário. Você também ainda acha que é perfeitamente normal ele não gostar do profissional. ?

  1. Ele já mordeu, pelo menos uma vez, por que foi um acidente, porque ele estava assustado, porque estava nervoso.

  1. Você sempre diz: em geral ele é tão bonzinho, quando ele agride ou você

Posturas ou sinais de dominância

 Filhotes

Perseguir os filhotes na ninhada.

Ficar de pé sobre o companheiro de ninhada.

Andar em círculos ao redor do companheiro de ninhada.

Ataque: pescoço e face

 Cães com mais de 5 meses

Pilo-ereção

Mostrar os dentes

Encarar de frente

Empurrar com ombro ou coxa

Apoiar as patas de frente no dorso do companheiro, ou no colo do proprietário

Orelhas eretas ou completamente achatadas

Urinar sobre um outro cão ou pessoa

Comunicação em cães expressões corporais

 

Os estímulos abaixo provocam sinais de agressividade em seu cão?

 

  • Mexer com ele:  ao acordar, passar perto da cama dele, mandar sair do lugar
  • Aproximar-se da comida, pessoa favorita, sua área de descanso mesmo que não se encontra nela
  • Estimulado por carinhos, carícias
  • Colocar ou tirar a guia
  • Ser encarado de frente
  • Ser reprimido
  • Ser escovado, cortar as unhas, banho e tosa
  • Encontro em passagens estreitas
  • Repressão física ou verbal
  • Ficar de pé ao lado ou sobre o animal

Em caso positivo, estes são sinais que seu cão apresenta tendência ao comportamento agressivo e que deve ser avaliado por um consultor em comportamento animal. Somente ele poderá avaliar se seu cão pode ser reeducado ou se representa um perigo para você e sua família.

Apresentamos acima algumas figuras retiradas dos livros:

  • Dog Language de Roger Abrantes
  • The Dog’s Mind de Bruce Fogle

Nelas podemos observar inúmeros sinais comunicativos fundamentais ao estabelecimento e manutenção dos relacionamentos sociais

 

por Helena Truksa

Bióloga , Especialista em Comportamento Animal