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Autor: Ethos Animal

Somos uma empresa pioneira no mercado de Comportamento e Bem-Estar Animal aplicado no Brasil, atuantes desde 2004. Priorizamos a ética na condução dos procedimentos, sempre com embasamento científico atualizado. Atendimentos personalizados de acordo com cada caso em particular. A ETHOS ANIMAL é dirigida pela Bióloga Especialista em Comportamento Animal, Helena Truksa.

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Pesquisas confirmam que humanos gostam mais de cães do que de pessoas

Notícias de jornal que narram atos violentos contra mascotes geram mais comoção que as que envolvem seres humanos adultos

Um artigo científico acaba de confirmar o que todo mundo já sabia: na média, humanos gostam mais de cães que de outras pessoas. Principalmente se o bichinho for um filhote de olhos bem grandes.

 

Psicólogos da Northeastern Universtity, em Boston, nos EUA, distribuíram quatro notícias falsas, supostamente publicadas no Boston Globe, a 256 estudantes de graduação voluntários. Os relatos tinham protagonistas diferentes: um adulto na faixa dos 30, um bebê de um ano, um cãozinho recém-nascido e um cachorro mais velho, com seis anos de idade. Todos eram encontrados gravemente feridos após uma sessão de espancamento com um bastão de beisebol. Leia um trecho: “De acordo com as testemunhas presentes no local, um ataque particularmente cruel envolveu um filhote de um ano de idade que foi golpeado com um taco de beisebol por um atacante desconhecido. Chegando ao local do crime alguns minutos após o ataque, um policial encontrou a vítima com uma perna quebrada, lacerações múltiplas e inconsciente. Ninguém foi preso.”

 

Após a leitura, os participantes eram orientados a indicar, de acordo com uma escala, o grau de empatia que sentiram por cada uma das vítimas. Resultado? O bebê humano, o bebê canino e o cão adulto despertaram todos mais piedade que o humano adulto – e a comoção foi maior entre mulheres que entre homens.

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Foto: Onbeing . org | Será que os humanos gostam mais de cães do que de pessoas

A explicação é simples: a violência parece menos justificável quando a vítima é um ser indefeso, como um bebê ou o cachorro. Mesmo que o adulto não pudesse ter se defendido na situação narrada, nós ainda o encaramos como um ser consciente e autônomo, que (pelo menos em teoria) teria mais chances de se defender.

Segundo os próprios autores, a inspiração para a pesquisa veio após um caso real, ocorrido no estado norte-americano do Arizona em 2014. Um garoto de quatro anos foi atacado violentamente por um cão de grande porte, e precisou passar por delicadas cirurgias de reconstrução facial. Uma campanha para ajudá-lo alcançou cerca de 500 seguidores no Facebook. Já uma página criada por ativistas para evitar que o cão responsável pelo ataque fosse sacrificado alcançou 40 mil pessoas em pouco mais de uma semana.

Dito isso, é sempre bom lembrar que, na média, o ser humano não tem um bom histórico de relações com os animais. Na conclusão, os pesquisadores afirmam que a descoberta servirá justamente para criar campanhas de prevenção contra maus-tratos mais eficientes – que comovam usando filhotes simpáticos em vez de cenas de agressão apelativas. “Ao enfatizar a vulnerabilidade, em vez de focar na exposição à violência e agressão, programas inovadores podem revolucionar a prevenção de casos de abuso de animais.” Testes futuros terão as raças de cachorro especificadas e envolverão animais de outras espécies.

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Fonte: sciencenews . org | A ciência vem confirmando que humanos gostam mais de cães do que de pessoas
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Fonte: SuperInteressante, 06.11.17 – Bruno Vaiano

Final de semana com Mini Curso CivilizaCão: adestramento de cães para todos!

Mini Curso CivilizaCão: Novidades em adestramento e comportamento de cães para o público!

Turma no mini curso CivilizaCão e a Prof. Helena Truksa – 04 e 05/11/17

Neste final de semana tivemos a segunda edição do Mini Curso CivilizaCão.

Com o objetivo de alcançar o público em geral, desde tutores de cães até profissionais da área pet, como dogwalkers, pet sitters e adestradores, dentre outros, formulamos este mini curso de 5 horas de duração para levar aos interessados noções de adestramento, comportamento canino e bem-estar animal.

Como sempre, o embasamento científico e atualizado foi o carro chefe do evento, que contou com informações técnicas sobre treinamento de cães empregando apenas reforço positivo, sem punições de qualquer espécie e também curiosidades sobre comportamento e cognição canina.

As aulas

Os participantes que levaram seus cães, tiveram a oportunidade de praticar as técnicas de ensino-aprendizagem que utilizamos no treinamento, aplicando os exercícios aprendidos em tempo real, durante a aula.

A filosofia da Ethos Animal não faz distinção entre raças e idade dos animais, pois antes de serem raça eles são todos Cães, igualmente capazes de aprender e de se comunicar com outros cães e também com humanos.

Acima, uma American Pit Bull Terrier, Kyra, interagindo pela primeira vez com o garoto que conhecera no dia do curso. Desconstruindo a imagem negativa formada em torno da raça…

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Descontração e conteúdo de qualidade

Agradecemos a todos os participantes pelo empenho nas atividades e esperamos que o conteúdo absorvido seja proveitoso para o dia-a-dia com os amigos caninos, melhorando a comunicação, a qualidade de vida e o bem-estar geral! 🙂

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Próximas edições

Quer participar do Mini Curso CivilizaCão? Acompanhe as novidades através da fanpage da Ethos Animal no Facebook e fique por dentro das datas de todos os nossos eventos, incluindo o CivilizaCão!

Nossa página: www.facebook.com/EthosAnimal

 

 

Mini Curso Comportamento Canino na Semana Temática da Biologia IB-USP

Mini Curso Comportamento Canino Etologia Ethos Animal
Prof. Helena Truksa (à direita), sua assistente Luiza Wolbert e o cão Lucky, em aula sobre comportamento e aprendizagem em cães, no IB-USP.

Nossa fundadora, a Bióloga Helena Truksa foi convidada a ministrar um mini Curso durante a 20a Semana Temática da Biologia, no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).

Nos dias 3 e 4 de Outubro (2017), Helena conduziu o Mini Curso intitulado ” Introdução ao Comportamento, Bem-estar e Aprendizagem em Cães (Canis familiaris), abordando desde as prováveis origens da espécie até as mais recentes descobertas científicas no âmbito da etologia aplicada e cognição canina.

O tema, altamente atual, foi amplamente debatido durante as aulas, onde houve ativa participação dos alunos através de comentários ou questionamentos.

No segundo dia de curso, além da teoria, tivemos também uma parte prática com demonstrações de aprendizagem e cognição em um cão (nosso “sujeito experimental”, o Lucky).

Agradecemos à equipe organizadora do evento e ao IB-USP pela oportunidade de estarmos presentes durante a 20a Semana Temática da Biologia e esperamos poder colaborar novamente na próxima edição!

Instituto de Biociencias IB-USP mini curso comportamento canino semana temática da biologia ethos animal helena truksa 12
Slide inicial do curso.

A Ethos Animal está disponibilizando este mesmo curso ao público interessado, e as datas serão divulgadas em breve aqui em nosso site.

Acompanhe os próximos eventos e fique por dentro, clicando aqui.

Resumo do programa do curso, divulgado no site do Instituto de Biociências, IB-USP. Helena Truksa Ethos Animal
Resumo do programa do curso, divulgado no site do Instituto de Biociências, IB-USP.

Algumas imagens do evento…

Como a evolução transformou os gatos em animais solitários ethos animal helena truksa comportamento animal felino

Como a evolução transformou os gatos em animais solitários

Quão difícil pode ser domar um gato? Pergunte a Daniel Mills, professor de Veterinária comportamental na Universidade de Lincoln (Reino Unido). Em um estudo recente, Mills e sua colega Alice Potter comprovaram de modo científico o que já se sabia na prática: gatos são mais autônomos e solitários do que os cachorros.

Para os gatos, os benefícios da vida em grupo não compensam ter que dividir comida
Para os gatos, os benefícios da vida em grupo não compensam ter que dividir comida

Foto: Pixabay / BBCBrasil.com

Apesar de envolver a já famosa reputação dos gatos, executar essa pesquisa foi mais difícil do que poderia parecer.

“Eles são complicados se você quer que façam algo de uma certa maneira”, diz Mills. “Eles tendem a fazer o que querem.”

Donos de gatos do mundo inteiro irão concordar. Mas por que exatamente os gatos são tão relutantes em cooperar, seja entre si ou com humanos? Ou, perguntando de outra forma, por que tantos outros animais – domésticos ou selvagens – têm espírito de equipe?

Problemas de comportamento em gatos? Agende uma Consulta Comportamental! Saiba mais clicando aqui.

A vida em grupo é comum na natureza. Pássaros formam bandos e peixes, cardumes. Predadores frequentemente caçam juntos. Até mesmo o leão, parente do gato doméstico, vive em grupo.

Para as espécies que são caçadas por outras, obviamente há uma estratégia de maior segurança em um bando. “Chama-se efeito de diluição”, diz o biólogo Craig Packer, da Universidade de Minnesota (EUA).

“Um predador só consegue matar um, e se há cem da mesma espécie isso reduz as chances de cada um deles ser pego para 1%. Mas se você estiver sozinho você será escolhido 100% das vezes.”

Zebras atravessam rio em grupo na África
Zebras atravessam rio em grupo na África

Foto: Alamy / BBCBrasil.com

Animais em bando também se beneficiam do efeito “muitos olhos atentos”: quanto maior o grupo, é mais provável que alguém perceba um predador se aproximando. “E quanto mais cedo você detectar o predador, mais tempo tem para iniciar a fuga”, diz Jens Krause, da Universidade de Humboldt em Berlim, Alemanha.

Essa vigilância coletiva traz outras vantagens. Cada um pode gastar mais tempo e energia procurando por comida. E não se trata apenas de evitar predadores. Animais que socializam em grupos não precisam perambular em busca de companheiros, o que é um problema para espécies solitárias que vivem em territórios amplos.

Uma vez que se reproduzem, muitos animais que vivem em grupo adotam a máxima “é necessária uma aldeia inteira para criar uma criança”, com os adultos trabalhando em equipe para proteger ou alimentar os mais novos.

Em várias espécies de pássaros, como a zaragateiro-árabe de Israel, os pequenos permanecem em grupos de familiares até que eles estejam prontos para procriar. Eles dançam em grupo, tomam banho juntos e até trocam presentes entre si.

Princípio ‘Volta da França’

Viver em grupo também poupa energia. Os pássaros que migram juntos ou os peixes que vivem em cardumes se movimentam com mais eficiência do que os mais solitários.

É o mesmo princípio que os ciclistas da Volta da França utilizam quando formam um pelotão. “Os que estão mais atrás não precisam investir tanta energia para atingir a mesma velocidade de locomoção”, diz Krause.

Como pinguins e morcegos podem atestar, a vida pode ser mais calorosa quando se vive cercado de amigos.

Os pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) se agrupam para suportar o frio
Os pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) se agrupam para suportar o frio

Foto: Alamy / BBCBrasil.com

Com tantos benefícios, pode parecer surpreendente que qualquer animal rejeite seus companheiros. Mas, como os gatos domésticos demonstram, a vida em grupo não é para todos. Para alguns animais, os benefícios da coletividade não compensam ter que dividir comida.

“Chega a um ponto em que se alimentar com outros indivíduos com grande proximidade reduz a sua quantidade de alimento”, diz John Fryxell, biólogo da Universidade de Guelph, no Canadá.

Um fator-chave para essa decisão é ter alimentação suficiente, o que depende de quanta comida cada animal precisa. E os gatos têm um gosto caro. Por exemplo, um leopardo come cerca de 23 kg de carne em poucos dias. Para gatos selvagens, a competição por alimentos é cruel, e por isso leopardos vivem e caçam sozinhos.

Há uma exceção à regra de felinos solitários: leões. Para eles, é uma questão territorial, diz Packer, que passou 50 anos de sua vida estudando os leões africanos. Alguns locais da savana têm emboscadas perfeitas para a caça, então controlar esse lugar resulta em uma vantagem significativa em termos de sobrevivência.

“Isso impõe sociabilidade porque você precisa de equipes para dominar seu bairro local e excluir outros times. Assim, o maior time vence”, diz Packer.

O que torna essa vida em grupo possível é que a presa de um único leão – um gnu ou uma zebra – é grande o bastante para alimentar várias fêmeas de uma vez só. “O tamanho da caça permite que eles vivam em grupos mas é a geografia o que realmente os leva a viver em grupos”, diz Packer.

Não é a mesma situação dos gatos domésticos, já que eles caçam animais pequenos. “Eles vão comê-lo inteiro”, diz Packer. “Não há comida o suficiente para dividir.”

Gatos comem um rato inteiro por vez, sem possibilidade de dividir
Gatos comem um rato inteiro por vez, sem possibilidade de dividir

Foto: Life on white/Alamy / BBCBrasil.com

Domesticação

Essa lógica econômica está tão integrada ao comportamento dos gatos que parece improvável que até mesmo a domesticação tenha alterado essa preferência fundamental por solidão.

Isso é duplamente verdade quando você leva em consideração o fato de que os humanos não domesticaram os gatos. Em vez disso, em seu próprio estilo, os gatos domesticaram a si mesmos.

Todos os gatos domésticos são descendentes dos gatos selvagens do Oriente Médio ( Felis silvestris ), o “gato-do-mato”. Os humanos não coagiram esses gatos a deixar as florestas: eles mesmos se convidaram a entrar nos alojamentos de humanos, onde havia uma quantidade ilimitada de ratos ao seu dispor.

A invasão a essa festa de ratos foi o início de uma relação simbiótica. Os gatos adoraram a abundância de ratos nos alojamentos e depósitos e os humanos gostaram do controle grátis da infestação de ratos.

Os gatos domésticos não são completamente antissociais. Mas sua sociabilidade – em relação a outro humano ou entre eles – é determinada inteiramente por eles, em seus próprios termos.

“Eles mantêm um nível alto de independência e se aproximam de nós apenas quando querem”, diz Dennis Turner, especialista em comportamento animal no Instituto de Etologia Aplicada e Psicologia Animal em Horgen, Suíça.

“Os gatos desenvolveram muitos mecanismos para se manter à parte, o que não os conduz para a vida em bando”, diz Mills. Os gatos marcam seu território para evitar encontros constrangedores entre si. Se eles acidentalmente se toparem, os pêlos são levantados e as garras saltam para fora.

Gatos domésticos têm uma tendência a brigar
Gatos domésticos têm uma tendência a brigar

Foto: blickwinkel/Alamy / BBCBrasil.com

Em determinadas circunstâncias pode parecer que os gatos domésticos adotaram a vida coletiva, como quando um grupo vive junto em um galpão. Mas não se engane. “Eles têm laços muito frouxos e não têm uma identidade real como grupo”, diz Fryxell. “Eles só gostam de ter um lugar comum para deixar seus filhotes.”

Aliás, mesmo diante de um grande perigo, quando eles se unem para se defender, é pouco provável que os gatos colaborem entre si. “Não é que algo que eles tipicamente façam quando se sentem ameaçados”, diz Monique Udell, bióloga da Universidade de Oregon (EUA).

Os gatos simplesmente não acreditam na força de um grupo. Tudo isso ajuda a explicar por que os gatos têm a reputação de dominação impossível. Ainda assim, há evidências de que o desprezo dos gatos pela vida em grupo possa ser uma fraqueza.

Caixa-preta da mente felina

Um estudo publicado em 2014 no periódico científico Journal of Comparative Psychology investigou os traços de personalidade dos gatos domésticos. A conclusão foi que manter-se solitário e desinteressado torna os gatos neuróticos, impulsivos e resistentes a ordens.

Curiosamente, no entanto, os gatos domésticos parecem capazes de cooperar um pouco mais que seus parentes selvagens. Quando os pesquisadores compararam o gato doméstico a quatro selvagens – o gato selvagem escocês, o leopardo-nebuloso, o leopardo-da-neve e os leões africanos -, os gatos domésticos foram os que mais se aproximaram dos leões em termos de personalidade.

Leoas vivem em grupo, diferentemente de outras espécie de felinos 
Leoas vivem em grupo, diferentemente de outras espécie de felinos

Foto: Africa Photobank/Alamy / BBCBrasil.com

É preciso dizer que os gatos domésticos trilharam um longo caminho a partir de seus ancestrais até aqui em termos de tolerar a companhia um do outro. Mesmo que gatos morando em galpões formem laços frouxos, eles ainda demonstram um nível impressionante de aceitação da presença do outro nesses espaços confinados.

Em Roma, cerca de 200 gatos vivem lado a lado no Coliseu, enquanto na ilha de Aoshima, no Japão, o número de gatos supera o de pessoas em uma proporção de seis para um. Essas colônias podem não ter tanta cooperação, mas estão bem avançadas em relação ao passado solitário dos gatos domésticos.

Enquanto isso, pode ser mais fácil para pesquisadores encontrar os gatos “no meio do caminho” ao realizar seus experimentos, fazendo certas concessões.

Quando Udell fez suas primeiras experiências com gatos, enfrentou uma série de dificuldades ao tentar motivar suas cobaias a participar de certa atividade. Ela já havia trabalhado com cachorros, que estariam dispostos a fazer qualquer coisa em troca de um petisco.

Os gatos, contudo, eram mais exigentes. Com o passar do tempo, Udell percebeu que teria mais sucesso se desse aos gatos a opção de escolher sua recompensa.

“Acho que parte do desafio é o quanto sabemos sobre os gatos”, diz. Se os cientistas começarem a entrar na caixa-preta que é a mente felina, a domesticação à força pode ser substituída por uma coerção mais astuta.

“Muito do comportamento animal – incluindo uma afinidade ou resistência à domesticação – é profundamente ligado ao circuito neural. Portanto, parece pouco possível deixar para trás anos de seleção natural”, diz Fryxell.

“Mas quem sabe? Obviamente, leões conseguiram essa proeza, então deve ser possível que mutações ocorram”, diz ele. “E se eles conseguiram fazer isso, talvez domesticar gatos não seja uma ideia tão maluca, afinal de contas.”

 BBC Brasil.com
Helena Truksa (fundadora Ethos Animal), e duas alunas do Curso de Formação de Treinadores de Cães da Ethos Animal: Laura e Luiza

Ethos Animal prestigia evento de lançamento do livro Cognição e Comportamento de Cães

Marcamos presença neste importante evento da área do Comportamento Animal.

No último sábado, 18/03/2017, a fundadora da Ethos Animal, Helena Truksa foi acompanhar de perto o lançamento do livro Cognição e Comportamento de Cães, escrito por 14 pesquisadores nacionais e internacionais. O livro foi organizado por Carine Savalli e Nathalia Albuquerque, também pesquisadoras da área.

Este livro é um marco na literatura científica acessível ao público em geral, predominantemente escrito por autores brasileiros e vem contribuir enormemente a melhoria na compreensão da mente canina por parte das pessoas. E isso se refletirá no modo como os animais são tratados por suas famílias.

Havendo maior compreensão, espera-se uma ampliação do senso de responsabilidade associado à manutenção de pets em casa. Com consequente melhora no Bem-estar e ampliação dos canais de comunicação entre as espécies humana e canina (e vice-versa).

Boa leitura!

crianca brincando com cachorro ethos animal comportamento helena truksa

Tratar pet como filho pode fazer mal para ele, dizem especialistas

Matéria originalmente publicada no portal UOL, contendo entrevista com a fundadora da Ethos Animal, Helena Truksa

por Patrícia Guimarães – Colaboração para o UOL, em São Paulo
Tratar pet como filho pode fazer mal para ele?

Você chama seu animal de estimação de filho? Ok, ninguém está aqui para te julgar. O problema não é deixá-lo dormir na cama ou assistir à TV com você. É quando o amor pelo bichinho se transforma em humanização, a tentativa de encaixar seu comportamento em padrões humanos e deixar sua rotina 100% a serviço do dono. Isso, segundo os especialistas, pode ser nocivo para o animal.

Medo, ansiedade e alterações de comportamento são as consequências mais comuns do antropomorfismo (atribuir ao animal características e sentimentos humanos). “Animais têm alta sociabilidade e são considerados agregados, mas esquecemos isso”, diz a médica veterinária Ceres Berger Faraco,  doutora em psicologia e coordenadora do departamento de veterinária da UniRitter. “Achamos que a convivência com a pessoa, que muitas vezes é restrita ao período da noite, é suficiente para suprir as demandas dele. E não é.”

 

Carinho ancestral

Claro que querer a companhia de um animal de estimação e tratá-lo como membro da família é normal; é até parte da condição humana. “No caso especial de cães, essa relação vai ainda mais longe, pois ao longo de milhares de anos de coevolução, os cães vem se tornando cada vez mais hábeis em ‘ler’ e compreender nossas intenções comunicativas, por meio de expressões corporal, facial, gestual e mesmo assimilando palavras dentro de contextos. É uma ligação mais que especial”, afirma a bióloga especialista em comportamento animal e fundadora da Ethos Animal, Helena Truksa.

 

Getty ImagensImagem: Getty Imagens

Lembrando que cães e gatos têm comportamentos muito diferentes que mudam a rotina da casa. “Por exemplo: o gato mantém o comportamento de caça, de ir atrás de alguma fêmea, de buscar algo para comer. O cão tem o forte comportamento de correr, de farejar, de caçar. São comportamentos naturais  mantidos apesar da domesticação, e, quando eles não conseguem expressar esses traços naturais, começa a existir um déficit de bem-estar”, explica a médica veterinária e mestre em comportamento animal pelo Instituto de Psicologia da USP, além de graduanda em psicologia pela PUC-SP e fundadora da Pet Anjo, Carolina Rocha.

 

Em que casos os humanizamos

Muitos dos comportamentos adotados quando passamos a considerar o animal um membro central na família não geram grandes problemas para eles. Preocupante é, por exemplo, trocar as atividades do bichinho por outras que fazem bem para o humano, mas não visam o bem-estar do animal. “Um exemplo é, em vez de deixa-lo passear na rua ou no parque, levá-lo em um carrinho. Se estamos falando de um cachorro idoso, que não consegue andar, ótimo! Superrecomendado! Mas, fora isso, não tem nenhuma necessidade de privar o animal de apresentar o comportamento natural. Essa privação pode gerar consequências para a saúde, como alterações locomotoras e obesidade, que é um dos grandes problemas hoje”, explica Rocha.

Os excessos de banhos, idas ao pet shop e perfuminhos também não são recomendados. “Um dos problemas que podem surgir são as irritações de pele; a pele ressecada. Ou, ao pentear, podem ser gerados microtraumas no couro do animal. Isso do ponto de vista orgânico. Já do ponto de vista psíquico, temos que considerar que esses não são hábitos da natureza deles. Os gatos, por exemplo, fazem auto-higiene. Eles têm uma língua mais áspera e são preparados para isso”, lembra Faraco.

Outro hábito a ser abandonado é o de dar bronca quando o pet faz algo que não nos agrada, como xixi fora do lugar. “Punição de qualquer natureza não ensina efetivamente nada a nenhum ser. Ela apenas pode bloquear temporariamente determinados comportamentos, o que não indica que aprendeu a ter outra conduta. Educar é mostrar o caminho, ensinar como fazer em vez de se preocupar com o que não fazer. E é por esse e outros motivos que os métodos atuais e cientificamente embasados de educação e treinamento de animais (e também de humanos) se utilizam basicamente de motivação e recompensas, nunca empregando punição física ou psicológica”, afirma Truksa.

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 Imagem: Getty Images

 

Compromisso emocional

Especialistas recomendam um processo de conscientização antes da adoção de um animal. “A pessoa deve se preparar para saber as características daquele bicho. Muitas pessoas têm gatos que vivem em ambientes empobrecidos. Gatos precisam se esconder, precisam de locais altos… Por isso, na maioria das vezes, estão obesos”, alerta Faraco. E critica: “Muitas pessoas estão pensando apenas no que funciona para elas”.

 

Fonte: https://estilo.uol.com.br/noticias/redacao/2017/02/27/o-seu-bichinho-tem-liberdade-para-ser-o-que-ele-e-de-verdade.htm