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Autor: Helena Truksa

Moral e nossas vidas com animais

O ponto de vista tradicional do pensamento intelectual ocidental – e aquele que é refletido em nossas observações do dia-a-dia – é aquele do excepcionalismo humano, ou antropocentrismo: a crença de que os humanos são os seres mais importantes e centrais do planeta.

Vemos esta crença ao longo dos tempos e novamente através de nossa herança intelectual. Desde os primeiros pensadores como Protagoras, que propôs que “o homem é a medida de todas as coisas”, através de expressões contemporâneas da “especialidade de partir o coração” dos humanos, visões antropocêntricas se espalham e são amplamente incontestadas.

Que nós os consideramos garantidos é o poder deles. O pensamento hierárquico que coloca os seres humanos acima dos animais pode remontar às nossas raízes intelectuais na Grécia Antiga (pelo menos no que diz respeito ao Ocidente) e na tradição judaico-cristã. O paradigma mais influente que emergiu da Grécia antiga se manifestou nos pensamentos de Aristóteles (384BC-322 aC). Ele argumentou que a natureza consistia de uma hierarquia com “homem” no topo desta Scala Natura. Aqueles com a menor capacidade de raciocínio existiam para o bem daqueles com mais a fim de garantir a sobrevivência; então as plantas existem por causa de animais, animais para o bem dos humanos, e assim por diante.

A resistência dessa crença manteve a porta aberta para os gostos de René Descartes (1596-1650) e sua construção de animais não humanos como máquinas behavioristas. A ideia de que os animais são “outros” para os seres humanos, que eles não compartilham nenhuma de nossas habilidades cognitivas fundamentais e que eles simplesmente reagem a estímulos externos através do hábito, como máquinas, são todas conseqüências diretas dessa linha de pensamento.

Por sua vez, isso levou ao argumento de que as considerações sobre a mentalização e a consciência animal eram irrelevantes e, seguindo a linha de pensamento aristotélica, nós, como seres superiores, temos o direito de fazer com os seres inferiores qualquer coisa que escolhermos.

A negação de Descartes da existência da consciência animal deu o tom para os debates sobre o status moral dos animais e dos direitos dos animais. Se os animais são conscientes permaneceu a questão central quando discutimos se os animais merecem ou não direitos.

Como os críticos apontaram, porém, esse debate freqüentemente nos diz mais sobre como percebemos os humanos. Ele sublinha nossa crença no excepcionalismo humano. Amarrado irrevogavelmente às nossas crenças em nossa própria civilidade, versus a barbárie da natureza, essa visão nos diferencia de e acima da outra vida no planeta.

Acreditamos ter certas características únicas (a capacidade de linguagem ou cultura, digamos) que nos distinguem de outras espécies. Parte e parcela dessa crença é a visão de que podemos controlar a natureza e, portanto, temos o direito de usá-la para atender às nossas próprias necessidades. Isso geralmente inclui outros animais. E, assim, pontos de vista antropocêntricos legitimam práticas como o consumo de carne, a pecuária industrial, os usos de animais para entretenimento e vestuário e assim por diante.

A maioria das tentativas da filosofia moral de desafiar essa pesada tradição intelectual está atolada em sua própria cosmovisão antropocêntrica. Figuras-chave como Peter Singer, autor da “bíblia do movimento dos direitos dos animais” (Animal Liberation, 1975), Ryder (Victims of Science, 1975) e Midgley (Animals and Why They Matter, 1984) ficam atolados em tentativas para provar que os animais têm semelhança suficiente com os humanos para garantir sua inclusão em nossas estruturas morais.

Isso relega os animais a um status inferior por implicação: a menos que eles sejam semelhantes o suficiente para nós em suas habilidades, eles não merecem o mesmo valor moral.

Ao longo da história, houve quem contestasse essa visão.

A partir da década de 1970, tem havido um movimento de “libertação” animal que visa garantir os direitos dos animais não humanos.

Mais recentemente, porém, a localização dessa ideologia – no humanismo liberal – tem sido questionada: deveríamos ter o objetivo de garantir direitos para animais não humanos baseados em sua semelhança conosco, ou devemos procurar entender e respeitar suas diferenças juntamente com seu direito de viver neste planeta ao nosso lado?

O resultado é um re-pensar, ou re-enquadrar, de relações homem-animal, à medida que nos movemos para reconhecer o valor intrínseco de outras criaturas com quem compartilhamos este planeta.

Vistas tradicionais estão sendo lentamente corroídas e com isso vem uma certa liberdade. Os biólogos estão se vendo capazes de investigar legitimamente tópicos como a vida emocional e moral dos animais sem serem sumariamente rejeitados por seu antropomorfismo errôneo. Do grego anthropos e morphe significando humano e forma respectivamente, esta é a atribuição de características humanas a “objetos” não humanos que inclui outros animais.

A partir de objeções filosóficas do século XVII de Francis Bacon e Baruch Spinoza, e finalmente encontrando seu auge de expressão no behaviorismo radical de meados do século XX, o antropomorfismo tornou-se sinônimo de práticas não-científicas. Atribui emoções e estados mentais a animais que não podem ser comprovados pelos padrões científicos. (Note-se que a falta de emoções e a percepção de vidas mentais empobrecidas de animais não humanos foram e ainda são usadas para justificar o seu mau tratamento e status moral inferior.)

Mesmo assim, o antropomorfismo continua sendo uma parte consistente e persistente das práticas humanas com outros animais. (Você fala com o seu cão e acredita que ele é culpado quando encontrado destruindo o conteúdo do lixo? Você não está sozinho.)

O antropomorfismo é também uma parte profundamente arraigada das culturas humanas modernas e pode ser vista nas representações folclóricas e culturais (pense em Skippy ou Lassie, entre outros). Desta forma, o antropomorfismo é uma das maneiras pelas quais nós interrompemos delineações claras previamente assumidas entre humano e não humano, entre humano e animal.

E ao fazê-lo, em um nível prático, questionamos a superioridade dos humanos. Práticas antropomórficas permitem a agência de animais não-humanos e, por sua vez, os impedem de serem percebidos como objeto a sujeito.

Isso não apenas obscurece as fronteiras cuidadosamente erigidas e mantidas entre humanos e outros animais, mas também leva a questões complicadas: se os animais se sentem de maneira semelhante aos humanos, então como justificamos os usos atuais (ab) deles?

As antigas justificativas baseadas na diferença – de que não sentem dor e assim por diante – não se aplicam mais e nos encontramos com um conjunto de práticas sociais, como comer carne, cuja moralidade não é mais clara.

 

Tradução livre: Helena Truksa

 

Nik Taylor

Associate Professor in Sociology at Flinders University

http://theconversation.com/morality-and-our-lives-with-animals-30726
instinto anthony hopkins filme natureza humana comportamento ethos animal 03

Instinto, um excelente filme com Anthony Hopkins, sobre a natureza, como nos afastamos dela e as consequências

Instinto (Instinct, 1999) – Filme

Ethan Powell (Anthony Hopkins) é um antropólogo que foi pra Uganda pesquisar a vida dos gorilas e lá passou um tempo vivendo como “um integrante aceito” no grupo desses antropóides. Mas acontece uma trama onde Ethan é acusado de crimes ambientais e acaba sendo extraditado para os EUA.

Nos EUA ele é encarcerado em uma prisão famosa por abrigar criminosos psicopatas do mais alto potencial. Na prisão, o médico Theo Caulder (Cuba Gooding Jr.) vê em Ethan um grande material para desenvolver uma pesquisa para se consagrar enquanto psiquiatra. Nesse ínterim as coisas tomam rumos bem diferentes, onde “cliente” e “terapeuta” fazem parte de um papel só.

instinto anthony hopkins filme natureza humana comportamento ethos animal 02

Mais do que mera ficção

Em Instinto, duas realidades se entrelaçam: a da vida natural, ou como ela deveria ser, e a da civilidade, a vida como desejamos que seja. Nos perdemos no caminho e é necessário que nos reencontremos para que possamos viver vidas plenas, felizes e em paz conosco e com todos os seres vivos.

Um filme para refletir profundamente sobre quem nós somos e no que nos tornamos. Sobre a necessidade de retornarmos às raízes da Natureza para nos reconectarmos conosco e com o planeta, através do reequilíbrio verdadeiro.

Senso de justiça nos animais: Macacos e cães julgam os humanos pelo modo como tratam os outros

moralidade em cães e macacos cães julgam as pessoas ethos animal comportamento helena truksa
Os cães evoluíram para serem extremamente sensíveis ao nosso comportamento.
SolStock/Getty

 Seja gentil – ou seu cão poderá julgá-lo! Animais de estimação e macacos demonstram preferência por pessoas que ajudam os outros, e isto pode explicar as origens de nosso senso de moralidade.

Estudos envolvendo bebês demonstraram previamente que com 1 ano de idade, os humanos já estão prontos para julgarem as pessoas pelo modo como elas interagem. Isto levou a sugestões de que crianças têm um tipo de moralidade inata que antecede o fato de serem ensinadas a como se comportar.

O Psicólogo comparativo, James Anderson, na Universidade de Kyoto e seus colegas imaginaram se outras espécies fariam avaliações deste tipo de forma similar.

Eles começaram por testar se macacos prego poderiam demonstrar preferência por pessoas que ajudam os outros. Os macacos viam um ator ter muita dificuldade para abrir um pote com um brinquedo dentro.

Então este ator apresentava o pote para um segundo ator, que poderia tanto ajudar ou recusar-se a ajudar a abrir.

Na sequência, ambos os atores ofereciam comida ao macaco, e o macaco escolhia qual oferta aceitar.

Quando o companheiro foi solícito, e ajudou, o macaco não demonstrou preferência entre aceitar a recompensa de quem estava lutando para abrir o pote ou do ajudante. Mas quando o companheiro se recusou a ajudar, o macaco preferiu na maioria das vezes aceitar a comida de quem estava com dificuldades, lutando para abrir o pote.

Jogando bola

O time também investigou as atitudes dos macacos prego frente à justiça. Neste teste, dois atores começavam com 3 bolas cada. O ator A requisitava bolas do ator B, que lhe entregava 3 bolas.

Então o ator B requisitava bolas do ator A, e o A poderia devolver as 3 bolas ou nenhuma bola. Por último, ambos atores ofereciam ao macaco uma recompensa assim como anteriormente.

Os macacos não tiveram preferência quando o ator A devolvia as 3 bolas, mas escolhiam o ator B mais frequentemente quando o A não devolvia as bolas.

Finalmente, os pesquisadores testaram se os cães preferiam pessoas que ajudavam seu tutor. Cada tutor tentava abrir um pote e então o apresentava a um dos dois atores.

Este ator poderia ajudar ou recusar-se a ajudar, enquanto o outros ator permanecia neutro, passivo. Então os dois atores ofereciam ao cão uma recompensa e ele escolhia entre eles.

Os cães não demonstraram preferência quando o primeiro ator ajudava seu tutor, mas escolhiam com maior frequência o ator passivo se o primeiro ator se recusasse a ajudar.

Resposta Emocional

Anderson pensa que os resultados demonstram que os macacos e os cães fazem avaliações sociais de uma forma similar ao modo que os bebês humanos. “Se alguém está se comportando antissocialmente, eles provavelmente terminarão com algum tipo de reação emocional a ele.”, diz Anderson.

Macacos na natureza são mais propensos a utilizar processos similares para decidir com quais membros de seu grupo eles podem cooperar, diz o primatologista Frans de Waal, da Unversidade de Emory na Georgia, EUA, que já escreveu sobre as origens da moralidade.

“A probabilidade é que se estes animais podem detectar tendências cooperativas em atores humanos, eles podem também fazê-lo com seus colegas primatas”, diz ele.

A longa relação dos cães com os humanos significa que eles evoluíram para serem extremamente sensíveis ao nosso comportamento – não apenas ao dos próprios cães, mas também ao de outros humanos.

E nosso próprio senso de moralidade pode até mesmo ter suas raízes neste tipo de avaliações primitivas dos outros.

“Eu acho que nos humanos, pode haver esta sensibilidade básica ao comportamento antissocial nos outros. Então, através do crescimento, ganho de cultura e aprendizagem, se desenvolve em um senso de moralidade pleno”, diz Anderson.

A capacidade de fazer avaliações dos outros poderia ajudar a estabilizar sistemas sociais complexos, capacitando indivíduos a excluírem parceiros sociais ruins, diz Kiley Hamlin da Universidade da Columbia Britânica no Canada. ” Esta exclusão não apenas significa que os indivíduos que fazem avaliações sociais podem eles mesmos evitar interações sociais prejudiciais, mas também pode servir para desencorajar indivíduos de se comportarem mal em primeiro lugar, pois presume-se que eles não querem ser excluídos do sistema social.”, diz ela.

De Waal ve uma forte ligação entre moralidade e reputação: ” A moralidade humana é muito mais baseada na construção de reputação, pois por quê você tentaria ser bom se ninguém se importa? Eu não acho que você possa concluir que isto torna os macacos seres morais, mas “pontuação de imagem”, assim como a construção de reputação é muitas vezes chamada, promove um importante mecanismo chave.”

Tradução livre por Helena Truksa

Bióloga Especialista em Comportamento Animal

 

Journal reference: Neuroscience & Biobehavioral Reviews, DOI: 10.1016/j.neubiorev.2017.01.003 | Versão orignal em inglês: https://goo.gl/u29ehT

 

Curso Comportamento de Cães e Gatos na FMVZ – USP

Recentemente, Helena Truksa foi convidada a ministrar uma palestra no CURSO COMPORTAMENTO CANINO E FELINO, sediado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo FMVZ – USP.

O curso foi organizado pela empenhada equipe do GEBEA (Grupo de Estudos de Bem-estar Animal), da mesma Universidade e o público alvo era composto por estudantes e formados em veterinária, adestradores, profissionais da área da saúde e público em geral.

Palestra “Ansiedade e Transtornos Compulsivos em Animais de Estimação”

As Preferências Musicais dos Cães Domésticos

As Preferências Musicais dos Cães Domésticos reveladas pela Sony e especialistas em comportamento animal

Para celebrar o lançamento do bombástico sistema de áudio em casa de alta potência GTK-XB7 a Sony juntou-se à especialista em inteligência animal, a Dra. Dr Anna Wilkinson, para levar a cabo um estudo sobre as preferências musicais dos cães.

O estudo intitulado “As Preferências Musicais dos Cães Domésticos” da Sony revelou que um ritmo e uma batida mais acelerados têm maiores probabilidades de deixar os cães de cauda a abanar do que relaxantes concertos de música clássica, com 62% dos cães a preferir os êxitos discográficos a sinfonias clássicas.

A reprodução de um vídeo complementar permitiu visualizar o som através das reações dos animais ao estrondoso êxito de música de dança eletrónica “Animals”, da autoria de Martin Garrix, no qual alguns amigos peludos aparecem a “festejar” junto ao sistema de áudio “one box” de alta potência, GTK-XB7, que combina a tecnologia EXTRA BASS™ exclusiva da Sony com as luzes vibrantes da coluna.

A Sony, em parceria com a especialista em cognição animal, a Dra. Anna Wilkinson, avaliou as preferências musicais dos cães domésticos e apurou que preferem os mais recentes sucessos musicais do que música clássica

O vídeo intitulado “Party Animals” mostra desde o nariz de um coelho a enrugar-se ao ritmo dos baixos, cachorrinhos de pelo longo a divertirem-se ao ritmo da música e até gatos em saltos sincronizados na pista de dança.

O sistema de áudio “one box” de alta potência oferece aos apaixonados pela música um som de fazer estremecer a alma, bem como os graves mais potentes para as melhores festas em casa.

Para marcar o lançamento do sistema de áudio “one box” de alta potência GTK-XB7 ideal para festas, a Sony desenvolveu o estudo “As Preferências Musicais dos Cães Domésticos” – um estudo científico que investiga as preferências musicais dos cães domésticos e que revelou que estes preferem os êxitos musicais mais ritmados a concertos de música clássica.

Para acompanhar o estudo, a Sony desenvolveu também um vídeo e uma experiência sonora com curadoria da inovadora empresa de produção Unit 9. No vídeo “Party Animals”, o som é visualizado através das reações dos animais, com a ajuda do novo sistema de áudio “one-box” de alta potência GTK-XB7 ao ritmo do inovador êxito de música eletrónica “Animals”.

Capaz de por todos a mexer, o bombástico GTK-XB7 integra a tecnologia EXTRA BASS exclusiva da Sony, que utiliza a tecnologia DSP para garantir que a música soa e parece ainda mais potente, com notas graves profundas e incisivas que caraterizam a música eletrónica de dança da atualidade. Além disso, o GTK-XB7 dispõe de iluminação multicolor de 3 vias – luzes de linha, flashes intermitentes e luzes das colunas – em sincronização com a música, transportando a sensação de festival para qualquer festa.

O estudo – os cães preferem Beyoncé a Beethoven

Sabendo que as pessoas desfrutam mais da música junto dos seus entes queridos, a Sony resolveu descobrir que tipo de música o melhor amigo do Homem prefere ouvir – relaxantes concertos de música clássica ou êxitos de música de dança mais ritmados.

Em parceria com a especialista em cognição animal, a Dra. Anna Wilkinson, membro da Associação para o Estudo do Comportamento animal (ASAB – Association for the Study of Animal Behaviour), e a estudante de doutoramento Natalia Albuquerque, a Sony desenvolveu o estudo “As Preferências Musicais dos Cães Domésticos”. A ASAB é uma sociedade europeia que se dedica ao estudo do comportamento dos animais.

O estudo indicou existir uma forte preferência pelas músicas mais populares em detrimento da música clássica mais conhecida, com 62% dos cães a escolherem ouvir espontaneamente música moderna, comparativamente com apenas 38% dos cães a preferirem música clássica.

Quando confrontados com 10 opções de escolha entre os dois géneros musicais na tabela de preferências, os cães preferiram significativamente as músicas mais modernas, com um número mais elevado de cães a passar mais tempo junto da coluna que reproduzia música moderna mais ritmada do que junto da coluna que reproduzia música clássica, sugerindo a sua preferências pelas músicas de ritmo mais acelerado e com mais batidas.

Foram utilizados dois sistemas de áudio GTK-XB7 da Sony durante a experiência para reproduzir música moderna e música clássica para os cães, tendo as suas reações sido documentadas e comparadas.

A música foi reproduzida a partir de ambas as colunas, uma faixa em cada coluna; as músicas foram apresentadas aos pares e a colocação da coluna, bem como a ordem das combinações musicais foram aleatórias de forma a garantir resultados imparciais. Os estímulos incluíram cinco famosas músicas clássicas de compositores como Mozart e Pachelbel, bem como cinco músicas de artistas populares, desde Elvis Presley e Martin Garrix até Justin Bieber e Beyoncé.

Analisando os resultados, a Dra. Anna Wilkinson declarou: “Este estudo demonstra que existem diferenças interessantes nas preferências entre a música popular e a música clássica. Quando confrontados com uma seleção de 10 músicas de ambos os géneros musicais, os cães elegeram constantemente o sistema de áudio GTK-XB7 da Sony que reproduzia música popular em detrimento do sistema que reproduzia música clássica.”

O vídeo – “Party Animals”

Em 2015, a ciência da Cimática foi colocada à prova e, este ano, a Sony leva as experiências sonoras científicas para o próximo nível, juntando o sistema de áudio “one box” de alta potência GTK-XB7 a animais domésticos para avaliar as suas reações à música.

Para dar vida ao GTK-XB7 e a este estudo, a Sony colaborou com a Unit 9, bem como com especialistas em comportamento animal e um veterinário no local para criar um vídeo representativo das dimensões e do âmbito de uma festa com o GTK-XB7 através do contraste com uma série de animais domésticos.

O vídeo retrata gatos, cães e coelhos em espetaculares imagens de 1000 fps (frames por segundo) em câmara super lenta à medida que estes reagem à música reproduzida, destacando cada funcionalidade do produto através de uma série de “cenários”.

Os jatos de ar recriam a impressionante pressão do som do sistema GTK-XB7, enquanto a iluminação do ambiente combina com os LED e flashes multicolores da coluna. Um dos destaques deste vídeo é a ênfase dado à tecnologia EXTRA BASS™ através de um gato persa que repousa tranquilamente sobre a coluna à medida que esta vibra ao ritmo da música num subwoofer exposto.

O potencial festivo da coluna é ainda destacado numa cena em que animais secos e molhados, incluindo cães da raça Basset Hound, Puli, Chow-Chow, gatos persas e coelhos dançam e sacodem-se ao ritmo da música.

Alberto Ayala, Diretor de Vídeo e Som na Sony Europe, afirmou sobre o vídeo: “O XB7 tem tudo a ver com diversão; a portabilidade, a pressão do som, a iluminação e a tecnologia EXTRA BASS™ significam que é possível desfrutar de uma festa de classe superior onde desejarmos. Para marcar o lançamento das novas colunas de elevada potência queríamos elevar a diversão para novos patamares – e poderá haver algo melhor do que convidar os nossos amigos de quatro patas para participar das festividades?!”

Making of:

fonte: https://www.telemoveis.com

Evolução e comportamento animal césar ades palestra 2010 video

Evolução e Comportamento Animal – Palestra Prof. César Ades

Palestra do saudoso Professor César Ades, do Instituto de Psicologia da USP, intitulada “Evolução e Comportamento Animal”, realizada durante a comemoração do aniversário de Charles Darwin no Museu de Zoologia, ano de 2010.

Nesta palestra, Prof. César dá um apanhado geral sobre comportamento animal, sua relação com a evolução biológica, e comenta sobre alguns resultados de suas pesquisas e de seus alunos.

Algumas partes prévias e posteriores à palestra foram deixadas propositalmente, como um registro e recordação da imagem e palavras do Prof. César.

Realizada no dia 27 de fevereiro de 2010

cães terapeutas patas therapeutas helena truksa

Cães terapeutas, os melhores amigos da superação – mini documentário

Mini documentário realizado por alunos do curso de jornalismo da UNIP apresenta o trabalho de cães terapeutas da ONG Patas Therapeutas, que conta com a participação da Bióloga Especialista em Comportamento Animal, Helena Truksa.

 

Sobre a consciência animal

Em julho de 2012, um grupo de cientistas reunidos na Universidade de Cambridge proclamou que humanos não são os únicos seres conscientes. “Animais não-humanos como mamíferos e aves, e vários outros, incluindo o polvo, também possuem as faculdades neurológicas que geram consciência animal”, declarou o grupo, na chamada Declaração de Cambridge. Minha primeira reação foi de total incredulidade. Nós realmente precisávamos de um anúncio para definir algo tão óbvio?

Todo mundo sabe que os animais têm consciência. Eles percebem e entendem seu entorno. E muitos, entre eles golfinhos, elefantes e alguns pássaros, são inclusive auto-conscientes. Eles possuem um certo senso de si. Ok, pode ser que um cachorro não saiba quem é do mesmo jeito que eu e você sabemos quem somos. Mas o ponto é: mesmo que não saibam quem são, eles têm consciência de sua própria dor. Foi o que aconteceu comigo quando tive um acidente de bicicleta: bati a cabeça e tive amnésia. Quando o médico me perguntou como me sentia, eu disse: “Estou sentindo muita dor”. E quando ele perguntou quem eu era, respondi: “Não lembro meu nome.” Da mesma forma, é errado fazer um animal sofrer só porque ele pode não saber quem é.

Os pesquisadores descobriram mais do que isso. Sabemos, por exemplo, que ratos e galinhas sentem empatia. Eles conseguem se colocar no lugar dos bichos ao redor e sentem pena ao vê-los sofrer. Elefantes vivenciam alegria, luto e depressão. Lamentam a perda dos amigos, assim como os cães, chimpanzés e raposas vermelhas. Os polvos foram protegidos de pesquisas invasivas no Reino Unido bem antes dos chimpanzés, pois os cientistas já haviam reconhecido que eles são conscientes e sentem dor. Hoje muita gente ainda não quer admitir esses fatos científicos, pois terão de mudar a forma como tratam os animais. Na verdade, temos de tratar todos os animais da mesma forma, com compaixão e empatia – sejam eles os “animais humanos” como nós, sejam todas as outras espécies.

Não estou falando apenas dos abatedouros – embora seja óbvio que, se houvessem mais vegetarianos no mundo, menos animais sofreriam. Estima-se que 25 milhões de ratos, pássaros, peixes e outros animais sejam usados todo ano em experimentos de laboratório. Muitos passam por um sofrimento terrível durante os testes e a maioria sofre “eutanásia” – são mortos – depois. As pessoas justificam atitudes assim dizendo que vão ajudar os humanos. No entanto, mais de 90% das drogas que funcionam em animais não têm o mesmo efeito em nós. Menos de 10% delas nos ajudam de fato. Além disso, já existem formas de pesquisa que não maltratam os animais. Em lugar de gotejar xampu nos olhos de coelhos imobilizados, por exemplo, podemos usar modelos de computador para simular a ação do produto sem dano algum. Portanto, não se trata apenas de um desperdício de animais; é um desperdício de tempo e dinheiro que poderiam ser investidos em outras alternativas.

Por isso, concluí que devemos aplaudir a Declaração de Cambridge. Ela não traz nada de novo, mas mostra que cientistas famosos finalmente admitem que animais têm consciência. A declaração é mais uma prova de que devemos tratar os animais com todo o respeito. E reconhecer que eles não querem sentir dor, do mesmo jeito que nós não queremos. Seria perigoso fazer esse tipo de distinção. Todos os animais devem ser tratados como indivíduos. Ainda vai levar tempo para que isso aconteça. Mas a boa notícia é que cada vez mais pessoas aderem a essa ideia.

Por Marc Bekoff – professor de ecologia e biologia evolutiva na Universidade do Colorado, EUA. É autor de O Manifesto dos Animais, entre outros livros. Em depoimento a Eduardo Szklarz.

Declaração de Cambridge Sobre a Consciência*

No dia 7 de julho de 2012, um proeminente grupo internacional de especialistas das áreas de
neurociência cognitiva, neurofarmacologia, neurofisiologia, neuroanatomia e neurociência
computacional reuniu-se na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, para reavaliar os
substratos neurobiológicos da experiência consciente e comportamentos relacionados à ela,
tanto em animais humanos como não humanos. Embora a pesquisa comparativa nessa área
seja naturalmente difícil devido à incapacidade dos animais não humanos, e muitas vezes dos
humanos, de comunicar de forma clara e fácil seus estados internos, as seguintes observações podem ser afirmadas inequivocamente:

• O campo de pesquisa sobre a consciência está evoluindo rapidamente. Inúmeras técnicas e
estratégias novas para a pesquisa com animais humanos e não humanos têm sido desenvolvidas. Consequentemente, mais dados estão se tornando disponíveis, e isso exige
uma reavaliação periódica de conceitos previamente aceitos nesse campo. Estudos com
animais não humanos têm mostrado que circuitos cerebrais homólogos, correlacionados com
a experiência e a percepção conscientes, podem ser seletivamente ativados e interrompidos
para avaliar se são necessários, de fato, para essas experiências. Além disso, novas técnicas
não invasivas já estão disponíveis para investigar os correlatos da consciência em seres
humanos.

• Os substratos neurológicos das emoções não parecem estar confinados às estruturas
corticais. De fato, redes neuronais subcorticais estimuladas durante estados afetivos em
humanos também são de importância crucial na geração de comportamentos emocionais em
animais. A estimulação artificial das mesmas regiões cerebrais gera comportamentos e estados emocionais correspondentes tanto em animais humanos quanto não humanos. Em qualquer parte do cérebro de animais não humanos em que sejam induzidos comportamentos emocionais instintivos, observa-se que muitos dos comportamentos resultantes são consistentes com estados emocionais aprendidos, incluindo aqueles estados internos que estão relacionados aos mecanismos de recompensa e punição. A estimulação cerebral profunda desses sistemas em humanos também pode gerar estados afetivos semelhantes.

Sistemas associados ao afeto concentram-se em regiões subcorticais, onde abundam
homologias neuronais. Animais humanos e não humanos jovens sem neocórtex retêm essas
funções cérebro-mente. Além disso, circuitos neuronais que tornam possíveis os estados
comportamentais e eletrofisiológicos relacionados à atenção, ao sono e à tomada de decisões parecem ter surgido muito cedo na evolução, ainda na radiação dos invertebrados, sendo evidentes em insetos e moluscos cefalópodes (como, por exemplo, os polvos).

• As aves parecem apresentar, em seu comportamento, neurofisiologia e neuroanatomia, um
caso notável de evolução paralela da consciência. Evidências contundentes de níveis quase
humanos de consciência têm sido observadas em papagaios-cinzentos africanos. As redes
emocionais e os microcircuitos cognitivos de mamíferos e aves parecem ser muito mais
homólogos do que se pensava anteriormente. Além disso, descobriu-se que certas espécies de pássaros exibem padrões neuronais de sono semelhantes aos dos mamíferos, incluindo o sono REM e, como foi demonstrado em pássaros mandarins, padrões neurofisiológicos que
anteriormente se acreditava que requeriam um neocórtex como o dos mamíferos. As aves
pega-rabuda em particular demonstraram exibir semelhanças notáveis com humanos, grandes símios, golfinhos e elefantes em estudos de autorreconhecimento no espelho.

• Em humanos, o efeito de certos alucinógenos parece estar associado a uma perturbação nos processos de alimentação e retroalimentação corticais. Intervenções farmacológicas em
animais não humanos com compostos que sabidamente afetam o comportamento consciente em humanos podem levar a perturbações semelhantes no comportamento de animais não humanos. Em humanos, há evidências que sugerem que a consciência está correlacionada com a atividade cortical, o que não exclui possíveis contribuições de processos subcorticais ou corticais primitivos, como no caso da experiência visual. Evidências de que as sensações emocionais de animais humanos e não humanos surgem a partir de redes cerebrais subcorticais homólogas fornecem provas convincentes para a existência de qualidades afetivas das experiências individuais (qualia) primárias compartilhadas ao longo de um processo evolutivo comum.

Declaramos o seguinte: “A ausência de um neocórtex não parece impedir que um organismo experimente estados afetivos. Evidências convergentes indicam que animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos dos estados de
consciência juntamente com a capacidade de exibir comportamentos intencionais.

Consequentemente, o peso das evidências indica que os humanos não são os únicos a possuir os substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e aves, e muitas outras criaturas, incluindo os polvos, também possuem esses substratos neurológicos.”

 

*A Declaração sobre a Consciência de Cambridge foi redigida por Philip Low e editada por Jaak Panksepp, Diana Reiss, David Edelman, Bruno Van Swinderen, Philip Low e Christof Koch. A Declaração foi anunciada publicamente em Cambridge, Reino Unido, em 7 de julho de 2012, na Conferência sobre a Consciência em Animais Humanos e não Humanos em memória a Francis Crick, realizada no Churchill College da Universidade de Cambridge, por Low, Edelman e Koch. A Declaração foi assinada por todas as pessoas participantes da conferência, naquela mesma noite, na presença de Stephen Hawking, no Salão Balfour do Hotel du Vin, em Cambridge, Reino Unido. A cerimônia de assinatura foi filmada para a
posteridade pela CBS 60 Minutes.

 

parque de cães helena truksa especialista em comportamento animal psicologia animal

Parques para Cães: assunto polêmico

Todos já devem ter ouvido falar ou mesmo já devem ter levado seus amigos peludos a um parque onde se pode deixá-los soltos e à vontade. Geralmente são chamados parques para cães ou áreas para cães.

Nesses parques, geralmente há uma grande quantidade de cachorros soltos correndo livres e brincando uns com os outros, o que deixa cães e donos extremamente felizes, além dos benefícios à saúde que o exercício ao ar livre promove.

O Parque Ibirapuera, aqui em São Paulo, é um bom exemplo de local onde isso ocorre com frequência.

Porém, existem vários fatores de risco no hábito de levar seu cão a esses parques e deixá-los sem a guia. Muitos desses fatores de risco podem ser extremamente prejudiciais ao seu cachorro e até mesmo a você.

Um deles é o fato da maioria dos cães serem estranhos uns aos outros.

Ou seja, eles vão se conhecer no parque, muitas vezes quando todos já estão sem as respectivas coleiras. O que acontece (embora não seja 100% das vezes) é que nesse momento em que dois ou mais cães estão se conhecendo, pode ocorrer de um deles não tolerar o outro. Aí começa a confusão, que geralmente acaba em uma briga.

Já vi centenas de fotos divulgadas na internet, de situações assim. O resultado varia desde um cão machucado e amedrontado, fugindo do agressor, até dono e cão seriamente feridos indo para o hospital.

Se o dono tenta intervir na briga, pode e acaba sendo alvo do agressor, e às vezes, do seu próprio animal, que o ataca sem perceber, envolvido pela tensão do momento. Os danos provocados pela mordida de um cão à pele e músculos de um humano podem ser extremamente graves. O cidadão acaba tendo uma mutilação na área afetada, e na melhor das hipóteses, uma cicatriz para o resto da vida.

Pense muito bem antes de soltar seu cão num parque para cães. Afinal, os riscos são seus, envolvem seu cão, os outros cães e as demais pessoas que estejam no local (incluindo crianças).

E mais: considero dever de todo profissional que lida com animais (especialmente os adestradores e terapeutas de animais), a divulgação desses dados a seus clientes. Apenas a prevenção pode evitar sequelas físicas e emocionais que uma situação como estas pode causar.

Alex Papagaio entende o que fala Helena Truksa Especialista em Comportamento Animal

Papagaio entende o que fala!

Ainda há muito o que se estudar sobre a compreensão e uso de linguagem humana por aves da família dos Psitacídeos (papagaios, araras, periquitos, etc), mas já se pode dizer que, de certa forma, papagaio entende o que fala.

Estudos recentes comprovam que o papagaio-cinza-africano (Psittacus erithacus) é capaz de aprender um grande número de palavras e usar esse vocabulário para expressar seu interesse por algum objeto que ele queira, ou por alguma comida específica.

A pesquisadora norte-americana Irene Pepperberg vem desenvolvendo experimentos científicos com essa espécie de ave desde a década de 1970, e assegura que eles conseguem formar conceitos complexos como a relação de “igualdade e diferença”.

Ela ensina alguns nomes de objetos ao papagaio, e os apresenta a ele. Então, com os objetos numa bandeja, lado a lado, em frente à ave, Pepperberg pergunta “Qual a diferença?”. E o animal responde: “Cor”.

São vários objetos de cores variadas e formatos iguais.

Ela pode perguntar também, sobre o mesmo grupo de objetos, “Qual a semelhança?”, ao que o papagaio responde “Forma”.

Esse é apenas um breve exemplo das capacidades mentais de animais incríveis, como os papagaios.

Em breve, abordaremos outros temas relacionados à inteligência das aves e de que forma o estudo da Cognição em aves se relaciona com os humanos.

 

Helena Truksa

Bióloga, Esp. Comportamento Animal

CRBio 116350/01-D