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Categoria: Comportamento canino

cachorro ou lobo

Convite a uma reflexão: Você é o líder ou pai/mãe do seu cão?

Temos dois principais tipos de tutores de cães, aqueles que tratam o cão como um lobo doméstico e assumem o papel de “líder da matilha”, e os que tratam seus cães como filhos peludos e com quatro patas. Mas afinal quem está certo? Para responder esta questão o convido para uma reflexão em cima desta leitura onde abordarei a teoria da dominância e as bases do relacionamento do cão com o ser humano.

Sobre a teoria da dominância:

“Os lobos formam grupos baseados em uma hierarquia estruturada e competem para se tornar o ‘alfa’. Afirmam sua dominância sobre outros lobos de forma agressiva sempre visando garantir o melhor para o bando. Os cães por descenderem dos lobos, portanto, irão fazer o mesmo. Mesmo que o cachorro viva com humanos, ele deverá sempre ser um membro de uma matilha, por isso o tutor e sua família têm que ter a “posição” mais elevada do que a do cachorro para ter o respeito dele”.  Tais afirmações são amplamente difundidas em diversos livros de adestramento e até programas de televisão! O que há de errado nestas afirmações? Tudo!

20150421_182632 (2)Primeiramente gostaria de esclarecer que é comum dentro da etologia o estudo por comparação entre espécies semelhantes, mas isto não quer dizer que seja a única nem a mais eficaz. Somos geneticamente muito semelhantes aos gorilas, chipanzés e bonobos, o que não faz automaticamente nos comportarmos igual a eles! Muito do material disponível sobre o comportamento lupino é baseado em estudos feitos com lobos em cativeiro. Diversos exemplares capturados da natureza ou cedidos por zoológicos foram mantidos em um determinado espaço obrigando-os a competir pelos recursos, algo que costumo comparar ao reality show Big Brother, onde diversas pessoas são confinadas em uma casa para competir pelo prêmio.

Limitados dentro deste espaço manipulado e organizado pelos pesquisadores os lobos não expressaram seus comportamentos naturais. Diante daquele ambiente artificial e muito estressante os animais passaram a apresentar diversas anomalias de comportamento, como por exemplo, a promiscuidade. Estudos recentes, com tecnologias como o rastreamento por GPS, permitiram estudar o lobo em seu habitat natural e descobrirmos que a matilha nada mais é do que uma família onde os filhotes mais velhos ajudam os pais na criação dos irmãos mais novos. Os lobos são fiéis, formam casais para toda a vida e os filhotes os acompanham e auxiliam até atingirem a maturidade, por volta dos dois anos, quando se afastam do grupo para procurar um parceiro e constituir sua própria família.

Essa estrutura é muito parecida com as famílias humanas e não são firmadas pela força física como se concluiu equivocadamente nos estudos anteriores. Para resumir a confusão feita, além de no ambiente artificial terem criado uma situação onde não foi possível compreender o comportamento dos próprios lobos, ainda o projetaram nos cães apenas por serem geneticamente muito próximos.

A domesticação separou cães e lobos de seu ancestral comum há pelo menos 15 mil anos, o que alterou muito o comportamento deles em razão da adaptação ao convívio com a nossa espécie. O processo de domesticação alterou tanto os cães que eles não são capazes de formar grupos estáveis nem sobreviverem sem o auxílio do ser humano. Atualmente temos muitos cães que não sabem nem ao menos se comunicar com outros cães, grande maioria porque são separados precocemente da mãe e dos irmãos justamente na fase de seu desenvolvimento assimilaria a identificação com a sua espécie.Tente imaginar os efeitos de milênios de domesticação somados a demais fatores como este! Nunca ouviu ninguém dizer que o seu cão parece pensar que é gente?

Pois é, talvez em meio a toda essa confusão ele possa achar mesmo! Mas a comunicação dos cães e socialização interespecífica são um tema que necessitaria de outro texto para poder deixar o assunto bem claro (inclusive anotei como sugestão de tema para uma próxima oportunidade). Enfim, lobos e cães são espécies diferentes e apresentarem comportamentos diferentes, portanto não devemos tratar nossos cães como lobos domesticados, ainda mais se baseados em uma teoria que já é equivocada sobre o comportamento dos próprios lobos!

Sobre tratar os cães como crianças:

Se você leu o texto até aqui já deve ter entendido que cães não são lobos e não existe este conceito de líder de matilha, mas assim como os cães não são lobos domésticos eles também não são crianças peludas e com quatro patas. A lupinização e humanização são dois dos principais fatores que resultam nos problemas comportamentais que sou chamada para ajudar os tutores a solucionar.  Precisamos a partir de aqui deixar bem claro que lobos são lobos, crianças são humanos e cães são cães.

Estudos científicos recentes apontam através de testes utilizando ressonância magnética que os cães possuem emoções e ativam durante o contato com seus tutores a mesma parte do cérebro que ativam com a mãe quando filhotes. Estudos realizados em humanos chegaram a mesma conclusão, ainda amparados por exames de sangue indicando a produção de oxitocina (conhecido como o hormônio do amor, o mesmo produzido durante pela mãe durante a gestação e responsável por gerar o vínculo com o bebê). Quem convive com cães percebe que há muito amor envolvido e a ciência apenas comprovou o que todo “cachorreiro” já sabia, mas isso não faz com que os cães deixem de ser cães e se tornem pessoas peludas e de quatro patas!

Os cães apesar de todo o processo de domesticação ainda têm necessidades diferentes dos seres humanos e estas são diretamente relacionadas a sua saúde e bem-estar. Cães humanizados sofrem por não poderem expressar seus comportamentos naturais e são frequentemente cobrados de seus tutores como se fossem capazes de um entendimento pertencente exclusivamente aos seres humanos. Quem nunca ouviu algum tutor afirmar que seu cão sabe que fez coisa errada porque percebe que ele se sente culpado depois de aprontar? Quem nunca ouviu alguém reclamar que seu cão é ingrato porque lhe mordeu quando foi tirar-lhe um alimento inadequado da boca? Quem nunca ouviu a afirmativa de que seu cão é muito feliz porque dorme o dia todo as únicas preocupações são comer e dar uma voltinha na quadra para fazer o xixi? Projetamos expectativas demais em nossos cães quando os humanizamos e acabamos por julgá-los equivocadamente. A maioria dos cães domésticos vive em um limbo entre as espécies canina e humana, de forma que não conseguem se comunicar bem com nenhuma das duas. Ter projetado em cima de si expectativas muito maiores do que a sua capacidade te parece algo agradável? Os cães não entendem o porquê estamos frustrados com eles, mas sofrem com nossas reações em relação a eles devido a estas frustrações. Não te parece uma carga muito pesada?

Já vi casos de cães que não saem para passear sem ser no colo ou em carrinhos e bolsas, não podem pisar na grama porque usam sapatinhos e até que passaram muito mal após comerem o delicioso ovo de chocolate que ganharam de presente na Páscoa (chocolate é extremanete tóxico para cães!). Precisamos refletir sobre esse amor, pois se amamos nossos cães devemos aceitá-los como realmente são e não tentar fazer deles caricaturas humanas. Que “graça” tem tirar do cão justamente o que ele tem de mais maravilhoso? O que cativa nos cães é serem tão diferente das pessoas, não julgarem pelas aparências, viverem no presente, demonstrarem seus sentimentos sem medo e sua espontaneidade, dentre tantas outras qualidades!

Os cães urbanos além de passarem muitas horas sozinhos são mantidos em algum nível de privação física e sensorial, o que causa depressão e problemas de comportamento e de saúde. Um cão feliz é aquele que consegue ter satisfeitas as necessidades naturais de sua espécie e raça. Além dos cuidados básicos como alimentação adequada e higiene (vacinas, vermífugos, pulgicida, banhos e etc), cães precisam de atividades físicas, mentais e sociais. Cães precisam correr na grama, rolar em coisas fedorentas (vale deixar apenas antes de entrar direto para o banho, ok!), perseguir passarinhos, latir, brincar com outros cães, cheiras as “partes” desses outros cães, experimentar sabores diferentes da ração que é servida todo dia ( consulte um veterinário para saber quais alimentos podem ser oferecidos e quais as quantidades ideais), enfim viverem de modo que possam expressar seus comportamentos naturais. Claro que temos limitações impostas pelos centros urbanos e pela rotina corrida, mas nossos cães merecem que lhes proporcionemos o mais próximo que consigamos chegar disto. Pesquise sobre comportamento e psicologia caninos, enriquecimento ambiental, se necessário, busque o auxílio de um comportamentalista, contrate um dog walker de confiança, para tudo tem um jeito quando se tem vontade! Ser pai ou mãe de cachorro é enfrentar o desafio de compreender uma outra espécie e respeitar sua natureza, se tornar um pouco cão e, consequentemente, uma pessoa melhor!

PS: também pretendo escrever sobre os temas “ a culpa que o cão demonstra quando descobrem suas artes” e enriquecimento ambiental, temas que abordei por cima neste texto e com certeza merecem uma atenção maior.

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Um Cão em Harmonia é um Cão Feliz!

Que tal conviver com um cão em harmonia e feliz?

fotolia_10858188_XSA abordagem a seguir, é direcionada ao bem estar canino, que por sua vez é agente primordial na boa relação do animal com o ambiente que o cerca e consequentemente com todas as relações presentes em seu cotidiano.

É muito comum que se observe em panorama geral o comportamento do cão. Percebendo sinais de irritabilidade, agitação excessiva ou mesmo hostilidade com outros animais ou pessoas. No entanto, estes são comportamentos oriundos de uma série de contextos cotidianos, que a médio prazo podem se consolidar, tornando-se notáveis através das atitudes caninas para com o universo que o cerca.

Cão x Ambiente

Para uma relação harmônica entre o cão e o espaço aonde vive, as possibilidade passam longe de uma ótica limitada a estrutura física do local. O conforto canino tem muito mais ligação ao contexto vivenciado em determinado lugar do que com sua dimensão. Por isso, infelizmente não é incomum que tantos cães que habitam residenciais que contam com quintais enormes, estejam completamente infelizes e/ou apresentem desvios comportamentais, leves ou graves envolvendo compulsões.

Exemplos: Cães que perseguem a própria sombra, que mastigam obcecadamente a própria casinha, mordiscam o próprio corpo ou desenfreadamente persigam qualquer coisa ou ser que se movimente.

Para entender o que seu cão de fato necessita para uma convivência pacifica dentro de sua moradia, seja ela qual for, temos que estar atentos a sua interação com este local e com tudo o que o integra. Sendo de absoluta importância que haja uma dinâmica manutenção deste ambiente, pensada de forma a proporcionar que a mente do cão se nutra com cada espaço por ele ocupado. Possibilitando atividades físicas e principalmente intelectuais de pertencer a este meio, e dessa forma sentir-se em sintonia com ele.

Cão x Cão

Um cão que não se relaciona bem com o ambiente aonde vive/convive, não irá se relacionar bem com qualquer outro animal ou ser humano.

E mesmo que hajam diferentes apresentações dessa desarmonia, todas elas resultarão em uma só realidade, seja ela evidente a olho nu ou não: O desequilíbrio na socialização do cão.

E isso raramente se limitará a outros cães e animais. Pode hora outra se manifestar em hábitos ou atitudes indesejáveis por parte do cão, para com tudo o que fizer parte de seu dia a dia. O que incluí as pessoas, demais animais e todo o cenário que compõe sua rotina.

Se conseguirmos atender as necessidades individuais de um cão, damos o primeiro passo para apresenta-lo de forma pacifica a qualquer novo estímulo ou interação. Em outra oportunidade, pretendo abordar com maior enfoque tal contexto.

Considerações importantes:

Para oportunizar ao nosso companheiro canino pleno bem estar, é muito necessário ir além do conhecimento a cerca de sua espécie, é fundamental que haja atenção as características individuais do cão em questão.

Para que ocorra estabilidade, o nível de energia do animal precisa estar em compatibilidade com a intensidade de atividades por ele realizadas. Algo que para alguns cães, se torna quase impraticável suprir com uma rotina doméstica comum. Tendo em vista que a espécie canina, possuí nata capacidade de manter-se em atividade com pleno vigor e tenacidade por longos períodos, se isso estiver associado a um cão de temperamento hiperativo, é lógico que muito deverá ser adaptado para que suas necessidades de gasto energético sejam atendidas de forma satisfatória.

As diferenças entre um cão e outro não são meramente físicas e comportamentais, estas diferenças tem relação precisamente com as necessidades individuais de cada cão. E é a partir dessas diferenças que se torna possível compreender o que é preciso para estruturar uma rotina capaz de proporcionar real bem estar a este animal. Pois intimamente ligada a todos os aspectos comportamentais do cão, está o nível de relaxamento no qual sua mente se encontra. Um cão frustrado, entediado, amedrontado, ansioso ou mesmo entristecido, será um cão que certamente não demonstrará uma relação agradável com o ambiente e/ou como aqueles que compõe o ambiente.

Evidentemente existem muitos outros fatores capazes de influenciar a desarmonia do cão no ambiente em que vive. No entanto, para identificar corretamente a particularidade de cada situação é recomendável buscar ajuda de um profissional em comportamento canino, confiável, que trabalhe com métodos atualizados em sua cidade.

Guarda Responsável – Parte 2: Em Ação…

Depois de refletir um pouco mais a respeito do assunto, é hora de entender o que de fato cabe a cada um de nós exercer como tutores e cidadãos.

É natural do comportamento e dos instintos caninos, buscar por atividades enraizadas a sua essência. Assim como; a caça, a reprodução e comportamentos relativos ao trabalho que naturalmente estariam realizando se não estivessem conosco.

A partir disso, também é comum que busquem formas de executar isso em ambiente doméstico. O que pode por muitas vezes se tornar inconveniente e até mesmo perigoso.

presp2E é nessa hora que precisamos assumir o papel de responsabilidade por aquilo que foi por nossa espécie cativado, desde o momento em que nossos antepassados domesticaram caninos impondo tantas alterações e adaptações as suas rotinas.

Certamente não podemos e nem mesmo devemos impedir os cães de agirem como cães. Todavia é de nossa total competência oferecer-lhes alternativas e possibilitar-lhes melhor convivência com este ambiente pouco familiarizado as suas ações e necessidades.

Um bom exemplo daquilo que podemos fazer por um cão, é atenuar sua frustração. Proporcionando-lhe muito além de mantê-lo em ambiente seguro, oferecer água fresca, boa alimentação, saúde em dia e carinho, doses diárias de exercícios e interações motivadoras. Que impulsionem seu interesse e estimulem sua energia física e mental.

Outro excelente benefício completamente acessível para reduzir a frustração e excitação excessiva dos cães (pets), é optar pela castração. Evitando assim, estímulos que propiciam fugas, agressividade com pessoas e com outros animais. Além de ser altamente recomendado pela medicina veterinária como ônus para uma vida mais longa e saudável.

Que tipo de exercícios ou estímulos posso proporcionar ao meu cão?

Repito que os cães, são animais altamente vigorosos por essência. Com isso, estão habilitados a caminhar por muitas horas e percorrer longas distâncias utilizando e exercitando naturalmente todos os seus sentidos. Por isso, uma das principais formas de atividade que podemos introduzir a rotina dos nossos cães é a caminhada diária.

Independente do espaço físico que esse cão venha a ter em ambiente doméstico, essa prática é essencial para seu bem estar integral.

Sempre levando em consideração o grau de atividade de cada cão, respeitando seus limites físicos e temperamentais, essa é sem dúvida uma excelente conduta, além de ser uma forma muito rica de interação entre cão e tutor.

Lembrando que também é fator ouro da guarda responsável, é utilizar métodos seguros e agradáveis na hora de caminhar com nossos cães.

Uma guia firme de tamanho médio , a coleira adequada ao porte e comportamento do animal, tal como a identificação e higienização do mesmo, são algumas das principais atitudes que devemos tomar quando compartilhamos com nossos cães esses momentos tão importantes e úteis para suas e para as nossas vidas.

Um pouco mais adiante no aspecto estímulo, existem também maneiras de fornecer ao cão melhor aproveitamento ambiental. Ativando sua mente e canalizando toda a sua energia através de atividades e brincadeiras que se assemelham bastante as ações que ele poderia exercer em ambiente natural.

Exemplos disso?

Hoje existe no mercado pet, inúmeras ferramentas que produzem tal experiência. Como os quebra-cabeças caninos, brinquedos inteligentes, recheáveis e muitos outros itens de extremo proveito na aproximação do cão doméstico a suas origens e ao suprimento de suas autênticas necessidades. Porém, infelizmente esta ainda não é uma possibilidade financeiramente acessível a todos. O que assim mesmo não impede que usemos de nossa capacidade criativa para buscar interações semelhantes com aquilo que temos em mãos.

Uma garrafa pet, por exemplo, pode se transformar em um brinquedo recheável (devidamente removidas; toda a estrutura da tampa, tampa e rótulo). Assim como uma simples caixa de sapatos pode se transformar em um quebra-cabeças e um pedaçinho do quintal pode virar um labirinto de caça. Tudo depende da nossa determinação em materializar o conhecimento adquirido em benefício dos nossos tão queridos animais de estimação.

Em situação normal, um cão saudável, bem assistido, que possuí alimentação de qualidade, socialização e afeto, é um cão feliz e que nãooferece qualquer incomodo aos tutores e a sociedade.

Portanto, guarda responsável é tudo aquilo que praticamos de forma coerente e disciplinada com o propósito de oferecer uma vida digna ao animal que escolhemos trazer para junto de nós.

Lutar pela expansão dessa conduta, é sem dúvida a mais viável forma de tornar cada vez mais raras as pequenas cenas diárias de extinção que assistimos quando encontramos um cão faminto, doente, fétito, maltratado ou mesmo sem vida na beira de uma rua ou avenida.

Assim como a desenfreada proliferação de cães errantes, cães ‘destrutivos’, ou mesmo cães capazes de comprometer a segurança de pessoas e outros animais.

Quando por qualquer motivo, não nos vemos em situação que viabilize tais ajustes em nosso cotidiano, talvez devamos considerar a atual impossibilidade de introduzir um novo ser a nossa vida.

O que para muitos, pode parecer radical, mas certamente é uma escolha consciente e harmonizada. Que desenvolverá maior compreensão e capacidade de quem sabe em um futuro, de médio a longo prazo, tornar tal opção mais oportuna e proveitosa.

Somente entendendo a dimensão da decisão de manter um animal sob nossos cuidados é possível desfrutar dos tantos aprendizados que a espécie canina pode nos oferecer e ser verdadeiramente feliz por viver essa experiência que é tão intensa e única.

Clique aqui e acompanhe a primeira parte desta publicação.

Não é a raça, mas a criação! Sobre o caso do pit bull de Canoas / RS

Sempre que ocorre um caso de ataque envolvendo cães da raça pit bull há uma grande mobilização contrária à raça e apontando-a como o único ou principal fator responsável pela tragédia. É importante salientar que todo cachorro pode morder, o que acontece é que cada cão reage de forma diferente a cada situação, o que no estudo do comportamento canino chamamos de “gatilhos de reatividade”. Cães podem morder para proteger seu território ou alimento, por medo e outros diversos motivos. Estudos revelam que poodles, pinschers e até beagles tem índice maior de ataques do que pit bulls, mas estes casos curiosamente não viram manchete. Claro que cães grandes ou fortes causam ferimentos de maior gravidade, mas isso não os torna assassinos natos!

Cabe ressaltar que as raças são resultado de cruzamentos selecionados pelo homem para atender determinadas funções, tais como guarda, pastoreio, caça e companhia. Dentro desta seleção não foram obtidos padrões apenas estéticos, mas também de temperamento, embora toda raça possa apresentar cães com desvio em ambos. Os pit bulls foram selecionados para serem cães de rinha e cruelmente explorados em lutas até a morte durante muitas gerações. Eles foram moldados para serem resistentes em combates e agressivos com outros cães (pit bulls devidamente socializados convivem muito bem com outros animais), nunca com seres humanos. O que acontece é que a raça caiu no gosto de “bad boys” que passaram a utilizá-los para intimidação, como se fossem armas e instigados a apresentar agressividade contra pessoas.

Quanto a essa tragédia em Canoas no Rio Grande do Sul, onde um pit bull atacou e matou a mãe do tutor, se faz necessário destacar que o cão foi “treinado” para guarda em casa com métodos aversivos baseados na equivocada teoria da dominância e técnicas do tipo “faça você mesmo”. Os vizinhos relataram que a vítima e seu filho agrediam o cão frequentemente e que este era submetido a choques, pauladas, disparos de arma e as mais diversas agressões para se tornar um “bom cão de guarda”. Segundo o delegado responsável pelo caso em uma entrevista, o que causou o ataque foi a vítima ter “cutucado” o cão com um rodo para que ele saísse do caminho. Não é necessário explicar que o cão fez apenas exatamente aquilo para o qual estava sendo “treinado”! Jamais se deve utilizar força ou intimidação para educar/treinar um cão, muito menos tentar realizar por conta própria um adestramento tão delicado como o de guarda. Atualmente temos muito material equivocado sobre comportamento e treinamento de cães sendo amplamente divulgado na internet, programas de televisão e até livros, este caso é um exemplo de até onde podem chegar os transtornos psicológicos causados por estes métodos. O cão foi baleado pelo tutor durante o incidente, mas sobreviveu e foi recolhido pelo departamento municipal de bem estar animal onde será tratado, assistido por um adestrador e posteriormente encaminhado para adoção, já o tutor poderá responder processo criminal por homicídio culposo e maus tratos a animais.

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Amar X Respeitar – Será que você respeita o cão que ama?

Há significativas diferenças entre o amor e o respeito para com seu cão.

Poucos são os seres humanos que percebem essa diferença no nível de viabilizar uma boa relação com seus animais.

E infelizmente na rotina da convivência social é a principal causa da falta de controle existente entre cães e tutores. Forte causa também de acidentes envolvendo cães. E isso é uma verdadeira lástima.

Uma vez que para evitar tais desfechos, somos cercados de informações e ferramentas que viabilizam nosso conhecimento a se ampliar a cada dia.

Mas se temos em mãos todas essas fontes de evolução, tantas possibilidades e facilitações para nossa relação com os cães com que convivemos, por que isto se torna tão complicado na prática?
Simples e estúpido. Porque seres humanos não gostam de lidar com a realidade.

O comum é que se fuja de tudo o que for real e se ostente uma fantasia repleta de miudezas graciosas, mas nada úteis a cerca de nosso cotidiano. O que certamente não é diferente na relação que mantemos com nossos animais de estimação.

Pessoas confundem o encanto dos animais com uma pseudo-humanidade da qual eles jamais fizeram ou farão parte. Com isso, o cão em especial, se torna uma espécie de ‘ser fantástico’, capaz de viver uma cinematográfica vida de peraltices e peculiaridades que certamente nada tem a ver com a sua felicidade quanto espécie.

Em bom e claro português, eis que o amor se fez vilão e o tutor humanizou seu cão. Humanizar um cão através de nossa percepção e lido, não o faz mais humano, mas certamente o torna cada vez menos cão. O afasta de sua natureza e indiretamente agride a sua existência em nosso tão complexo universo.

Eu acredito no amor saudável em prol de uma relação digna e verdadeiramente feliz entre cães e sua família humana!

Eu acredito em nós humanos como seres capazes de crescer através de nossas relações. Acredito em nossa natureza intelectual e em nossa pureza de alma. E por isso eu trabalho com extrema seriedade para conduzir e intermediar este lindo e tão único elo com aquele que é sem dúvida nosso mais leal amigo; o cão!

É realmente um desafiante aprendizado; amar de forma sensata e coerente. No entanto, alimentar o desejo de alcançar esta concepção e torna-la parte do dia a dia entre você e seu cão, é fazer com que a partir deste desejo, torne possível a evolução de seu afeto e consequentemente a maior realização de seus animais em sua experiência junto a você.

O aprimoramento na relação entre humanos e cães, é uma grande possibilidade para todos! Por isso, não deixem jamais de desejar a evolução!

Evoluir é duro, exige trabalho, concessão e uma profunda busca interior pelo respeito livre do egoísmo.

Todavia, é fundamental que possamos nos questionar:

– Estou disposto a mudar a relação com meu cão de forma a fornecer a ele tudo o que de fato condiz com suas necessidades de bem estar?

E assim se permitir a grata conquista de enxergar, gradativamente, em seu empenho para que isso se faça concreto; a felicidade do cão quanto ser vivo.

Um cão não é feliz por ter bens materiais, por não ser contrariado, ter shampoo cheiroso e coleira importada. Não é feliz e não está realizado por ter um pátio enorme, ou mesmo porque passeia e corre livremente.

Por que?

A felicidade de um cachorro é conquistada com muitos detalhes ainda invisíveis para muitos de nós. Pois como já citei, existe imensa dificuldade em enxergar a simplicidade da vida e aceitar a diferença entre as espécies na prática.

A verdadeira plenitude canina é de uma simplicidade espantosa para muitos e digna da admiração de todos.

Além da boa alimentação e atenção permanente a saúde integral do cão, o respeito para com o mesmo requer que o auxiliemos a viver em nosso mundo sem transforma-los no que não são. Sem exigir ou esperar o que não podem oferecer.

É estar atento a sua interação com o ambiente, é direcionar sua mente as regras da nossa sociedade, possibilitando alternativas para que sigam sua essência sem que isso traga problemas para eles ou para nós.

Simplesmente porque um cão não se preocupa em aparentar algo. Um cão se envolve com suas percepções, com o presente daquilo que vive.

Podemos ver um cão correndo, latindo para todos os lados e interpretar como um doce momento de liberdade. Porém para um olhar mais apurado, não é raro entender que se trata de um cão extremamente desequilibrado e frustrado.

Um cão pode se sentir muito mais alegre, na guia, ao lado de seu tutor, usando uma coleira confortável do que solto, muitas vezes confuso ou incomodado por não entender como agir. Contudo, a visão que temos do que ele nos demonstra, está associada ao que cultivamos como convicção. Mesmo que muitas vezes isso de nada tenha a ver com o que se passa na mente do animal.

E é este o ponto exato do tema que acabo de abordar. Quando isso parece bastar, é porque o amor e o respeito estão em desnível.

Para obter harmonia entre amor e respeito, a única coisa a ser feita é não ignorar esta diferença.

Agir com inteligência para usufruir da riqueza deste convívio é o melhor caminho para que todo o amor que sente por seu cão assegure uma vida completa para você e para ele.

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Latidos – Muito além do som

latidosO latido também faz parte da linguagem natural dos cães. Alguns cães são mais sonoros do que outros, por isso podem se comunicar mais através de latidos; seja nas brincadeiras ou mesmo nas interações com seus tutores e outros cães.

Porém, não é incomum que algumas pessoas se incomodem com o ladrar dos cães e busquem uma forma de cessar este hábito.

No entanto devemos sempre considerar alguns fatores antes de intervir nesta forma de comunicação do cão. Entre estas considerações as principais são:

1) Estes latidos acontecem em situações específicas ou a todo momento sem qualquer motivação aparente?
2) Existe excesso/’compulsão’, ou alguma característica agressiva nessa conduta?
3) Há um excesso por parte do meu cão ou apenas um incomodo pessoal?
4) É de extrema importância assegurar que a saúde do animal se encontra perfeita. Pois muitas vezes latidos aparentemente sem lógica, ocultam algum desconforto físico, orgânico e também dor.

Após cautelosa avaliação, podemos entender se existe de fato razão para um trabalho mais elaborado para atenuar este comportamento.

Os cães e os fogos de artifício

O barulho estrondoso dos fogos de artifício deixa muitos cães nervosos, com medo ou assustados.

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Quando se aproxima o natal, ano novo ou alguma festa popular, a preocupação dos donos de cães é quase sempre como fazer com que o cão não se descontrole nesses momentos.

Primeiramente é importante saber que os cachorros possuem a audição quatro vezes mais potente do que a dos humanos. Assim, fica fácil entender a relação entre os cães e os fogos de artifício.

Os cães que não estão habituados ao barulho ou sons intensos geralmente reagem mal aos fogos de artifício. Alguns cães mostram-se incomodados, mas outros podem mesmo desenvolver fobias e entrar em pânico.

Muitos animais fogem apavorados e acabam perdidos e/ou atropelados; outros na ânsia de se livrarem do intenso barulho terminam enforcados em suas próprias correntes, coleiras; alguns animais têm convulsões; há ainda os que pulam das janelas de apartamentos, tamanho o pavor que sentem dos fogos. Não é difícil que um animal mude completamente seu comportamento após passar pela tortura de não ter como se livrar da intensa queima de fogos.

O pior de tudo é que nessas épocas, dificilmente se encontrará veterinários disponíveis para um atendimento emergencial, daí, o mais acertado é prevenir.

Sinais de medo

Não é difícil reconhecer quando um cão sofre com os sons intensos. Para isso basta observar como o cão muda radicalmente a sua atitude e comportamento.

Alguns sinais de ansiedade causados pelos fogos de artifício e outros sons intensos:

Tremores, Hiperatividade, Roer ou atacar objetos, Esconder-se, Arfar, Procurar atenção, (Tentar) Fugir, “Chorar”, Ladrar (Latir)

Como agir

O primeiro instinto dos donos é acalmar o cão, fazendo carícias e falando com voz terna. Mas os cães não pensam da mesma maneira que os humanos e ao reagir desta forma, os donos estão incentivando o medo, como que dizendo: “tem razão em agir desta forma”. Perante isso, os cães vão reforçar o comportamento, ou seja, vão se mostrar mais medrosos e ansiosos sempre que ouvirem barulhos intensos.

Por mais difícil que seja, os donos devem ignorar qualquer sinal de medo e recompensar o cão sempre que este se mostre calmo. Só inspirando confiança no cão, é que ele perde progressivamente o medo. Ou seja, se o cão começar a tremer, o dono não deve afagá-lo; se o cão se esconder, o dono não deve falar de forma terna. Use o seu tom normal para chamar o cão e cada passo que ele der em frente, recompense-o com elogios. Não deve também castigá-lo por mostrar medo. Leve o cão à cama dele para que aí se sinta em segurança. Se o cão não relaxar, tente brincar com ele.

A boa notícia para os donos é que os foguetes são fáceis de prever. Durante épocas de festa e no ano novo, tente minimizar a ação dos fogos de artifício no seu cão. Ter um cão implica sacrifício e o mais aconselhável é estar com ele nesses momentos. Os cães descontrolados e em pânico podem destruir a casa, atacando tapetes, atirando-se contra as portas, derrubar mesas, etc. É da responsabilidade do dono certificar-se que o cão se encontra em segurança. Além disso, a atitude calma e confiante do dono é vital para o cão nestas alturas.

Algumas medidas:

Fique na mesma sala (área) que o cão, não o deixe sozinho. Certifique-se que ele não tem como fugir do local onde se encontra. Feche as persianas e as cortinas para isolar o som e a luz. Ligue a televisão ou o rádio ou ponha um CD/DVD a tocar. Prepare um abrigo dentro de casa, uma espécie de toca, longe da janela, onde o cão possa “se abrigar”. Pode ser uma mesa coberta com uma toalha. Leve o cão até lá e dê-lhe um dos brinquedos para se distrair. Se a cama ou local de descanso do cão está junto da janela, coloque-a atrás de um sofá ou numa parte mais isolada da casa. Se conhecer um cão sociável que não tenha medo de sons intensos, traga-o para junto do seu, para lhe dar confiança. Compre/Faça um novo brinquedo e dê-lhe pouco antes dos foguetes. Utilize brinquedos recheados com comida e dê-lhe pouco tempo antes. Não leve o cão para fazer necessidades enquanto durarem os fogos de artifício. Antecipe o passeio para que o cão não faça necessidades devido ao medo. Alimente-o uma hora antes dos fogos de artifício começarem, para que esteja com sono na altura de soltar os foguetes. Nunca leve o cão a um espetáculo de fogos de artifício.

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Dessensibilização

As fobias dos cães podem ser anuladas se for desenvolvido um trabalho de dessensibilização. Isto é, ir progressivamente expondo o cão a sons, cada vez mais intensos e associando estes sons a coisas agradáveis, tais como comida. Procure um treinador ou pesquise produtos no mercado, existem CD’s comercializados com esse objetivo.

Em cachorros pequenos, que ainda não adquiriram medos, exponha-os aos barulhos normais do cotidiano. A cozinha é sempre um bom local para isso, uma vez que os pratos, panelas e talheres geram sempre barulho a serem manuseados. Embora não os dessensibilize em relação aos fogos-de-artifício, pode pelo menos ajudar a habituá-lo a sons mais intensos para que não entre em pânico.

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Entenda por que a audição dos cães é mais sensível que a dos humanos:

Os cães possuem uma capacidade auditiva diferente do ser humano. Assim, para efeitos de comparação, o ouvido canino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hz (Hz = Hertz, uma unidade de medida da frequência de uma onda) e 40.000 Hz; já o homem percebe sons na faixa de 10 Hz a 20.000 Hz. Além disso, os cães conseguem detectar sons quatro vezes mais distantes que o ser humano. Isto acontece por razões de evolução e adaptação: o ser humano, com seus olhos posicionados bem à frente (ao contrário dos cães, que são mais laterais), consegue focar um objeto com maior precisão, além de ter um campo visual maior. Com esse aprimoramento da visão, a audição ficou em segundo plano. Nos cães, há maior dependência do sentido auditivo que nos homens; assim, sua audição deve “compensar” a sua visão. Por fim, o ser humano se tornou tão especializado em suas faculdades mentais (cognição e raciocínio) que a audição é apenas mais um suporte ao processo (junto com todos os outros sentidos).

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LEMBRE-SE:

.Os Perigos dos Fogos:

Fugas: tornando-se animais perdidos, atropelados e que vão provocar acidentes.

Mortes: enforcando-se na própria coleira quando não conseguem rompê-la pra fugir; atirando-se de janelas; atravessando portas de vidro; batendo a cabeça contra paredes e grades.

Graves ferimentos: quando atingido ou, sem saber, abocanhando um rojão achando que é algum objeto para brincar.

Comprometimento da audição: O deslocamento de ar provocado por estas explosões é que causa o estrondo que ouvimos. Aparentemente, se um artefato deste explodir muito próximo ao cão, pode ocorrer dano físico ao tímpano (ruptura ou laceração).

Traumas: com mudanças de temperamento para agressividade.

Ataques: investidas contra os próprios donos e outras pessoas.

Brigas: com outros animais com os quais convivem, inclusive.

Mutilações: no desespero de fugir chegam a se mutilar ao tentar atravessar grades e portões.

Convulsões (ataque epileptiformes).

Afogamento em piscinas.

Quedas de andares e alturas superiores.

– Aprisionamentos indesejados em porões e em lugares de difícil acesso.

Paradas cardiorrespiratórias, etc.

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Recomendações para com os animais:

– Acomodar os animais dentro de casa, em lugar onde possam se sentir em segurança, com iluminação suave e, se possível, um rádio ligado com música;

– Fechar portas e janelas para evitar fugas e suicídios;

– Dar alimentos leves pois distúrbios digestivos provocados pelo pânico podem matar (torção de estômago, por exemplo);

– Não deixar muitos cães juntos, pois irritados pelo barulho, podem brigar até a morte. Tente deixá-los em quartos separados, pois, na hora dos fogos, eles poderão morder uns aos outros, no desespero;

– Um pouco antes da meia noite, leve o seu animal para perto da tv ou aparelho de som e aumente aos poucos o volume, de tal forma que ele se distraia e se acostume com o som alto. Assim não ficará tão assustado com o barulho intenso e inesperado dos fogos;

– Jamais deixe o animal acorrentado, pois ele acaba se enforcando em função do pânico. O ideal é deixá-lo em um recinto fechado, sem as correntes e guia;

– Alguns veterinários aconselham o uso de tampões de algodão nos ouvidos que podem ser colocados minutos antes e retirados logo após os fogos. Esse procedimento ajudará muito aliviar o desespero que sentem na hora dos fogos;

– Piscinas também podem oferecer risco de morte ao seu animal. Deixe a piscina protegida e os animais bem longe dela.

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10 motivos para adestrar seu cão

 

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Sabendo que o cachorro hoje em dia é um membro da família e recebe tanto amor e carinho nada é mais justo do que dar a ele uma boa educação!

Quando falamos em adestramento, abrimos um grande leque de pensamentos, dúvidas, conceitos e também preconceitos, preconceitos estes que vem sendo quebrados a cada dia, abrindo assim muitas portas para esta incrível maneira de facilitar a vida tanto do homem quanto do cão!

Antigamente só se via cães adestrados para missões difíceis, como os cães da polícia e do exercito que recebiam treinamentos para participar de guerras e outros combates, ou seja, ficou por muito tempo associado á situações de agressividade e brutalidade.

Com o passar do tempo o convívio entre humanos e cães foi aumentando e dando cada vez mais espaço aos cães de companhia! Hoje em dia a maioria das famílias tem pelo menos um cão e ter um cachorro em casa já não é mais apenas um luxo, vem se tornando quase uma necessidade! As pessoas vem precisando cada vez mais de companhia e carinho. Com muitas pesquisas apontando os benefícios de se conviver com um bichinho de estimação o número de pessoas adotando ou comprando animais não para de crescer e o cachorro ainda é o favorito!

Com esta convivência tão estreita as famílias atuais vem encontrando algumas dificuldades de relacionamento com seus cãezinhos muitas vezes humanizados, ou com desvios comportamentais, sem limites, agressivos, teimosos, ou até mesmo considerados por suas famílias “hiperativos”, cães destruidores dentre muitas outras queixas… E a partir disso começam a buscar ajuda através do adestramento. Na maioria das vezes esses problemas comportamentais surgem pela má interpretação dos donos a respeito dos sinais que os seus cães vem apresentando, outras vezes pelo fato de a família não estar suprindo corretamente as necessidades básicas deste cão, necessidades estas que muitas vezes é entendida como comida, água e carinho! E é aí que cada vez mais o adestramento tem sido valorizado e procurado, trazendo excelentes resultados.

E qual é a função do adestramento afinal? O adestramento tem como principal função criar uma linguagem clara e simples de comunicação entre o homem e o cachorro através de comandos. Muitas vezes as pessoas não conseguem educar o seu cão por conta desta falha de comunicação, uns falam de mais, outros falam de menos, tem aqueles que discursão para seus cães quando eles fazem algo errado, outros dão chinelada e tem também aqueles que simplesmente não falam e não fazem nada. O adestramento torna a vida de ambos muito mais fácil e prazerosa!

O treinamento de obediência básica persiste em ensinar comandos como: senta, deita, fica, aqui, junto e também alguns dos tão apreciáveis truques como: dar a pata, cumprimentar, rolar, fingir de morto, ficar em pé, rastejar… estes podem variar de adestrador para adestrador ou serem escolhidos pelos tutores do cãozinho que será adestrado.

Don - cumprimenta

 

Ainda hoje, muitas pessoas tem a sensação de que adestrar vai fazer com que o cãozinho sofra, ou que ele deixe de gostar dos donos, deixe de brincar… Isto não é verdade! Os cães gostam de ter uma função, gostam de trabalhar, gostam de aprender! Existem atualmente métodos modernos que aceleram e facilitam o aprendizado dos cães, fazendo daquele momento em que o cão está sendo treinado um momento muito prazeroso! É incrível observar a alegria com que eles aprendem e executam as tarefas pedidas!

Veja a seguir 10 motivos para adestrar o seu cão:

  1. Estimula a parte cognitiva;
  2. Cria uma linguagem de comunicação;
  3. É um ótimo exercício físico e mental;
  4. Sociabiliza e permite que o cão frequente mais lugares;
  5. Atua na prevenção e resolução de comportamentos indesejáveis;
  6. Aumenta a capacidade de resolução de problemas;
  7. Diminui a ansiedade e o stress
  8. Aproxima você do seu cão;
  9. Facilita o manuseio em consultas veterinárias;
  10. Proporciona lazer e bem estar ao cão;

Dúvidas frequentes:

  • Quando se deve dar início aos treinamentos?

Quanto antes melhor! Se o filhotinho ainda não terminou o quadro de vacinas o treinamento deve ser feito único e exclusivamente em casa para não colocar a vida do filhote em risco, caso o filhote já tenha tomado todas as vacinas, o que acontece por volta do final do terceiro mês de vida, pode fazer aulas tanto em casa como na rua, podendo assim dar início a uma boa socialização.

  • Cães adultos podem ser adestrados?

Sim! Recomendamos o início do treinamento desde filhotes porque é uma fase em que o cérebro deles está muito aberto para receber informações, o que facilita e acelera o aprendizado, o que não significa que cães adultos não aprendam facilmente, a diferença é que o filhotinho é um papel em branco prontinho para ser pintado, enquanto o adulto já tem seus vícios, experiências e algumas vezes até mesmo alguns traumas.

  • Meu cachorro vai se tornar um robô se ele for adestrado?

Não! Adestramento não robotiza! Seu cachorro não vai mudar de personalidade porque está sendo adestrado, não vai deixar de brincar ou pedir carinho, apenas vai ficar mais fácil se comunicar com ele e os hábitos indesejáveis tendem a cessar enquanto outras qualidades irão aparecer.

  • E se meu cachorro for burro e não aprender nada?

Todos os cães são capazes de aprender, cada um no seu ritmo, uns com mais facilidade outros com menos mas todos podem aprender e alcançar bons resultados.

  • O adestramento fica para sempre?

Isso só depende de você! Se o seu cachorro encerrar os treinamentos e nunca mais praticar os comandos aprendidos, ele acaba esquecendo alguns comandos, pode ficar mais teimoso ou mais lento para atender aos comandos, mas se você introduzir estes comandos aprendidos no dia a dia do cachorro como uma rotina você estará fortalecendo os comandos e seu cachorro não esquecerá, caso você perceba que a qualidade das respostas estão caindo talvez seja interessante retomar algumas aulas. É importante fazer algumas aulas junto com o seu cão e o profissional que estará adestrando para entender um pouco mais sobre como funciona o aprendizado do cachorro, como usar os comandos, que comando deve ser usado em determinadas situações e praticar os exercícios em conjunto.

Agora que vocês já sabem um pouco mais sobre adestramento, está na hora de avaliar se o seu cãozinho já está pronto ou não para iniciar as aulas! Dê esta prova de amor á ele! Lembre-se que quanto melhor ele se comportar, quanto mais fácil ele for de se lidar mais próximos vocês irão ficar! Não espere os problemas aparecerem e todos poderão viver em harmonia e com qualidade de vida!

Quem ama educa!

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Seu cachorro sabe quando você está triste?

Quem aqui tem um cachorro de estimação provavelmente sabe que o animal é mais inteligente e emocional do que a maior parte das pessoas pensa. Isso porque sempre dizemos que o cachorro nos “entende”, sabendo quando estamos tristes, felizes ou passando por outros estados emocionais. E agora um estudo afirma que, realmente, os cachorros têm uma reação quando estamos chorando. A questão ainda a ser respondida é se isso é por empatia.

O espectro do estudo foi pequeno, incluindo 18 cães. A pessoa passava pelo animal em duas situações, chorando ou cantarolando. No fim, a maioria – 15 cachorros – se dirigiu até a pessoa quando essa estava mal, e apenas seis deles quando ela parecia bem.

“O fato dos cachorros diferenciarem entre o choro e o canto indica que a reposta dada ao choro não foi movida puramente pela curiosidade. Mas sim que isso gerou um apelo emocional maior nos cachorros e provocou uma reposta diferente do canto ou da conversa”, afirma a pesquisadora e psicóloga, Deborah Custance.

Além dos cachorros irem ao encontro da pessoa que chorava, treze dos quinze se aproximaram de maneira submissa, abaixando o rabo e a cabeça. Não é possível comprovar que isso seja uma atitude empática, mas parece que os animais sabem mesmo quando o dono não está bem.

Outro estudo recente comprovou que, no que toca ao entendimento canino e humano, os cachorros são melhores até do que os chimpanzés, que são nossos parentes mais próximos. A ideia da pesquisa era uma pessoa apontar um objeto para o animal, tanto para o cachorro quanto para o macaco, e aguardar que ele o trouxesse. O teste foi feito com gatos também, e apesar de alguns deles se mostrarem “melhores amigos do homem”, os cachorros ainda mantém sua posição de liderança.

E os resultados dependeram da raça do cão, em ambos os estudos. No caso do primeiro, foram usados labradores, retrievers e outras raças comuns. No segundo, foram usados tipos diferentes de cachorros, entre caçadores e domésticos. As raças domesticadas acabaram sendo melhores. Isso prova que é importante saber a genética do cachorro que se está lidando.

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Fonte: HypeScience 

Como identificar a depressão em cães e o que fazer

Os cães podem sofrer de distúrbios de humor associados à depressão, assim como os seres humanos. Mas por que isso acontece? Como diagnosticar a depressão em cães? Qual é a solução?

Alterações no ambiente são uma das principais causas

A depressão nos cães geralmente é resultado de uma situação traumática. Mudanças repentinas podem levar a essa condição: a chegada de outro cão ou de um bebê, mudança de residência, alteração na rotina do dono, morte de outro animal de estimação ou de um membro da família, situações estressantes como uma briga com outro cachorro e até mesmo alterações no clima, como a chegada do inverno.

Além disso, a depressão também pode estar relacionada às decisões dos donos em relação aos animais de estimação, como a superproteção, a falta de estímulo à socialização com outros cães e à prática de exercícios. Esses comportamentos mostram a falta de um bom direcionamento por parte do dono e podem causar doenças mentais que levam ao o mau comportamento e à depressão.

Comportamentos que permitem identificar o problema

©HubertFiguière/CreativeCommons
©HubertFiguière/CreativeCommons

Assim como os seres humanos, os cães costumam mostrar sinais de depressão. Os sintomas, no entanto, nem sempre são fáceis de identificar e podem ser confundidos com cansaço ou tédio, desviando a atenção de um problema mais grave e profundo.

Entre os comportamentos que permitem identificar o problema, podemos mencionar:

Falta de interação com outros cães e inatividade em casa ou em locais públicos: animais deprimidos podem deixar de socializar com outros animais e se afastar sem dar atenção às insistentes provocações para brincar.

Isso pode estar associado a outro sintoma, a inatividade, já que os cães nesse estado costumam ter falta de interesse em atividades como correr ou passear. Além disso, podemos notar que seus movimentos são mais lentos que o habitual.

Mudança de apetite: o cão deprimido costuma exteriorizar o problema alterando seus hábitos alimentares. Ele pode deixar de comer ou comer demais, aumentando repentinamente de peso.

Alterações no sono: os cães deprimidos geralmente dormem mais. Outros ficam mais nervosos e inquietos, o que os impede de pegar no sono.

Comportamentos estranhos: o cão também pode apresentar comportamentos fora do normal, como gemer e choramingar com frequência, ficar nervoso, indo de um lado para o outro, apegar-se excessivamente ao dono ou ficar escondido durante horas. Em casos mais graves, pode apresentar comportamentos autodestrutivos, como bater contra a parede, automutilar-se ou parar de comer.

Dicas para enfrentar a depressão em cães

Quando o cão apresenta com frequência algum desses sintomas, o primeiro passo consiste em consultar um veterinário para identificar o problema. Os comportamentos mencionados podem ser consequência de algum problema físico e não estar necessariamente relacionados à depressão.

Se, após a consulta, as suspeitas recaírem sobre um distúrbio de humor, é importante identificar as causas do problema. Depois desse passo, é possível tomar algumas ações, dependendo do conflito que causou a depressão.

Dedicar mais tempo ao cão e mantê-lo ocupado. Se a causa do distúrbio é uma alteração no ambiente, como uma mudança de residência ou modificação nos horários do dono, a melhor saída é destinar um período do dia para passear com o cachorro. Isso ajuda na estimulação mental.

©Cjcj /sxc.hu
©Cjcj /sxc.hu

Durante esse processo, é fundamental manter o cão exercitado e ocupado. Por isso, uma boa estratégia é acompanhá-lo em suas brincadeiras ou atividades favoritas. Além de dedicar mais tempo ao cão, é possível incluir brinquedos interativos para as horas em que não houver ninguém em casa. Isso vai permitir que ele se distraia e brinque por conta própria.

Um aspecto muito importante é evitar estimular constantemente um cão deprimido com prêmios ou petiscos. Ele pode entender que está sendo recompensado por apresentar esse comportamento negativo.

Socializar com outros cães: quando a depressão ocorre pela perda de um companheiro canino, o ideal é levá-lo com frequência a um parque para que ele socialize com outros cães. Também deve-se considerar a possibilidade de ter mais um animal de estimação em casa. Isso deve ser feito com cuidado, já que o cão pode se sentir deslocado.

Medicamentos para tratar a depressão em cães, sim ou não? Quando os métodos descritos não funcionarem, os medicamentos são uma solução possível, sobretudo se a depressão for causada por um desequilíbrio químico. O uso de medicamentos, no entanto, sempre deve ser considerado como última opção, prescrito e acompanhado por um profissional.

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Fonte: Animal Planet