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TOC em cães: Pesquisadores identificam genes

TOC em cães

Correr o tempo todo atrás do rabo, perseguir sombras, roer as próprias patas por horas e horas, todos os dias. Os cães também sofrem do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), e um novo estudo ajuda a explicar por quê.

Os pesquisadores se concentraram em quatro genes ligados ao TOC em cães. Se os mesmos genes forem defeituosos em humanos – e há indícios de que isso acontece – esta linha de pesquisa poderia ajudar os cientistas a desenvolver drogas melhores para combater um distúrbio de difícil tratamento.

“Isso é muito animador porque as doenças psiquiátricas costumam ser hereditárias, e encontrar genes associados a elas é muito difícil”, afirma Elinor Karlsson, bióloga computacional do Instituto Broad da Universidade Harvard.

Os antidepressivos disponíveis para tratar o TOC em cães ou humanos só trazem benefícios a cerca de 50% dos pacientes, e ainda podem causar efeitos colaterais indesejados, acrescenta a pesquisadora.

“Podemos usar a genética para identificar quais vias neuronais são responsáveis por essas doenças? Podemos projetar drogas com uma atuação mais específica sobre essas vias”?, questiona. “Qualquer coisa que possamos usar para detectar exatamente o que há de errado será um grande avanço no tratamento dessas doenças”.

Em vez de lavar as mãos ou acumular objetos, os cães com TOC podem roer cobertores ou correr atrás do próprio rabo mais do que o normal. Muitas vezes, seus donos não conseguem distrair os animais de seus comportamentos obsessivos.

Algumas raças apresentam uma incidência particularmente alta de TOC em cães, sobretudo os dobermans. Como os cães são geneticamente mais simples que os seres humanos, Karlsson e seus colegas analisaram essa raça para estudar os genes associados ao TOC em cães.

Inicialmente, a equipe sequenciou e comparou grande parte do genoma de 90 dobermans com TOC com o de 60 dobermans saudáveis.

Eles procuraram regiões que pareciam ser diferentes em cães doentes e saudáveis, e genes que pareciam ser os mesmos nos dobermans, mas que diferiam em outras raças.

Ao analisar várias áreas suspeitas do genoma, os pesquisadores compararam os genes suspeitos dos dobermans com os genes de uma amostra de bull terriers, pastores de Shetland e pastores alemães, três raças que também apresentam alta incidência de TOC.

Essas análises detectaram quatro genes com uma elevada taxa de mutações em cães com comportamentos obsessivos-compulsivos, informou a equipe na edição deste domingo da revista Genome Biology. Os pesquisadores também encontraram mutações ligadas ao TOC em um pequeno segmento do genoma, bastante afastado de qualquer gene ligado à regulação de genes associados à doença.

Os genes analisados desempenham funções em vias neuronais associadas ao TOC humano, afirma Karlsson, sugerindo que os cães poderiam fornecer um modelo útil para o desenvolvimento de tratamentos melhores para humanos.

“O novo estudo é um grande avanço na resolução do mistério do TOC”, declara Janice Kloer- Matznick, pesquisadora comportamental que estuda a origem dos cães, em Central Point, Oregon. “Mas ainda há um longo caminho para uma compreensão profunda dos mecanismos da doença”.

“Há outras coisas que precisamos descobrir, como comportamentos anormais associados à interação dos alelos. Não existem evidências incontestáveis”, acrescenta. “Isso é muito ruim , pois dificulta a criação de um teste genético simples, que os criadores poderiam usar para selecionar os filhotes e evitar o cruzamento de portadores da doença”.

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Fonte: http://animalplanet.discoverybrasil.uol.com.br/pesquisadores-identificam-genes-do-toc-em-caes/

a evolução paralela de cães e humanos

Cães e Humanos evoluindo juntos por pressões seletivas compartilhadas

Um estudo de sequenciamento genômico sugere que alguns genes têm evoluído em paralelo em humanos e em seus companheiros caninos, possivelmente como resultado de pressões seletivas compartilhadas.

a evolução paralela de cães e humanos

Diversos grupos de genes em humanos e em cães parecem ter evoluído em paralelo, mais precisamente como resultado de ambos viverem no mesmo ambiente desde que nós domesticamos os primeiros companheiros caninos a mais de 14.000 anos, conforme o estudo publicado nesta semana (15 de Maio) na revista Nature Communications.

Um grupo internacional de pesquisadores sequenciou os genomas inteiros de quatro lobos cinzentos, três cães de rua indígenas chineses, e três raças domésticas – um Pastor Alemão, um Pastor Belga Malinois, e um Mastiff Tibetano. A análise do grupo sobre estes genomas colocou o marco de separação entre lobos e cães em meados de 32.000 anos atrás – muito antes da data previamente estimada de quando a domesticação teria tido início. Os resultados sugerem que a domesticação pode ter se iniciado na Ásia, ao invés do Oriente Médio como outros estudos indicaram anteriormente.

Os pesquisadores então identificaram uma lista de genes – incluindo aqueles envolvidos na digestão, metabolistmo, câncer, e a transmissão de serotonina no cérebro – que estão sob pressão de seleção positiva nos cães e nos humanos de forma semelhante.

Segundo os autores, “como a domesticação está frequentemente associada a grandes aumentos na densidade populacional e a condições de vida em ambientes superlotados, estes ambientes “desfavoráveis” podem ter sido a pressão seletiva que direcionou a religação de ambas as espécies,”. Por exemplo, “a seleção positiva nas redes neurológicas, em particular o sistema da serotonina, poderia estar associada com a constante necessidade de agressividade reduzida decorrente dos ambientes superpovoados.”

Bob Wayne, um biólogo evolucionista da Universidade da Caifornia em Los Angeles, disse ao National Geographic que comparações mais profundas entre humanos e outros animais, como cavalos ou ovelhas, poderiam ser úteis para verificar o quão comum é a evolução paralela entre humanos e seus companheiros domesticados. Ele também apontou que a avaliação das sequências caninas de outras partes do mundo é necessária para verificar a data e a localização da domesticação canina.