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Meu Deus, um filhote em casa! O que devo fazer?

Essa é uma pergunta recorrente entre proprietários de animais, especialmente os marinheiros de primeira viagem. Quais cuidados para chegada do filhote em casa? Quando iniciar o adestramento?

A chegada do novo membro da família normalmente é marcada pela felicidade e empolgação, e não é para menos, filhotes possuem aqueles olhos amendoados e um corpo ainda desajeitado que fazem até o coração mais duro amolecer. E, de fato, muitos tutores acabam por achar engraçado e fofo todas as peripécias de um lindo filhotinho. Entretanto com o passar dos dias surgem os primeiros problemas que podem ser desde a escolha de um local correto para fazer as necessidades, destruição de objetos ou até mesmo noites em claro por conta do choro do peludinho.

Todo esse processo exige planejamento, caso contrário os problemas podem  se agravar ao longo do tempo.

Ninhada de labradores, fonte: Flickr de Lisa L Wiedmeier
Ninhada de labradores, fonte: Flickr de Lisa L Wiedmeier

Primeiro passo

A escolha do filhote? Sim! Existem perfis de cães para cada tipo de família e essa escolha vai ser fundamental para o bom desenvolvimento da relação; isso se aplica também a outros animais como gatos, aves, roedores, etc. Hoje em dia existem profissionais sérios que podem auxiliar com consultorias e prevenir problemas desde a raiz.

Ao se optar por cães de raça, é fundamental saber a procedência dos filhotes:  visitar as instalações do canil, questionar sobre conhecer os pais, evitar feiras de animais ou locais em que não seja possível identificar a seriedade dos criadores. Canis sérios realizam poucas crias durante a vida fértil de cada matriz, buscam melhorias genéticas em prol da saúde do animal, possuem instalações limpas, protegidas contra o tempo e com funcionários motivados e carinhosos. Lembre-se  o pedigree não garante que o animal esteja livre de doenças genéticas,  muito menos evita que os criadores cruzem animais doentes, perpetuando tais doenças.  Alguns oferecem garantia contra determinadas doenças, como displasia, catarata congênita, entre outras. Mesmo assim, isso não é uma ciência exata, há riscos e o custo de um animal dessa procedência é alto.

Outra opção – inclusive muito nobre – é a de adotar um peludinho sem raça definida em um centro de resgate. Existem testes de avaliação de perfil que podem ajudar a escolher o animal de acordo com a personalidade, por exemplo, se será mais ativo ou calmo, entre outras características importantes para compatibilidade da família adotante.

A idade correta também é fundamental, o filhote não pode ser separado da mãe e irmãos antes de completar dois meses de vida, e de preferência já deve possuir a primeira dose de vacina V8 ou V10.

Segundo passo

Planejamento do ambiente. Os primeiros dias do filhote na casa nova são complicados para ele, entretanto se o ambiente estiver adequado os problemas serão minimizados e a adaptação será mais fácil.

Providencie a mesma ração que o criador estava oferecendo diminuindo o número de mudanças ao mesmo tempo, leve um fragmento do tecido que o acomodava no canil para que ele se sinta familiarizado nas primeiras noites, determine o lugar que o cão deve comer e fazer suas necessidades, lembrando que estes lugares devem ser distantes entre si, respeitando o instinto natural que os animais possuem, use portões móveis e cercas para garantir a segurança e impedir acidentes com objetos valiosos, evite improvisar obstáculos impróprios já que podem ferir o filhote ou conter componentes químicos nocivos.

A chegada

Caso você possua outros animais, mantenha-os isolados enquanto apresenta a casa ao novo membro da família: deixe-o cheirar, fazer suas necessidades em um local adequado, (como gramado, jardim, sacada).

Permita que descanse  em um ambiente confortável sem muitos estímulos, já que a viagem e a mudança são estressantes. Só então apresente-o a crianças e outros animais, tendo sempre cuidado, pois cães adultos podem não tolerar todas brincadeiras de filhotes, assim como gatos e outros animais.

Filhote com gato, fonte: Flikcr de Sindre Sorhus
Filhote com gato, fonte: Flikcr de Sindre Sorhus

Abaixar ao chegar perto do filhote pode ajuda-lo a sentir-se mais confiante, e esse também é um bom momento para oferecer uma guloseima.

Ensinar o filhote a ficar sozinho também será necessário e pode prevenir muitos problemas.

Brinque com o filhote para que gaste energia e depois lhe ofereça um local adequado para dormir, mas que permita o acesso aos donos caso acorde. Assim, ele vai perceber que pode dormir tranquilamente naquele local e encontrar os tutores quando acordar. Aos poucos aumente o tempo que ele fica sozinho e deste modo você estará ensinando o filhote a passar um tempo sem companhia. Gradualmente você pode evoluir isso para deixá-lo por períodos curtos em determinados cômodos da casa.

Fornecer brinquedos para roer também é uma boa saída para evitar transtornos, mesmo assim tenha ciência de que algum objeto pode ser roído eventualmente, mas o importante é afastar os potenciais riscos e objetos perigosos.

Filhotinho e seu brinquedo de roer, fonte: Flickr de Bukowsky18
Filhotinho e seu brinquedo de roer, fonte: Flickr de Bukowsky18

Nunca reprima um filhote ao pegá-lo fazendo xixi no tapete: isso o fará ter medo de fazê-lo na sua frente, mas não vai ensinar o local correto de fazer. Uma boa dica é retirar acesso nos primeiros dias a lugares permeáveis como tapetes e estofados, pois eles adoram fazer as necessidades em locais assim, ofereça tapetes higiênicos ou jornais em vários pontos, para facilitar o acerto e lhe dar opções. Caso o veja escolhendo adequadamente o local do xixi, elogie muito o peludinho, vale até oferecer um petisco.

Consistência nas regras vai prevenir problemas

A questão é que se você mostra o caminho certo para seu cão dificilmente terá problemas futuros, mas como realizar tais feitos? Parece simples, mas não é. Cães não conseguem abstrair quando podem ou não subir em um sofá, ou entrar em cômodos da casa. É natural, por exemplo, o filhote ainda delicado pular sobre as pessoas quando quer chamar atenção e receber carinho, afinal para ele isso é adequado no mundo canino; todavia a maioria dos humanos não aprecia esse comportamento em um cão adulto gigante com patas de quem acabou de cavar o jardim, e quando o cachorro cresce começa a levar broncas pelos mesmos comportamentos que nutriu desde filhote. Tais broncas são pouco eficientes porque para o cachorro o simples de  fato de receber a bronca é uma forma de atenção, que é o que ele deseja. Assim, desde os primeiros dias as regras devem ser impostas sempre e sem exceção. Esse exemplo deve ser seguido por todos os membros da família e com todas as regras que os tutores decidirem como adequadas à convivência.

Todo animal precisa de amor incondicional, isso siginifica que seu filhotinho tem que ser amado independente do que faça. Em redes sociais vemos muitos vídeos engraçados de cães que parecem arrependidos por terem aprontado alguma coisa, mas na verdade estão apenas com medo porque sentem que seus tutores estão bravos, então mostram submissão. Portanto nada de broncas se não for no ato da travessura, a maior prova de amor incondicional é perceber que sim, as vezes eles destroem nosso jardim, comem o pé da mesa, mas o que seria de nossa vida sem eles?

Fica claro que a educação do filhote deve ser iniciada logo na sua chegada, o adestramento pode ter início também logo após os primeiros meses quando o filhote já estiver ambientado ao local, de preferência com todo esquema de vacinação completo.

Pode-se começar com sessões de curta duração tendo em vista que a capacidade concentração de filhotes é menor, mas isso não impede de ensiná-los, por exemplo, comandos básicos: “senta”, “deita” e “vem”; aos  poucos o adestramento deve ir aumentando de complexidade.

Apesar desses conselhos não existe uma receita única, e um profissional capacitado saberá adaptar e planejar cada passo para que o adestramento seja o mais harmonioso possível, em um momento tão importante onde nasce um tutor e um tutelado.

choros de bebês

O choro de um bebê transcende a espécie

Se uma mãe está fora fazendo compras e ela ouve uma jovem criança chorosa chamando “Mamãe!!”, ela imediatamente dará meia volta para ver de onde vem o som. Isto ocorre quase todas as vezes, mesmo que ela saiba que seu próprio filho está em casa ou na escola. Esta habilidade de reconhecer e responder ao “chamado de stress” dos filhos de outra pessoa não está limitada apenas aos seres humanos. Após perceber que a maioria dos bebês mamíferos tem choros que soam muito parecidos, Susan Lingle da Universidade de Wiinipeg elaborou um estudo e descobriu que veados selvagens no Canadá respondem ao choro de diversas espécies de mamíferos. Estes resultados foram publicados no periódico científico The American Naturalist.

Enquanto os cães têm sido conhecidos por responder ao choro de um bebê humano, não está claro se isto ocorre em decorrência de um atributo comum ao choro de todos os bebês mamíferos ou simplesmente por conta da familiaridade decorrente de milhares de anos de domesticação. Para remover qualquer chance da familiaridade estar afetando o estudo, Lingle e Tobias Riede da Midwestern University obtiveram gravações de choros de stress de filhotes mamíferos de espécies separadas por dezenas de milhões de anos de história evolutiva. As gravações foram tocadas para o veado selvagem através de alto-falantes e incluídos os choros de filhotes de focas, marmotas, gatos, morcegos e humanos.

Quanto os choros estavam dentro de uma faixa na qual veados fêmea estavam acostumadas a ouvir de sua própria prole, elas se demonstraram rápidas em tentar localizar o filhote da gravação, independentemente de qual espécie ele fosse. Se os chamados estivessem fora da faixa de frequência desejada, o choro chamaria a atenção da corça, mas ela não se moveria na direção do som. Se os pesquisadores ajustassem a frequência para recair dentro da faixa e não manipulassem a gravação de nenhuma outra forma, a corça responderia rapidamente e tentaria localizar o bebê.

Os pesquisadores também tocaram sons de veados adultos e predadores locais, incluindo coiotes, que não provocaram uma resposta. Adicionalmente, o veado não respondeu aos chamados de stress de aves canoras ou a chamados que estivessem dentro da faixa de frequência sonora desejada, mas sem a mesma estrutura encontrada nos choros naturais de filhotes mamíferos.

Ainda que haja diferenças em frequência e duração entre as espécies, há também características que têm sido evolutivamente conservadas.

Parece que, muito cedo na história dos mamíferos, as mães necessitaram proteger seus bebês e protegê-los rápido. Um tom que poderia ter causado a resposta mair rápida poderia ter sido altamente selecionado para tal, e poderia ter se tornado altamente conservado através da história. Os pesquisadores sugerem que isto seja um exemplo de sensibilidade inter-espécies que não esteja vinculada a empatia humana ou familiaridade. Isto pode significar que existam também outras áreas do comportamento e emoção sujeitas a transcender as espécies.