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Cães pequenos fazem xixi mais alto para mentir sobre seu tamanho, diz estudo

Você simplesmente não pode confiar em um cachorrinho?

Nós todos sabemos que os cães podem se comunicar através do perfume. Eles urinam em novas áreas, em sua própria casa, e certamente em coisas que outros cães fizeram xixi. Também sabemos que alguns machos levantam as pernas para fazer xixi mais alto. Mas uma nova pesquisa descobriu que cães menores levantam as pernas em um ângulo ainda maior do que os cães maiores, talvez para parecerem maiores.

“Nossas descobertas … fornecem evidências adicionais de que a marcação de cheiro pode ser desonesta”, disseram os autores no estudo publicado recentemente no Journal of Zoology.

Os pesquisadores da Universidade de Cornell primeiro estabeleceram que o ângulo em que um cão levantou a perna é um bom substituto para a altura do xixi. Eles pegaram um monte de cães de abrigo para passear e os filmaram fazendo xixi com um iPhone e, em alguns casos, com uma câmera de alta velocidade. E sim, com base em sua análise, o quão alto o cão levantou a perna poderia prever o quão alto seria o xixi, assim como a massa e a altura do cão.

Cães pequenos mentem seu tamanho fazendo xixi no alto
Fonte: Google

Em seguida, eles analisaram o tamanho de um cachorro em comparação com o quanto ele levantou a perna. Ambos os cães, mais leves e mais baixos, erguiam as pernas em ângulos mais altos do que os cães maiores. Os cachorrinhos pareciam estar tentando deixar uma assinatura de xixi de um cachorro maior. Do estudo:

Assim, mesmo que a altura da marca de urina reflita em parte o tamanho do sinalizador, os cães pequenos parecem “trapacear” usando ângulos maiores de perna elevada para depositar marcas de urina mais altas, exagerando assim seu tamanho.

Os pesquisadores escrevem que pode ser benéfico para os cães “exagerar seu tamanho corporal e habilidades competitivas” para evitar conflitos com outros cães. O estudo também contribui para um crescente corpo de pesquisas que sustentam que cães menores e cães maiores se comportam de maneira diferente. Os pesquisadores apontam que o estudo tem seus limites e outras possíveis interpretações. Talvez cães grandes não possam levantar as pernas tão alto quanto cães pequenos, por exemplo. E seria uma pesquisa futura determinar como os cães reagem às diferentes alturas das marcas de cheiro. Mas eles apontam que outros viram exemplos de “sinalização desonesta” em outras espécies, como o mangusto-anão, em que marcas de cheiro aparecem em locais inesperados, dado o tamanho do animal. Então da próxima vez que você ver um cachorrinho fazer xixi, pergunte a ele: o que você está tentando provar?

 

[Gizmodo – Journal of Zoology via New Scientist]
Como os cães pensam Kelp redes neurais Ethos Animal comportamento

Como os cães pensam? Rede neural treinada através do comportamento canino

Pesquisadores treinam inteligência artificial com o comportamento canino para melhor entender como pensam.

Pesquisadores da Universidade de Washington e do Allen Institute treinaram redes neurais para tentar compreender o comportamento dos cães. Na experiência, foram utilizadas filmagens e capturas de movimento de um cão de raça Malamute do Alaska, utilizando uma câmara GoPro montada na sua cabeça e sensores de movimento ligados às suas penas e corpo. Ao todo foram capturados cerca de 380 vídeos das atividades do quotidiano da cadela Kelp, enquanto passeava e brincava.

Os pesquisadores utilizaram a informação capturada para alimentar a inteligência artificial através de deep learning. Através desta técnica foi possível cruzar a informação dos sensores dos membros da cadela com as filmagens do que estava a observar, levando a máquina a antecipar como o animal reagiria em determinadas situações.

Como exemplo, se fosse arremessada uma bola, a IA saberia que a cadela iria persegui-la. Para além disso, outros comportamentos demonstrados através de inteligência visual foram anotados, como o reconhecimento de comida, os obstáculos e reações a outros animais e humanos.

Após treinar a rede neural com o comportamento do cão, os pesquisadores testaram a IA para perceber se o computador aprendeu alguma coisa sobre o mundo que não fosse explicitamente programado. Foram feitos dois testes à rede: um deles para identificar diferentes cenários, tais como interiores, exteriores, escadas, etc., e o outro, os locais que a cadela poderia percorrer.

A rede respondeu com grande precisão através da informação anteriormente recolhida, prevendo como a cadela se movia nos vários cenários e como decidia mudar de um estado de comportamento para outro. Foi assim demonstrado como a IA aprendeu com o comportamento da cadela para generalizar outras tarefas.

Através deste sistema em que a rede neural foi alimentada com imagens diretas de vídeo e informações geradas pelos sensores de movimentos, os investigadores afirmam que a IA aprendeu sem a necessidade de introduzir informações manuais ou descrições detalhadas previamente sobre o comportamento do animal.

O estudo concluiu que será possível estender a experiência a outros agentes e cenários. Além disso, a investigação centrou-se apenas na informação visual, ficando de fora outros canais de interação com o mundo, tais como o som, o toque e o cheiro.

 

Fonte: SapoTek
cães mordem mais as pessoas ansiosas

Pesquisa científica demonstra que cães mordem mais as pessoas ansiosas

Pesquisa científica demonstra que cães mordem mais as pessoas ansiosas

Se você já ficou nervoso perto de um cachorro e te disseram para ficar calmo porque cachorros conseguem “sentir cheiro de medo”, você sabe que esse conselho é tão útil quanto falar para uma pessoa nervosa relaxar. O sentimento por trás dessa orientação, no entanto, parece estar enraizado em certa verdade: embora cachorros provavelmente não possam cheirar medo, eles parecem, sim, responder a pessoas temerosas com maior agressividade. Um novo estudo publicado na quinta-feira (1), na BMJ, descobriu que pessoas ansiosas ou neuróticas estão mais propensas a serem mordidas por cães. Além disso, os pesquisadores descobriram que a maioria das vítimas foi mordida por cachorros que não conhecia.

Pesquisadores da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, conduziram uma pesquisa com mais de 1.200 lares na cidade de Cheshire, na Inglaterra. Junto com a avaliação de personalidade padrão, eles perguntaram aos entrevistados se já haviam sido mordidos por um cachorro em sua vida; se isso havia levado a algum tipo de tratamento médico; e se eles conheciam o animal em questão.

Das mais de 600 pessoas que responderam, pouco menos de um quarto disse que havia sido mordido. Dessas mordidas (301 no total), um terço exigiu algum grau de tratamento médico, enquanto só uma mordida levou a uma internação no hospital. Os homens eram duas vezes mais propensos a reportar uma mordida do que as mulheres, e donos de cachorro tinham três vezes mais probabilidade. Mas pouco mais da maioria das mordidas, 55% para ser mais exato, aconteceu com pessoas que nunca haviam visto o cachorro antes do incidente.

Outro padrão encontrado foi que as pessoas que eram menos estáveis emocionalmente e mais ansiosas também estavam mais propensas a serem mordidas. Para cada queda em uma medição de neuroticismo em uma escala de um a sete (sete sendo a mais estável), o risco associado de uma mordida sofrida na vida cresceu em 33%.

“Este estudo demonstra que as mordidas de cachorro mais severas, de maior significância em saúde pública, são, por sorte, uma pequena proporção das mordidas em geral que acontecem”, escrevem os autores. Mas eles também apontaram que é “essencial que fatores de risco previamente supostos seja reavaliados, já que esse estudo revelou que crenças antigas, como a de que as mordidas normalmente sejam de cachorros conhecidos, estão sendo contestadas”.

O estudo é um dos poucos a tentar descobrir com que frequência os cães mordem as pessoas, sem ter que contar com registros hospitalares. Eles descobriram que, se o número de mordidas relatadas na cidade no ano passado (13) fosse extrapolado para a população geral do Reino Unido, ele chegaria a 18,7 mordidas a cada mil pessoas anualmente. Esse número é muito maior do que estimativas oficiais, quase três vezes mais alto do que a quantidade frequentemente citada de 7,5 mordidas a cada mil pessoas no Reino Unido.

Embora esse estudo tenha sido baseado em uma amostra de população pequena, suas descobertas se alinham com outras pesquisas. Nos Estados Unidos, o risco de uma mordida de cachorro parece ser tão comum quanto no Reino Unido.

“Na verdade, descobrimos taxas de ocorrência de mordidas de cachorros muito parecidas com as de estudos anteriores nos EUA, e é provável que as causas das mordidas de cães tenham muitas similaridades entre o Reino Unido e os Estados Unidos, assim como existem semelhanças nas maneiras como os cachorros são mantidos como animais de estimação”, contou a autora do estudo, Carri Westgarth, epidemióloga em Liverpool, em entrevista ao Gizmodo.

Conexão ainda sem explicação

O estudo não conseguiu revelar por que a conexão entre mordidas de cachorro e pessoas ansiosas existe, embora Westgarth e seus colegas tenham suas teorias. Já que as pessoas frequentemente relataram ter sido mordidas mais de uma vez, e por muitas mordidas terem ocorrido na infância, é possível que alguém que tenha sido mordido logo cedo na vida tenha crescido mais ansioso, admitiu Westgarth.

“Também é plausível que pessoas com tipos diferentes de personalidade se comportem de maneira diferente perto de cães. Os cachorros acham certos comportamentos humanos ameaçadores e estressantes, respondendo, então, com agressão”, disse. “Também existe uma sugestão de que pessoas nervosas e ansiosas são mais propensas a terem cães nervosos, seja adquirindo cachorros com personalidades parecidas ou por meio de efeitos de seu comportamento um sobre o outro.”

“Nós realmente não sabemos o que está levando a essa associação neste momento, e a descoberta também precisa de confirmação de outros estudos para sabermos se foi um resultado pontual”, acrescentou.

O que fazer

Se ansiedade e outros fatores de risco, como ser homem, de fato são um gatilho para mordidas de cães, então isso poderia levar a iniciativas educacionais mais apropriadas para grupos de risco específicos, como homens, crianças e aqueles menos estáveis emocionalmente, disse Westgarth.

É claro, existem vários passos de prudência que donos de cães e seus admiradores podem seguir para diminuir o risco de uma mordida.

“Eles incluem: pegar cães que tenham pais com bom temperamento; socializar o cão desde o nascimento com uma variedade de pessoas e situações que ele provavelmente vá encontrar ao longo da vida; aprender a interpretar os sinais sutis de que um cachorro pode estar se sentindo desconfortável e estressado e que podem levar a uma mordida; e, mais importante de tudo, ser sensível sobre como o cão é criado e supervisionado”, disse Westgarth. “Por exemplo, não assustar um cachorro quando ele está dormindo, alimentar um cão separadamente e deixá-lo comendo em paz e nunca deixar cachorros e crianças juntos sem supervisão.”

“Tendemos a pensar que ‘não aconteceria comigo’ ou que ‘meu cachorro não morderia’, mas todos os cachorros podem (morder), e precisamos ser realistas para administrar situações de forma que eles nunca sintam a necessidade de morder”, acrescentou.

 

fonte: Gizmodo Brasil e BMJ

Senso de justiça nos animais: Macacos e cães julgam os humanos pelo modo como tratam os outros

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Os cães evoluíram para serem extremamente sensíveis ao nosso comportamento.
SolStock/Getty

 Seja gentil – ou seu cão poderá julgá-lo! Animais de estimação e macacos demonstram preferência por pessoas que ajudam os outros, e isto pode explicar as origens de nosso senso de moralidade.

Estudos envolvendo bebês demonstraram previamente que com 1 ano de idade, os humanos já estão prontos para julgarem as pessoas pelo modo como elas interagem. Isto levou a sugestões de que crianças têm um tipo de moralidade inata que antecede o fato de serem ensinadas a como se comportar.

O Psicólogo comparativo, James Anderson, na Universidade de Kyoto e seus colegas imaginaram se outras espécies fariam avaliações deste tipo de forma similar.

Eles começaram por testar se macacos prego poderiam demonstrar preferência por pessoas que ajudam os outros. Os macacos viam um ator ter muita dificuldade para abrir um pote com um brinquedo dentro.

Então este ator apresentava o pote para um segundo ator, que poderia tanto ajudar ou recusar-se a ajudar a abrir.

Na sequência, ambos os atores ofereciam comida ao macaco, e o macaco escolhia qual oferta aceitar.

Quando o companheiro foi solícito, e ajudou, o macaco não demonstrou preferência entre aceitar a recompensa de quem estava lutando para abrir o pote ou do ajudante. Mas quando o companheiro se recusou a ajudar, o macaco preferiu na maioria das vezes aceitar a comida de quem estava com dificuldades, lutando para abrir o pote.

Jogando bola

O time também investigou as atitudes dos macacos prego frente à justiça. Neste teste, dois atores começavam com 3 bolas cada. O ator A requisitava bolas do ator B, que lhe entregava 3 bolas.

Então o ator B requisitava bolas do ator A, e o A poderia devolver as 3 bolas ou nenhuma bola. Por último, ambos atores ofereciam ao macaco uma recompensa assim como anteriormente.

Os macacos não tiveram preferência quando o ator A devolvia as 3 bolas, mas escolhiam o ator B mais frequentemente quando o A não devolvia as bolas.

Finalmente, os pesquisadores testaram se os cães preferiam pessoas que ajudavam seu tutor. Cada tutor tentava abrir um pote e então o apresentava a um dos dois atores.

Este ator poderia ajudar ou recusar-se a ajudar, enquanto o outros ator permanecia neutro, passivo. Então os dois atores ofereciam ao cão uma recompensa e ele escolhia entre eles.

Os cães não demonstraram preferência quando o primeiro ator ajudava seu tutor, mas escolhiam com maior frequência o ator passivo se o primeiro ator se recusasse a ajudar.

Resposta Emocional

Anderson pensa que os resultados demonstram que os macacos e os cães fazem avaliações sociais de uma forma similar ao modo que os bebês humanos. “Se alguém está se comportando antissocialmente, eles provavelmente terminarão com algum tipo de reação emocional a ele.”, diz Anderson.

Macacos na natureza são mais propensos a utilizar processos similares para decidir com quais membros de seu grupo eles podem cooperar, diz o primatologista Frans de Waal, da Unversidade de Emory na Georgia, EUA, que já escreveu sobre as origens da moralidade.

“A probabilidade é que se estes animais podem detectar tendências cooperativas em atores humanos, eles podem também fazê-lo com seus colegas primatas”, diz ele.

A longa relação dos cães com os humanos significa que eles evoluíram para serem extremamente sensíveis ao nosso comportamento – não apenas ao dos próprios cães, mas também ao de outros humanos.

E nosso próprio senso de moralidade pode até mesmo ter suas raízes neste tipo de avaliações primitivas dos outros.

“Eu acho que nos humanos, pode haver esta sensibilidade básica ao comportamento antissocial nos outros. Então, através do crescimento, ganho de cultura e aprendizagem, se desenvolve em um senso de moralidade pleno”, diz Anderson.

A capacidade de fazer avaliações dos outros poderia ajudar a estabilizar sistemas sociais complexos, capacitando indivíduos a excluírem parceiros sociais ruins, diz Kiley Hamlin da Universidade da Columbia Britânica no Canada. ” Esta exclusão não apenas significa que os indivíduos que fazem avaliações sociais podem eles mesmos evitar interações sociais prejudiciais, mas também pode servir para desencorajar indivíduos de se comportarem mal em primeiro lugar, pois presume-se que eles não querem ser excluídos do sistema social.”, diz ela.

De Waal ve uma forte ligação entre moralidade e reputação: ” A moralidade humana é muito mais baseada na construção de reputação, pois por quê você tentaria ser bom se ninguém se importa? Eu não acho que você possa concluir que isto torna os macacos seres morais, mas “pontuação de imagem”, assim como a construção de reputação é muitas vezes chamada, promove um importante mecanismo chave.”

Tradução livre por Helena Truksa

Bióloga Especialista em Comportamento Animal

 

Journal reference: Neuroscience & Biobehavioral Reviews, DOI: 10.1016/j.neubiorev.2017.01.003 | Versão orignal em inglês: https://goo.gl/u29ehT

 

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Cheiro do dono funciona como recompensa para o cão

cheiro do dono é recompensa para o cão

Estudo foi feito com 12 cães de raças diferentes e revela que o cheiro do dono pode funcionar como recompensa para o cão.

Se, quando você chega, seu cão fica todo feliz e começa a abanar o rabo, é porque, provavelmente, gosta do seu cheiro. O odor do dono funciona como um perfume no cérebro do animal, o que provoca uma resposta emocional instintiva, segundo pesquisa feita por cientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, EUA. As informações são do Daily Mail.

O cheiro age sobre uma parte do cérebro canino associada à recompensa para o cão. “Embora esperemos que os cães sejam altamente sintonizados com o cheiro de outros cães, parece que a ‘resposta de recompensa’ é reservada para os seres humanos”, disse o pesquisador Gregory Berns.

Quando os seres humanos sentem o perfume de alguém que amam, podem ter uma reação imediata, emocional, que não é necessariamente cognitiva. O mesmo processo acontece com os cães, disse Berns. No entanto, como o olfato é um sentido mais forte nos animaizinhos, a reação também é. As respostas cerebrais dos cachorros acontecem até mesmo quando os donos não estão presentes, de acordo com o estudo.

A pesquisa envolveu 12 cães de raças diferentes que foram expostos a aromas enquanto tiveram as reações cerebrais examinadas. As amostras de perfume foram colhidas dos próprios donos, de estranhos e de outros cachorros, e apresentadas sem a presença física dos humanos ou animais. Todos os aromas produziram respostas similares nos cérebros caninos, e as reações foram mais fortes com os aromas de pessoas familiares. O cheiro de cães familiares ficaram em segundo lugar.

O rosnado revela algo sobre o tamanho do cão

Cães são capazes de avaliar o tamanho de outro cão ao ouvir seu rosnado – Cognição Social

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Os cães podem utilizar informações acústicas (som) para aprender mais a respeito de outro cão? Eles podem avaliar o tamanho de um outro cão apenas ouvindo seu rosnado?

Diversos estudos sugerem que os cães, assim como os primatas, utilizam uma representação mental do emissor do sinal após terem ouvido sua vocalização e podem parear esta representação com outros aspectos providos pela visão.

Recentemente, descobriu-se que o rosnado de um cão é contexto-específico e contém informação sobre o tamanho do corpo do emissor.  Ainda não está claro se os cães conseguem utilizar a informação codificada. Neste experimento, foi testado se os cães são capazes de avaliar o tamanho do outro cão após ouvirem um rosnado agressivo pareado com a projeção simultânea de duas imagens de cães. Uma delas correspondendo ao tamanho do cão a rosnar, enquanto a outra 30% maior ou menor. Nos grupos controle, ruídos, imagens de gatos ou projeções de formas geométricas (triângulos) foram utilizadas.

Os resultados demonstraram que os cães olham primeiro e por mais tempo para a imagem do cão que corresponde ao tamanho certo. Não se observou preferências em qualquer dos estímulos do controle, sugerindo que os cães têm uma representação mental do emissor do rosnado quando ouvem sua vocalização.

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Fonte: Faragó, T., Pongrácz, P., Miklósi, Á., Huber, L., Virányi, Z., & Range, F. (2010) Dogs’ Expectation about Signalers’ Body Size by Virtue of Their Growls. PLoS ONE 5(12): e15175

filhote de lobo e diferenças com os cachorros

Estudo explica as grandes diferenças entre Cães e Lobos.

Pesquisadora descobriu que filhotes começam a explorar o mundo de forma distinta durante o desenvolvimento e isso explica porque lobos não conseguem ser domesticados

filhote de lobo e diferenças com os cachorros
Foto: Jose Luiz Magana

Cães e lobos são geneticamente tão semelhantes que é difícil até mesmo para biólogos entenderem os motivos que fazem com que o lobo seja um animal selvagem e o cachorro, o “melhor amigo do homem”. Porém, um estudo da bióloga evolutiva Kathryn Lord da Universidade de Massachusetts em Amherst sugere que a diferença comportamental entre os dois animais, que são considerados da mesma espécie, está relacionada com as primeiras experiências sensoriais e o período de socialização.

Até agora, pouco se sabia a respeito do desenvolvimento sensorial de filhotes de lobo e suposições eram baseadas apenas no que se sabia sobre cães. “Isto seria aceitável, se não fosse o fato de cientistas já saberem que existem diferenças significativas sobre o desenvolvimento de cães e lobos, como os diferentes períodos de amadurecimento do sistema locomotor”, disse Kathryn.

A pesquisadora decidiu estudar como sete filhotes de lobo e 43 cachorrinhos reagiam a novos cheiros e estímulos visuais. Os animais foram avaliados semanalmente e concluiu-se o desenvolvimento dos sentidos ocorrem ao mesmo tempo. Porém, as duas subespécies de Canis lupus experimentavam o ambiente de forma diferente durante o desenvolvimento conhecido como período de socialização, que acontece durante quatro semanas logo no ínício da vida dos filhotes. A descoberta pode mudar completamente o entendimento sobre o desenvolvimento de cães e lobos.

Foto: Google Images
Foto: Google Images

De acordo com as observações, a pesquisadora confirmou que tanto cães quanto lobos desenvolvem os sentidos de olfato na idade com duas semanas de vida. No entanto, as duas subespécies entram no período de socialização em idades diferentes. Cachorros entram neste período com quatro semanas de vida, enquanto lobos começam com duas semanas. Além disso, a forma como eles experimentam o ambiente ao redor durante este mês importantíssimo é completamente diferente. “É como se eles seguissem por caminhos diferentes de desenvolvimento”, disse em comunicado.

Kathryn descobriu que quando os filhotes de lobos, ainda com duas semanas de vida, andam pela primeira vez, eles ainda não enxergam nem ouvem. “Ninguém sabia isso sobre lobos, que quando eles começam a explorar o mundo, eles ainda são cegos e surdos e estão num estágio ainda primário do olfato”, disse. “Quando os filhotinhos de lobo começam a ouvir, eles ficam muito assustados com os novos sons, assim como quando começam a enxergar, eles sentem medo do que veem. Cada novo sentido que despertava, os lobos se assustavam, o que não aconteceu com os cachorros”, completou.

Os cães, por outro lado, só começam a explorar o mundo após o olfato, visão e audição estarem funcionando. “É quase surpreendente o quanto cães e lobos são diferentes no início da vida se levarmos em conta o quão semelhantes geneticamente eles são. Alguns filhotes de cães são incapazes de se mexer. Já os lobos são ativos exploradores que caminham com boa coordenação e são capazes até de escalar pequenos obstáculos”, disse.

Nesta fase, os cães podem conviver com humanos, cavalos e gatos nesta fase. Mas conforme o período avança, o medo dos cachorros aumenta e quando o período acaba, novos sinais, sons e cheiros vão ativar o sinal de alerta do medo.

A pesquisadora afirma que estas diferenças significativas quanto ao desenvolvimento de filhotes de cães e lobos os põem em trajetórias distintas em relação à capacidade de se relacionar com outras espécies. “Esta informação tem implicações quanto ao manejo de populações de lobos na natureza e em cativeiro”, disse.