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alimentação afetiva e obesidade em cães e gatos
Cuidados são necessários para não confundir afeto com alimentação.

Alimentação afetiva e obesidade em cães e gatos

Atualmente, 59% dos cães e 52% dos gatos em todo o mundo estão acima do peso e esses números podem ser explicados pelas novas relações entre os donos e seus pets. Uma pesquisa internacional realizada com tutores de animais de estimação do Brasil, China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, mostrou que 59% dos tutores de cães e gatos disseram que se sentem recompensados ao alimentar seu animal de estimação e 77% disseram que seu animal fica feliz quando oferecem alimento a ele. Esses resultados foram apresentados durante o Congresso ROYAL CANIN® sobre Controle de Peso, que ocorreu no Reino Unido no início deste ano.

Para o médico-veterinário e professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp Jaboticabal, Dr. Aulus Carciofi, o crescimento da obesidade nos pets pode ser explicado por uma combinação de fatores: mudança de ambiente, castração e a humanização dos pets. “Hoje, os cães e gatos ficam em casa, eles não se exercitam como faziam há 20 anos, não o mesmo que fazem hoje, com um passeio. A castração também pode ocasionar a obesidade, apesar dos benefícios que traz, e tudo isso ainda é somado com a humanização, que é tratar os pets como membros da família. A comida possui uma relação afetiva com o ser humano, por isso achamos que estamos demonstrando amor ao ceder mais um petisco”, explica Carciofi.

Apesar dos números altos de obesidade, a pesquisa aponta que apenas 24% dos tutores de cães descrevem seu animal de estimação com excesso de peso. Um dos motivos dessa desproporciabilidade pode ser a falta de acompanhamento do médico-veterinário na dieta e orientação aos tutores. Apesar de muitos não acharem que o pet está acima do peso, 64% indicaram que , atualmente, enxergam pelo menos um sinal de excesso de peso como, por exemplo, não ser possível sentir as costelas ou ter afrouxado a coleira. Esses sinais precisam ser captados pelo veterinário para a percepção do problema e indicação de soluções.

“A detecção dos problemas com o peso varia muito de um médico para o outro, nem sempre o pet é diagnosticado, por isso é importante que seja feita a orientação para a especialidade de nutrição, tanto para tratamento, quanto para prevenção”, ressalta o professor. O médico também reforça as doenças que a obesidade pode trazer aos pets. Segundo ele, cães podem desenvolver problemas de pele, problemas respiratórios e articulares, resultando em uma diminuição da expectativa de vida de até 15% ou dois anos. Para os gatos, o problema é ainda mais sério, pois os felinos possuem quatro vezes mais chances de desenvolver doenças articulares e diabetes.

Um dado muito importante é que 67% dos tutores de cães e gatos gostariam que seu médico-veterinário falasse mais sobre o peso do animal e 82% gostariam de receber orientações mais claras sobre peso ideal e conselhos para mantê-los aptos e saudáveis. A orientação é muito importante, já que, de acordo com a mesma pesquisa, 61% dos entrevistados desconheciam que os animais com excesso de peso podem ser suscetíveis a diabetes e doenças ortopédicas e, consequentemente, a redução da qualidade de vida.

Carciofi complementa: “existem muitos tipos de alimentos funcionais, como rações de baixa energia, que é a mais adequada aos animais que ficam em casa. As mais indicadas são as que possuem gordura abaixo de 10% e 5% a 6% de fibra, mas ainda assim não pode ser dada à vontade. A ida ao veterinário será importante para que ele avalie o score de condição corporal do pet e indique fortemente a prática de exercícios, alcançando assim o equilíbrio”.

A médica-veterinária, Dra. Luciana Peruca, também indica a importância da orientação aos tutores, pelos médicos, de observar as quantidades corretas de alimentos descritas nas embalagens. “O ideal é obedecer essa quantia e evitar a todo custo as porções extras, ainda que o animal manifeste apetite. A balança portátil ou potes com medida são formas segura e precisas de se medir a quantidade de alimento para ingestão diária”, explica.

“O pet obeso não deve ser visto como um ‘animal saudável e fofinho’, pelo contrário, um pet obeso pode ser considerado um animal doente. As principais consequências dessa anormalidade são problemas articulares, câncer, hipertensão, diabetes, problemas renais, dermatológicos entre outros não menos importantes”, conclui Luciana.

Todas essas tendências de saúde e nutrição animal serão abordadas durante o Congresso Internacional PET South America, que acontece de 21 a 23 de agosto, no São Paulo Expo, paralelamente a exposição de tecnologia e equipamentos veterinários na PET VET.

 

Artigo realizado por: Comunicação PET South America

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