Ethos Animal

Cães e Humanos evoluindo juntos por pressões seletivas compartilhadas

Um estudo de sequenciamento genômico sugere que alguns genes têm evoluído em paralelo em humanos e em seus companheiros caninos, possivelmente como resultado de pressões seletivas compartilhadas.

a evolução paralela de cães e humanos

Diversos grupos de genes em humanos e em cães parecem ter evoluído em paralelo, mais precisamente como resultado de ambos viverem no mesmo ambiente desde que nós domesticamos os primeiros companheiros caninos a mais de 14.000 anos, conforme o estudo publicado nesta semana (15 de Maio) na revista Nature Communications.

Um grupo internacional de pesquisadores sequenciou os genomas inteiros de quatro lobos cinzentos, três cães de rua indígenas chineses, e três raças domésticas – um Pastor Alemão, um Pastor Belga Malinois, e um Mastiff Tibetano. A análise do grupo sobre estes genomas colocou o marco de separação entre lobos e cães em meados de 32.000 anos atrás – muito antes da data previamente estimada de quando a domesticação teria tido início. Os resultados sugerem que a domesticação pode ter se iniciado na Ásia, ao invés do Oriente Médio como outros estudos indicaram anteriormente.

Os pesquisadores então identificaram uma lista de genes – incluindo aqueles envolvidos na digestão, metabolistmo, câncer, e a transmissão de serotonina no cérebro – que estão sob pressão de seleção positiva nos cães e nos humanos de forma semelhante.

Segundo os autores, “como a domesticação está frequentemente associada a grandes aumentos na densidade populacional e a condições de vida em ambientes superlotados, estes ambientes “desfavoráveis” podem ter sido a pressão seletiva que direcionou a religação de ambas as espécies,”. Por exemplo, “a seleção positiva nas redes neurológicas, em particular o sistema da serotonina, poderia estar associada com a constante necessidade de agressividade reduzida decorrente dos ambientes superpovoados.”

Bob Wayne, um biólogo evolucionista da Universidade da Caifornia em Los Angeles, disse ao National Geographic que comparações mais profundas entre humanos e outros animais, como cavalos ou ovelhas, poderiam ser úteis para verificar o quão comum é a evolução paralela entre humanos e seus companheiros domesticados. Ele também apontou que a avaliação das sequências caninas de outras partes do mundo é necessária para verificar a data e a localização da domesticação canina.

 

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