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Cheiro do dono funciona como recompensa para o cão

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Estudo foi feito com 12 cães de raças diferentes e revela que o cheiro do dono pode funcionar como recompensa para o cão.

Se, quando você chega, seu cão fica todo feliz e começa a abanar o rabo, é porque, provavelmente, gosta do seu cheiro. O odor do dono funciona como um perfume no cérebro do animal, o que provoca uma resposta emocional instintiva, segundo pesquisa feita por cientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, EUA. As informações são do Daily Mail.

O cheiro age sobre uma parte do cérebro canino associada à recompensa para o cão. “Embora esperemos que os cães sejam altamente sintonizados com o cheiro de outros cães, parece que a ‘resposta de recompensa’ é reservada para os seres humanos”, disse o pesquisador Gregory Berns.

Quando os seres humanos sentem o perfume de alguém que amam, podem ter uma reação imediata, emocional, que não é necessariamente cognitiva. O mesmo processo acontece com os cães, disse Berns. No entanto, como o olfato é um sentido mais forte nos animaizinhos, a reação também é. As respostas cerebrais dos cachorros acontecem até mesmo quando os donos não estão presentes, de acordo com o estudo.

A pesquisa envolveu 12 cães de raças diferentes que foram expostos a aromas enquanto tiveram as reações cerebrais examinadas. As amostras de perfume foram colhidas dos próprios donos, de estranhos e de outros cachorros, e apresentadas sem a presença física dos humanos ou animais. Todos os aromas produziram respostas similares nos cérebros caninos, e as reações foram mais fortes com os aromas de pessoas familiares. O cheiro de cães familiares ficaram em segundo lugar.

Os animais são conscientes e devem ser tratados como tal

Cérebro caninoRecentemente, a comunidade científica assumiu publicamente a existência de consciência nos animais.

Leia abaixo um interessante e emocionante texto redigido por Mark Bekoff, acerca da Declaração de Cambridge sobre a Consciência.

Mark Bekoff é Professor Emérito de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Ele escreveu diversos ensaios e livros sobre emoções em animais, consciência animal e proteção animal.

Tradução: Helena Truksa.

***

 

Agora que os cientistas deliberadamente declararam que os mamíferos, aves e muitos outros animais são conscientes, é tempo da sociedade agir.

Os animais SÃO conscientes? Esta questão tem uma longa e venerável história.

Charles Darwin formulou esta questão quando ponderava sobre a evolução da consciência. As ideias dele sobre a continuidade evolucionária – as diferenças entre as espécies são diferenças em grau ao invés de tipo – levam a uma conclusão firme de que se nós temos algo, “eles” (outros animais) também devem tê-lo.

Em Julho de 2012, a questão foi discutida em detalhes por um grupo de cientistas reunidos na Universidade de Cambridge para a Primeira Conferência Anual do Memorial Francis Crick. Crick, co-descobridor do DNA, dispendeu a parte mais atual de sua carreira estudando a consciência e, em 1994, publicou um livro sobre ela, A Hipótese Surpreendente: a busca científica pela alma.

O ponto alto do encontro foi a Declaração de Cambridge sobre a Consciência, que foi publicamente proclamada por três eminentes neurocientistas, David Edelman do Instituto de Neurociências em La Jolla, California, Philip Low da Universidade de Stanford, e Christof Koch do Instituto de Tecnologia da California.

A declaração conclui que “animais não humanos possuem os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos dos estados de consciência, juntamente com a capacidade de exibir comportamentos intencionais. Consequentemente, o peso da evidência indica que os humanos não são os únicos a possuir substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e aves, e muitas outras criaturas, incluindo polvos, também possuem estes substratos neurológicos.”

Minha primeira impressão desta declaração foi de incredulidade. Nós realmente precisamos desta afirmação do óbvio? Muitos outros renomados pesquisadores chegaram à mesma conclusão anos atrás.

A declaração também contém algumas omissões. Todos os assinantes, exceto um, são pesquisadores de laboratório; a declaração deveria ter se beneficiado de perspectivas de pesquisadores que efetuaram estudos de longa duração com animais selvagens, inclusive primatas não humanos, carnívoros sociais, cetáceos, roedores e aves.

Também me desapontou que a declaração não incluiu peixes, pois a evidência de suporte da consciência neste grupo de vertebrados também é convincente.

Apesar disso, devemos aplaudí-los por ter feito isso. A declaração não é destinada a cientistas: como seu autor, Low, disse anteriormente à declaração: “Nós chegamos a um consenso de que agora talvez seja o momento para dar uma satisfação ao público… Pode ser óbvio para todos nesta sala que os animais têm consciência; não é óbvio para o resto do mundo.”

A questão importante agora é: esta declaração fará alguma diferença? O que estes cientistas e outros irão fazer agora que concordam que a consciência está espalhada pelo reino animal?

Espero que a declaração seja utilizada para proteger animais de serem tratados de forma abusiva e desumana. Muitas vezes, parece que o conhecimento científico sobre cognição animal, emoções e consciência não são reconhecidas pelas leis de proteção animal. Nós sabemos, por exemplo, que ratos, camundongos e galinhas demonstram empatia, mas este conhecimento não tem sido incluído no Ato Federal de Bem Estar Animal dos Estados Unidos. Cerca de 25 milhões destes animais, inclusive peixes, são utilizados em pesquisas invasivas todos os anos. Eles contabilizam mais de 95% dos animais utilizados em pesquisas nos USA.

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Fico constantemente impressionado que aqueles que decidem as regulamentações do uso animal ignoram estes dados. Nem toda legislação ignora a ciência.  O Tratado de Lisboa da União Européia, que teve início em 1 de Dezembro de 2009, reconhece que os animais são seres sencientes e convoca os estados-membros a “prestar toda a atenção aos requerimentos do bem-estar dos animais” na agricultura, pesqueiros, transporte, pesquisa e desenvolvimento e políticas espaciais.

Ainda existem céticos científicos acerca da consciência animal. Em seu livro, Crick escreveu “é sentimental idealizar os animais” e que para muitos animais a vida em cativeiro é melhor, mais longa e menos brutal que a vida selvagem.

Pontos de vista similares ainda prevalecem em alguns lugares. Em seu livro recente “Por que os Animais Importam: Consciência Animal, Bem-estar Animal, e bem-estar Humano”, Marian Stamp Dawkins da Universidade de Oxford, afirma que nós ainda realmente não sabemos se outros animais são conscientes e que deveríamos “permanecer céticos e agonísticos… Militantemente agonísticos se necessário.”

Dawkins inexplicavelmente ignora os dados que aqueles no encontro utilizaram para formular suas declarações, e vai ainda mais longe, declarando que é até mesmo prejudicial para os animais basear as decisões de bem-estar no fato de serem conscientes.

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Considero isso irresponsável. Aqueles que escolhem ferir animais podem facilmente usar o posicionamento de Dawkins para justificar suas ações. Talvez com as conclusões da reunião de Cambridge, aquilo que chamo de “A Ideia Perigosa de Dawkins” será finalmente arquivada. Não vejo como alguém que se mantém a par da literatura sobre sofrimento animal, senciência e consciência – e tem trabalhado de perto com grande variedade de animais – poderia permanecer cética e agonística acerca deles serem conscientes.

Vamos aplaudir a Declaração de Cambridge sobre a Consciência e trabalhar duro para dar aos animais a proteção que eles necessitam e merecem. E esperemos que a declaração não seja simplesmente um gesto de arrogância, mas, ao contrário, seja algo consistente, algo que leve à ação. Todos nós deveríamos nos valer desta oportunidade para cessar o abuso de milhões e milhões de animais conscientes em nome da ciência, educação, alimentação, vestuário e entretenimento. Nós devemos isto a eles, utilizar o que sabemos em seu nome e elevar o fator compaixão e empatia ao tratamento que lhes damos.

Mark Bekoff

O rosnado revela algo sobre o tamanho do cão

Cães são capazes de avaliar o tamanho de outro cão ao ouvir seu rosnado – Cognição Social

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Os cães podem utilizar informações acústicas (som) para aprender mais a respeito de outro cão? Eles podem avaliar o tamanho de um outro cão apenas ouvindo seu rosnado?

Diversos estudos sugerem que os cães, assim como os primatas, utilizam uma representação mental do emissor do sinal após terem ouvido sua vocalização e podem parear esta representação com outros aspectos providos pela visão.

Recentemente, descobriu-se que o rosnado de um cão é contexto-específico e contém informação sobre o tamanho do corpo do emissor.  Ainda não está claro se os cães conseguem utilizar a informação codificada. Neste experimento, foi testado se os cães são capazes de avaliar o tamanho do outro cão após ouvirem um rosnado agressivo pareado com a projeção simultânea de duas imagens de cães. Uma delas correspondendo ao tamanho do cão a rosnar, enquanto a outra 30% maior ou menor. Nos grupos controle, ruídos, imagens de gatos ou projeções de formas geométricas (triângulos) foram utilizadas.

Os resultados demonstraram que os cães olham primeiro e por mais tempo para a imagem do cão que corresponde ao tamanho certo. Não se observou preferências em qualquer dos estímulos do controle, sugerindo que os cães têm uma representação mental do emissor do rosnado quando ouvem sua vocalização.

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Fonte: Faragó, T., Pongrácz, P., Miklósi, Á., Huber, L., Virányi, Z., & Range, F. (2010) Dogs’ Expectation about Signalers’ Body Size by Virtue of Their Growls. PLoS ONE 5(12): e15175

filhote de lobo e diferenças com os cachorros

Estudo explica as grandes diferenças entre Cães e Lobos.

Pesquisadora descobriu que filhotes começam a explorar o mundo de forma distinta durante o desenvolvimento e isso explica porque lobos não conseguem ser domesticados

filhote de lobo e diferenças com os cachorros
Foto: Jose Luiz Magana

Cães e lobos são geneticamente tão semelhantes que é difícil até mesmo para biólogos entenderem os motivos que fazem com que o lobo seja um animal selvagem e o cachorro, o “melhor amigo do homem”. Porém, um estudo da bióloga evolutiva Kathryn Lord da Universidade de Massachusetts em Amherst sugere que a diferença comportamental entre os dois animais, que são considerados da mesma espécie, está relacionada com as primeiras experiências sensoriais e o período de socialização.

Até agora, pouco se sabia a respeito do desenvolvimento sensorial de filhotes de lobo e suposições eram baseadas apenas no que se sabia sobre cães. “Isto seria aceitável, se não fosse o fato de cientistas já saberem que existem diferenças significativas sobre o desenvolvimento de cães e lobos, como os diferentes períodos de amadurecimento do sistema locomotor”, disse Kathryn.

A pesquisadora decidiu estudar como sete filhotes de lobo e 43 cachorrinhos reagiam a novos cheiros e estímulos visuais. Os animais foram avaliados semanalmente e concluiu-se o desenvolvimento dos sentidos ocorrem ao mesmo tempo. Porém, as duas subespécies de Canis lupus experimentavam o ambiente de forma diferente durante o desenvolvimento conhecido como período de socialização, que acontece durante quatro semanas logo no ínício da vida dos filhotes. A descoberta pode mudar completamente o entendimento sobre o desenvolvimento de cães e lobos.

Foto: Google Images
Foto: Google Images

De acordo com as observações, a pesquisadora confirmou que tanto cães quanto lobos desenvolvem os sentidos de olfato na idade com duas semanas de vida. No entanto, as duas subespécies entram no período de socialização em idades diferentes. Cachorros entram neste período com quatro semanas de vida, enquanto lobos começam com duas semanas. Além disso, a forma como eles experimentam o ambiente ao redor durante este mês importantíssimo é completamente diferente. “É como se eles seguissem por caminhos diferentes de desenvolvimento”, disse em comunicado.

Kathryn descobriu que quando os filhotes de lobos, ainda com duas semanas de vida, andam pela primeira vez, eles ainda não enxergam nem ouvem. “Ninguém sabia isso sobre lobos, que quando eles começam a explorar o mundo, eles ainda são cegos e surdos e estão num estágio ainda primário do olfato”, disse. “Quando os filhotinhos de lobo começam a ouvir, eles ficam muito assustados com os novos sons, assim como quando começam a enxergar, eles sentem medo do que veem. Cada novo sentido que despertava, os lobos se assustavam, o que não aconteceu com os cachorros”, completou.

Os cães, por outro lado, só começam a explorar o mundo após o olfato, visão e audição estarem funcionando. “É quase surpreendente o quanto cães e lobos são diferentes no início da vida se levarmos em conta o quão semelhantes geneticamente eles são. Alguns filhotes de cães são incapazes de se mexer. Já os lobos são ativos exploradores que caminham com boa coordenação e são capazes até de escalar pequenos obstáculos”, disse.

Nesta fase, os cães podem conviver com humanos, cavalos e gatos nesta fase. Mas conforme o período avança, o medo dos cachorros aumenta e quando o período acaba, novos sinais, sons e cheiros vão ativar o sinal de alerta do medo.

A pesquisadora afirma que estas diferenças significativas quanto ao desenvolvimento de filhotes de cães e lobos os põem em trajetórias distintas em relação à capacidade de se relacionar com outras espécies. “Esta informação tem implicações quanto ao manejo de populações de lobos na natureza e em cativeiro”, disse.

a evolução paralela de cães e humanos

Cães e Humanos evoluindo juntos por pressões seletivas compartilhadas

Um estudo de sequenciamento genômico sugere que alguns genes têm evoluído em paralelo em humanos e em seus companheiros caninos, possivelmente como resultado de pressões seletivas compartilhadas.

a evolução paralela de cães e humanos

Diversos grupos de genes em humanos e em cães parecem ter evoluído em paralelo, mais precisamente como resultado de ambos viverem no mesmo ambiente desde que nós domesticamos os primeiros companheiros caninos a mais de 14.000 anos, conforme o estudo publicado nesta semana (15 de Maio) na revista Nature Communications.

Um grupo internacional de pesquisadores sequenciou os genomas inteiros de quatro lobos cinzentos, três cães de rua indígenas chineses, e três raças domésticas – um Pastor Alemão, um Pastor Belga Malinois, e um Mastiff Tibetano. A análise do grupo sobre estes genomas colocou o marco de separação entre lobos e cães em meados de 32.000 anos atrás – muito antes da data previamente estimada de quando a domesticação teria tido início. Os resultados sugerem que a domesticação pode ter se iniciado na Ásia, ao invés do Oriente Médio como outros estudos indicaram anteriormente.

Os pesquisadores então identificaram uma lista de genes – incluindo aqueles envolvidos na digestão, metabolistmo, câncer, e a transmissão de serotonina no cérebro – que estão sob pressão de seleção positiva nos cães e nos humanos de forma semelhante.

Segundo os autores, “como a domesticação está frequentemente associada a grandes aumentos na densidade populacional e a condições de vida em ambientes superlotados, estes ambientes “desfavoráveis” podem ter sido a pressão seletiva que direcionou a religação de ambas as espécies,”. Por exemplo, “a seleção positiva nas redes neurológicas, em particular o sistema da serotonina, poderia estar associada com a constante necessidade de agressividade reduzida decorrente dos ambientes superpovoados.”

Bob Wayne, um biólogo evolucionista da Universidade da Caifornia em Los Angeles, disse ao National Geographic que comparações mais profundas entre humanos e outros animais, como cavalos ou ovelhas, poderiam ser úteis para verificar o quão comum é a evolução paralela entre humanos e seus companheiros domesticados. Ele também apontou que a avaliação das sequências caninas de outras partes do mundo é necessária para verificar a data e a localização da domesticação canina.

 

agressividade em cães pode ser depressão

Estudo revela que agressividade em cães pode ser sintoma de depressão.

agressividade em cães pode ser depressão

Um estudo da Universidade de Zaragoza, na Espanha, indica que cães que rosnam, latem e mordem não são necessariamente agressivos por natureza – eles podem estar sofrendo de depressão. As informações são do Daily Mail. Os cientistas pesquisaram animais domésticos e descobriram que cães mal comportados tendem a ter baixos níveis de serotonina no cérebro – substância que os deixa mais calmos e felizes. Nos humanos, uma queda no nível de serotonina está ligada à depressão, à ansiedade e às mudanças de humor.

Os pesquisadores afirmam ainda que os resultados do estudo da agressividade em cães podem levar a novos tratamentos para cães agressivos, inclusive aumentar o uso de Prozac para animais. Segundo Belen Rosado, que liderou a pesquisa, a agressão, principalmente contra humanos, é o problema de comportamento mais comum em cães.

De acordo com a reportagem, cerca de 3,8 mil pacientes são tratados por ano pelo serviço de saúde britânico depois de serem mordidos por cachorros e muitos desses animais são sacrificados.

A pesquisa

Os cientistas estudaram o sangue de 80 cães encaminhados a dois hospitais veterinários após seus donos relatarem que os animais era agressivos. As amostras foram comparadas com o sangue de 19 cachorros considerados de comportamento normal. O resultado indicou que os animais agressivos tinham baixo nível de serotonina.

Os níveis mais baixos vinham de animais cujo comportamento antissocial parecia ser uma tentativa de autodefesa. Além disso, eles tinham altos níveis de cortisol, um hormônio ligado ao estresse.

Os pesquisadores afirmam que o estudo pode tornar mais fácil o diagnóstico de depressão canina, que pode ser causada por animais que passeiam pouco ou que ficam sozinhos por muitas horas por dia.

fonte

Psicologia: emoções aproximam animais dos seres humanos

Psicologia: emoções aproximam animais dos seres humanos

O que leva os cachorros a latirem furiosamente para certas pessoas? Ou uma chimpanzé a velar seu filhote morto precocemente? Embora as reações dos vertebrados sejam muito semelhantes às humanas, as razões para que ajam assim divergem das nossas.

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Chimpanzé lamenta a morte do filhote em uma área de preservação no Zâmbia, na África. Foto: Katherine Cronin/Divulgação

De acordo com Ceres Faraco, médica veterinária e doutora em Psicologia, especialista em comportamento animal, os animais vertebrados em geral têm sentimentos como raiva e afeição. Porém, não compreendem por que ou de onde vem estes sentimentos. Apenas os manifestam instintivamente. Enquanto que os humanos sabem o motivo de sua raiva ou compaixão, e, além disso, conseguem controlá-las – ao contrário dos outros vertebrados.

“A alegria e tristeza dos elefantes, a aflição dos chimpanzés e gansos e a alegria e amor dos cães não deixam dúvidas sobre nossas semelhanças. Como nós, os animais experimentam medo, alegria, felicidade, prazer, vergonha, raiva, ciúmes, irritação, desconcerto, desespero e compaixão”, diz Faraco.

Os animais vertebrados não-humanos são seres sencientes, ou seja, que sentem, mas não pensam. Eles têm a capacidade de avaliar as ações dos outros, lembrar suas próprias ações e consequências, avaliar riscos e ter certos sentimentos e grau de consciência. Porém, não são seres conscientes como os humanos.

Segundo César Ades, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em comportamento animal, os primatas cujos filhotes morrem os carregam durante dias, às vezes até que se decomponham. O professor lembra o estudo da pesquisadora inglesa Jane Goodall, que conviveu por anos com chimpanzés em seu habitat natural. Ela relatou que um filhote, quando perdeu a mãe, ficou encolhido e imóvel, sem interesse por nada, deprimido e acabou morrendo algum tempo depois.

Outro exemplo de laço extremo entre os animais lembrado por Ades está entre o ganso macho e a fêmea, onde há um vínculo que dura a vida inteira. Quando morre a fêmea, o macho perde a sua combatividade e se mostra bastante perturbado e sem energia.

Recentemente, o Instituto Max Planck de Psicolinguística (MPI, na sigla em inglês), da Holanda, divulgou um vídeo em que uma mãe chimpanzé lamenta a morte do filhote, velando-o por horas. Atualmente, quase nada se sabe sobre como os primatas reagem à morte, o que eles entendem, e se eles choram. Entretanto, os pesquisadores do MPI acreditam ter relatado um período único de transição de como a mãe aprendeu sobre a morte de seu filho, um processo nunca antes relatado em detalhe.

“Os vídeos são extremamente valiosos, porque eles nos forçam a parar e pensar sobre o que pode estar acontecendo na mente dos outros primatas”, diz Katherine Cronin, uma das autoras do estudo.

Alguns pesquisadores defendem que não existe amor maternal entre os animais. Para eles, o instinto protetor é considerado um comportamento de sobrevivência da espécie. Ceres repudia essa hipótese com o relato de Pierre Pfeffer, especialista em estudo de elefantes, que testemunhou, em Botswana, na África, o encontro entre uma mãe elefante e seu filhote que haviam se perdido fazia muitos anos. Eles estavam vivendo em manadas distintas e, quando o filhote se aproximou, a mãe abandonou o grupo e balançava-se demonstrando imensa alegria.

“As emoções são absolutamente verdadeiras como nos demais animais sencientes. É notório o sofrimento diante da perda de um ser querido. Na minha experiência como clínica de comportamento de cães e gatos, vivencio diariamente as emoções e os distúrbios emocionais desses animais, não há dúvida sobre isso”, diz. Outro caso interessante, conta Ceres, é o de Alex (um papagaio participante de vários estudos da pesquisadora Irene Pepperberg sobre conhecimento, que conseguia somar, dizer palavras e expressar conceitos). Ao ser levado ao veterinário para uma cirurgia, o animal gritou angustiado ao vê-la sair: “vem aqui, te quero muito, quero voltar”.

Caes sentem empatia por emoçoes humanas psicologia canina

Cães podem sentir pena de humanos

Cães podem sentir pena de humanos, diz pesquisa

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Cães são capazes de ter empatia pelas emoções humanas

Uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, de Portugal, afirmou que os cães são capazes de ter empatia com os humanos a ponto de compartilhar as mesmas emoções de seus donos.

O estudo ainda diz que essa empatia vai além de uma simples cópia do comportamento humano.
Os animais de estimação, principalmente os cães, podem ficar ‘aborrecidos’ como crianças quando expostos a situações familiares de conflito.
Além disso, mesmo os animais não treinados têm a habilidade de esboçar alguma reação em situações reais de emergência.
Outro estudo ainda revelou que os cãezinhos usados em terapias acabam sendo afetados física e emocionalmente por seu trabalho, necessitando de massagens e calmantes depois das sessões.
As hipóteses levantadas pelas pesquisadoras portuguesas para esse comportamento são pelo fato dos cães serem descendentes dos lobos, animais altamente sociais e cooperativos.
Além disso, a seleção feita pela domesticação pode ter escolhido cães mais inteligentes e mais sincronizados com os sentimentos humanos.
Fonte: F5 Bichos