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Categoria: Cães

Final de semana com Mini Curso CivilizaCão: adestramento de cães para todos!

Mini Curso CivilizaCão: Novidades em adestramento e comportamento de cães para o público!

Turma no mini curso CivilizaCão e a Prof. Helena Truksa – 04 e 05/11/17

Neste final de semana tivemos a segunda edição do Mini Curso CivilizaCão.

Com o objetivo de alcançar o público em geral, desde tutores de cães até profissionais da área pet, como dogwalkers, pet sitters e adestradores, dentre outros, formulamos este mini curso de 5 horas de duração para levar aos interessados noções de adestramento, comportamento canino e bem-estar animal.

Como sempre, o embasamento científico e atualizado foi o carro chefe do evento, que contou com informações técnicas sobre treinamento de cães empregando apenas reforço positivo, sem punições de qualquer espécie e também curiosidades sobre comportamento e cognição canina.

As aulas

Os participantes que levaram seus cães, tiveram a oportunidade de praticar as técnicas de ensino-aprendizagem que utilizamos no treinamento, aplicando os exercícios aprendidos em tempo real, durante a aula.

A filosofia da Ethos Animal não faz distinção entre raças e idade dos animais, pois antes de serem raça eles são todos Cães, igualmente capazes de aprender e de se comunicar com outros cães e também com humanos.

Acima, uma American Pit Bull Terrier, Kyra, interagindo pela primeira vez com o garoto que conhecera no dia do curso. Desconstruindo a imagem negativa formada em torno da raça…

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Descontração e conteúdo de qualidade

Agradecemos a todos os participantes pelo empenho nas atividades e esperamos que o conteúdo absorvido seja proveitoso para o dia-a-dia com os amigos caninos, melhorando a comunicação, a qualidade de vida e o bem-estar geral! 🙂

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Próximas edições

Quer participar do Mini Curso CivilizaCão? Acompanhe as novidades através da fanpage da Ethos Animal no Facebook e fique por dentro das datas de todos os nossos eventos, incluindo o CivilizaCão!

Nossa página: www.facebook.com/EthosAnimal

 

 

Mini Curso Comportamento Canino na Semana Temática da Biologia IB-USP

Mini Curso Comportamento Canino Etologia Ethos Animal
Prof. Helena Truksa (à direita), sua assistente Luiza Wolbert e o cão Lucky, em aula sobre comportamento e aprendizagem em cães, no IB-USP.

Nossa fundadora, a Bióloga Helena Truksa foi convidada a ministrar um mini Curso durante a 20a Semana Temática da Biologia, no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).

Nos dias 3 e 4 de Outubro (2017), Helena conduziu o Mini Curso intitulado ” Introdução ao Comportamento, Bem-estar e Aprendizagem em Cães (Canis familiaris), abordando desde as prováveis origens da espécie até as mais recentes descobertas científicas no âmbito da etologia aplicada e cognição canina.

O tema, altamente atual, foi amplamente debatido durante as aulas, onde houve ativa participação dos alunos através de comentários ou questionamentos.

No segundo dia de curso, além da teoria, tivemos também uma parte prática com demonstrações de aprendizagem e cognição em um cão (nosso “sujeito experimental”, o Lucky).

Agradecemos à equipe organizadora do evento e ao IB-USP pela oportunidade de estarmos presentes durante a 20a Semana Temática da Biologia e esperamos poder colaborar novamente na próxima edição!

Instituto de Biociencias IB-USP mini curso comportamento canino semana temática da biologia ethos animal helena truksa 12
Slide inicial do curso.

A Ethos Animal está disponibilizando este mesmo curso ao público interessado, e as datas serão divulgadas em breve aqui em nosso site.

Acompanhe os próximos eventos e fique por dentro, clicando aqui.

Resumo do programa do curso, divulgado no site do Instituto de Biociências, IB-USP. Helena Truksa Ethos Animal
Resumo do programa do curso, divulgado no site do Instituto de Biociências, IB-USP.

Algumas imagens do evento…

problemas de comportamento cães cachorro ethos animal helena truksa

Top 10 Problemas de comportamento do cão

A maioria dos tutores de cães experientes estão familiarizados com problemas de comportamento comum do cão, mas alguns podem se perguntar por que os cães apresentam estes comportamentos. Latir, morder, mastigar e muitos outros comportamentos comuns do cão são muitas vezes mal compreendidos e mal utilizados pelos tutores. Talvez você seja novo para a guarda do cão, esteja pensando em adquirir um cão, ou apenas deseja gerenciar melhor os problemas de comportamento do seu cão. Entender completamente os problemas mais comuns do comportamento do cão é o primeiro passo para a resolução e prevenção. Uma base sólida de treinamento de obediência irá ajudá-lo a evitar ou controlar melhor os problemas de comportamento do cão comum.

 

1. Latir

A maioria dos cães ladram (latem), uivam e lamentam em algum grau (até certo ponto). Latido excessivo é considerado um problema de comportamento. Antes que você possa corrigir latidos, determine por que seu cão está vocalizando em primeiro lugar. Estes são os tipos mais comuns de latidos:

  • Aviso ou alerta
  • Ludicidade / Excitação
  • Busca de atenção
  • Ansiedade
  • Tédio
  • Respondendo a outros cães

latido excessivo problema de comportamento cães cachorro ethos animal helena truksa

2. Mastigar

Mastigar é uma ação natural para todos os cães – é apenas uma parte do caminho, eles estão ligados. No entanto, a mastigação pode rapidamente se tornar um problema de comportamento se seu cão provoca destruição. As razões mais comuns do mastigar canino são as seguintes:

  • Dentição do filhote
  • Tédio / excesso de energia
  • Ansiedade
  • Curiosidade (especialmente filhotes)

Incentive seu cão a mastigar as coisas certas, fornecendo uma abundância de brinquedos mastigáveis. Mantenha itens pessoais longe de seu cão. Quando você não estiver em casa, manter seu cão confinado a uma área onde menos destruição possa ser causada. Se você pegar o seu cão mastigando a coisa errada, rapidamente distraia-o com um ruído como um assobio por exemplo. Em seguida, substitua o item por um brinquedo. Uma das coisas mais importantes que você pode fazer: certifique-se que o seu cão faça exercício físico!

3. Cavar

Se lhe for dada a oportunidade, a maioria dos cães vai fazer uma certa quantidade de escavação – é uma questão de instinto. Algumas raças, como Terriers, são mais propensas a cavar por causa de suas histórias de caça. Em geral, a maioria dos cães cava por estas razões:

  • Tédio ou excesso de energia
  • Ansiedade ou medo
  • Instinto de caça
  • Buscando conforto (como assentamento [aninhar-se] ou se refrescar)
  • Escondendo posses (como ossos ou brinquedos)
  • Para escapar ou obter acesso

Se o seu cão cava o seu quintal, isso pode ser muito frustrante para você. Tentar determinar a causa da escavação, em seguida, trabalhar para eliminar essa fonte. Passar mais tempo com seu cão, dar-lhe mais exercício , e trabalhar em treinamento extra. Se cavar é inevitável, reserve uma área onde seu cão pode aprender que é “certo” para cavar, como uma caixa de areia.

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4. Ansiedade de separação

A ansiedade da separação é um dos problemas de comportamento canino mais discutidas. As manifestações incluem vocalização, mastigação, urina e fezes em locais inadequados, e outras formas de destruição que ocorrem quando um cão está separado de seu tutor. Nem todas essas ações são o resultado de ansiedade de separação. Os sinais de verdadeira ansiedade de separação incluem:

  • Cão fica ansioso quando o tutor se prepara para sair
  • Mau comportamento ocorre nos primeiros 15-45 minutos, depois (da saída do dono) que o dono sai
  • Cão quer seguir o dono constantemente
  • Cão tenta tocar o tutor sempre que possível

Ansiedade de separação verdadeira (a verdadeira ansiedade de separação) requer treinamento dedicado, modificação de comportamento e exercícios de dessensibilização. A medicação pode ser recomendada em casos extremos, mas isso deve ser um último recurso.

5. Eliminação inadequada

Micção e defecação inapropriada estão entre os comportamentos caninos mais frustrantes. Eles podem danificar áreas de sua casa e fazer com que o seu cão seja indesejado em locais públicos ou nas casas dos outros. É muito importante que você discuta esse comportamento com o seu veterinário primeiro para descartar problemas de saúde. Se nenhuma causa médica for encontrada, tente determinar o motivo do comportamento, o que pode vir a um dos seguintes procedimentos:

  • Micção de Submissão / Excitação
  • Marcação territorial
  • Ansiedade
  • Busca de atenção
  • A falta de um local adequado para a eliminação

Eliminação inadequada é inevitável em filhotes, especialmente antes de 12 semanas de idade. Cães mais velhos são outra história – muitos exigem sérias mudanças de comportamento para livrá-los do hábito, porque muitas vezes você deve alterar a sua percepção de si mesmo.

6. Pedindo

Implorar é um mau hábito, mas muitos proprietários de cães, infelizmente os incentivam. Isto pode conduzir a problemas digestivos e obesidade. Cães imploram porque eles adoram comida – mas sobras de comida não são guloseimas, e alimento em excesso não é amor! Sim, é difícil resistir a esse olhar de desejo, mas cedendo “só desta vez” cria um problema a longo prazo.

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7. Perseguição

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O desejo de um cão de perseguir as coisas em movimento é simplesmente uma demonstração de instinto predatório. Muitos cães vão perseguir outros animais, pessoas e carros. Tudo isso pode levar a resultados perigosos e devastadores! Enquanto você pode não ser capaz de impedir o seu cão de tentar perseguir, você pode tomar medidas para evitar o desastre.

  • Mantenha o seu cão em uma coleira todo o tempo durante os passeios
  • Treine seu cão para vir quando chamado
  • Tenha um apito na mão para chamar a atenção do seu cão.
  • Fique atento e preste atenção para possíveis gatilhos, como corredores e ciclistas.

Sua melhor chance de sucesso é manter a perseguição de ficar fora de controle. Treinamento dedicado ao longo da vida do seu cão irá ensiná-lo a focar sua atenção em você em primeiro lugar – antes de correr.

8. Pular nas pessoas

Filhotes saltam até chegar e cumprimentar suas mães. Mais tarde, eles podem saltar até ao cumprimentar as pessoas. Um cão saltitante pode ser irritante e até mesmo perigoso. Existem muitos métodos para parar o pular de um cão, mas nem todos serão bem sucedidos. Dar um salto muitas vezes é comportamento de procura por atenção, portanto, qualquer reconhecimento das ações do seu cão proporcionam uma recompensa! O melhor método: simplesmente virar as costas e ignorar seu cão. Não faça contato visual, fale ou toque o cão. Quando ele relaxar e permanecer ainda, com calma recompense-o. Não vai demorar muito para que seu cão receba a mensagem.

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9. Morder

Cães mordem por razões de instinto. Os filhotes de cachorro mordem e beliscam outros cães e pessoas, como um meio para explorar o ambiente e aprender o seu lugar no grupo. Os proprietários devem mostrar aos seus cãezinhos que abocanhar e morder não são aceitáveis ​​através do ensinamento da inibição da mordida . Além de comportamento de filhote de cachorro, a motivação para morder ou agarrar normalmente vem do seguinte:

  • Medo ou Defesa
  • Proteção da Propriedade
  • Dor ou Doença
  • Declaração de controle
  • Instinto predatório

Embora algumas raças sejam consideradas perigosas, criar legislação específica não é a melhor resposta. Os proprietários e os criadores são os únicos que podem ajudar a diminuir a tendência para qualquer tipo de cão a morder através de práticas de formação, socialização e reprodução adequadas.

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10. Agressão

Agressão nos cães é exibida por rosnado, grunhindo, mostrando os dentes, atacando e mordendo. É importante saber que qualquer cão tem o potencial de tornar-se agressivo, independentemente da raça ou história. No entanto, os cães com históricos violentos ou abusivos e aqueles criados a partir de cães com tendências agressivas são muito mais propensos a apresentar um comportamento agressivo para com as pessoas ou outros cães. As razões para a agressão são basicamente as mesmas que as razões de um cachorro que vai morder ou agarrar, mas a agressão canina global é um problema muito mais grave. Se seu cão tem tendências agressivas, consulte o seu veterinário primeiro – pode resultar de um problema de saúde. Em seguida, procure a ajuda de um terapeuta comportamental de cães experiente. Devem ser tomadas medidas sérias para manter os outros a salvo de cães agressivos!

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Fonte: About

Senso de justiça nos animais: Macacos e cães julgam os humanos pelo modo como tratam os outros

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Os cães evoluíram para serem extremamente sensíveis ao nosso comportamento.
SolStock/Getty

 Seja gentil – ou seu cão poderá julgá-lo! Animais de estimação e macacos demonstram preferência por pessoas que ajudam os outros, e isto pode explicar as origens de nosso senso de moralidade.

Estudos envolvendo bebês demonstraram previamente que com 1 ano de idade, os humanos já estão prontos para julgarem as pessoas pelo modo como elas interagem. Isto levou a sugestões de que crianças têm um tipo de moralidade inata que antecede o fato de serem ensinadas a como se comportar.

O Psicólogo comparativo, James Anderson, na Universidade de Kyoto e seus colegas imaginaram se outras espécies fariam avaliações deste tipo de forma similar.

Eles começaram por testar se macacos prego poderiam demonstrar preferência por pessoas que ajudam os outros. Os macacos viam um ator ter muita dificuldade para abrir um pote com um brinquedo dentro.

Então este ator apresentava o pote para um segundo ator, que poderia tanto ajudar ou recusar-se a ajudar a abrir.

Na sequência, ambos os atores ofereciam comida ao macaco, e o macaco escolhia qual oferta aceitar.

Quando o companheiro foi solícito, e ajudou, o macaco não demonstrou preferência entre aceitar a recompensa de quem estava lutando para abrir o pote ou do ajudante. Mas quando o companheiro se recusou a ajudar, o macaco preferiu na maioria das vezes aceitar a comida de quem estava com dificuldades, lutando para abrir o pote.

Jogando bola

O time também investigou as atitudes dos macacos prego frente à justiça. Neste teste, dois atores começavam com 3 bolas cada. O ator A requisitava bolas do ator B, que lhe entregava 3 bolas.

Então o ator B requisitava bolas do ator A, e o A poderia devolver as 3 bolas ou nenhuma bola. Por último, ambos atores ofereciam ao macaco uma recompensa assim como anteriormente.

Os macacos não tiveram preferência quando o ator A devolvia as 3 bolas, mas escolhiam o ator B mais frequentemente quando o A não devolvia as bolas.

Finalmente, os pesquisadores testaram se os cães preferiam pessoas que ajudavam seu tutor. Cada tutor tentava abrir um pote e então o apresentava a um dos dois atores.

Este ator poderia ajudar ou recusar-se a ajudar, enquanto o outros ator permanecia neutro, passivo. Então os dois atores ofereciam ao cão uma recompensa e ele escolhia entre eles.

Os cães não demonstraram preferência quando o primeiro ator ajudava seu tutor, mas escolhiam com maior frequência o ator passivo se o primeiro ator se recusasse a ajudar.

Resposta Emocional

Anderson pensa que os resultados demonstram que os macacos e os cães fazem avaliações sociais de uma forma similar ao modo que os bebês humanos. “Se alguém está se comportando antissocialmente, eles provavelmente terminarão com algum tipo de reação emocional a ele.”, diz Anderson.

Macacos na natureza são mais propensos a utilizar processos similares para decidir com quais membros de seu grupo eles podem cooperar, diz o primatologista Frans de Waal, da Unversidade de Emory na Georgia, EUA, que já escreveu sobre as origens da moralidade.

“A probabilidade é que se estes animais podem detectar tendências cooperativas em atores humanos, eles podem também fazê-lo com seus colegas primatas”, diz ele.

A longa relação dos cães com os humanos significa que eles evoluíram para serem extremamente sensíveis ao nosso comportamento – não apenas ao dos próprios cães, mas também ao de outros humanos.

E nosso próprio senso de moralidade pode até mesmo ter suas raízes neste tipo de avaliações primitivas dos outros.

“Eu acho que nos humanos, pode haver esta sensibilidade básica ao comportamento antissocial nos outros. Então, através do crescimento, ganho de cultura e aprendizagem, se desenvolve em um senso de moralidade pleno”, diz Anderson.

A capacidade de fazer avaliações dos outros poderia ajudar a estabilizar sistemas sociais complexos, capacitando indivíduos a excluírem parceiros sociais ruins, diz Kiley Hamlin da Universidade da Columbia Britânica no Canada. ” Esta exclusão não apenas significa que os indivíduos que fazem avaliações sociais podem eles mesmos evitar interações sociais prejudiciais, mas também pode servir para desencorajar indivíduos de se comportarem mal em primeiro lugar, pois presume-se que eles não querem ser excluídos do sistema social.”, diz ela.

De Waal ve uma forte ligação entre moralidade e reputação: ” A moralidade humana é muito mais baseada na construção de reputação, pois por quê você tentaria ser bom se ninguém se importa? Eu não acho que você possa concluir que isto torna os macacos seres morais, mas “pontuação de imagem”, assim como a construção de reputação é muitas vezes chamada, promove um importante mecanismo chave.”

Tradução livre por Helena Truksa

Bióloga Especialista em Comportamento Animal

 

Journal reference: Neuroscience & Biobehavioral Reviews, DOI: 10.1016/j.neubiorev.2017.01.003 | Versão orignal em inglês: https://goo.gl/u29ehT

 

Sobre o uso das coleiras enforcadoras em cães

Infelizmente ainda é muito comum vermos profissionais ensinando a utilizar este tipo de equipamento para os cães a não puxarem a guia. Eles utilizam uma metodologia ultrapassada que tem como base punir os comportamentos indesejados para eliminá-los, o objetivo das coleiras enforcadoras é o cão associar o puxar a guia aos trancos. Esses trancos além de incômodos e doloridos podem causar problemas de saúde ao cão, como o aumento da pressão intraocular, colapso de traqueia e até mesmo lesões neurológicas.

Treinamentos baseados em reforço positivo não utilizam qualquer forma de intimidação física ou psicológica, são mais eficazes e não causam danos à saúde do cão. Conheça o adestramento positivo e eduque seu cão com carinho e respeito!

 

Curso Comportamento de Cães e Gatos na FMVZ – USP

Recentemente, Helena Truksa foi convidada a ministrar uma palestra no CURSO COMPORTAMENTO CANINO E FELINO, sediado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo FMVZ – USP.

O curso foi organizado pela empenhada equipe do GEBEA (Grupo de Estudos de Bem-estar Animal), da mesma Universidade e o público alvo era composto por estudantes e formados em veterinária, adestradores, profissionais da área da saúde e público em geral.

Palestra “Ansiedade e Transtornos Compulsivos em Animais de Estimação”

cachorro ou lobo

Convite a uma reflexão: Você é o líder ou pai/mãe do seu cão?

Temos dois principais tipos de tutores de cães, aqueles que tratam o cão como um lobo doméstico e assumem o papel de “líder da matilha”, e os que tratam seus cães como filhos peludos e com quatro patas. Mas afinal quem está certo? Para responder esta questão o convido para uma reflexão em cima desta leitura onde abordarei a teoria da dominância e as bases do relacionamento do cão com o ser humano.

Sobre a teoria da dominância:

“Os lobos formam grupos baseados em uma hierarquia estruturada e competem para se tornar o ‘alfa’. Afirmam sua dominância sobre outros lobos de forma agressiva sempre visando garantir o melhor para o bando. Os cães por descenderem dos lobos, portanto, irão fazer o mesmo. Mesmo que o cachorro viva com humanos, ele deverá sempre ser um membro de uma matilha, por isso o tutor e sua família têm que ter a “posição” mais elevada do que a do cachorro para ter o respeito dele”.  Tais afirmações são amplamente difundidas em diversos livros de adestramento e até programas de televisão! O que há de errado nestas afirmações? Tudo!

20150421_182632 (2)Primeiramente gostaria de esclarecer que é comum dentro da etologia o estudo por comparação entre espécies semelhantes, mas isto não quer dizer que seja a única nem a mais eficaz. Somos geneticamente muito semelhantes aos gorilas, chipanzés e bonobos, o que não faz automaticamente nos comportarmos igual a eles! Muito do material disponível sobre o comportamento lupino é baseado em estudos feitos com lobos em cativeiro. Diversos exemplares capturados da natureza ou cedidos por zoológicos foram mantidos em um determinado espaço obrigando-os a competir pelos recursos, algo que costumo comparar ao reality show Big Brother, onde diversas pessoas são confinadas em uma casa para competir pelo prêmio.

Limitados dentro deste espaço manipulado e organizado pelos pesquisadores os lobos não expressaram seus comportamentos naturais. Diante daquele ambiente artificial e muito estressante os animais passaram a apresentar diversas anomalias de comportamento, como por exemplo, a promiscuidade. Estudos recentes, com tecnologias como o rastreamento por GPS, permitiram estudar o lobo em seu habitat natural e descobrirmos que a matilha nada mais é do que uma família onde os filhotes mais velhos ajudam os pais na criação dos irmãos mais novos. Os lobos são fiéis, formam casais para toda a vida e os filhotes os acompanham e auxiliam até atingirem a maturidade, por volta dos dois anos, quando se afastam do grupo para procurar um parceiro e constituir sua própria família.

Essa estrutura é muito parecida com as famílias humanas e não são firmadas pela força física como se concluiu equivocadamente nos estudos anteriores. Para resumir a confusão feita, além de no ambiente artificial terem criado uma situação onde não foi possível compreender o comportamento dos próprios lobos, ainda o projetaram nos cães apenas por serem geneticamente muito próximos.

A domesticação separou cães e lobos de seu ancestral comum há pelo menos 15 mil anos, o que alterou muito o comportamento deles em razão da adaptação ao convívio com a nossa espécie. O processo de domesticação alterou tanto os cães que eles não são capazes de formar grupos estáveis nem sobreviverem sem o auxílio do ser humano. Atualmente temos muitos cães que não sabem nem ao menos se comunicar com outros cães, grande maioria porque são separados precocemente da mãe e dos irmãos justamente na fase de seu desenvolvimento assimilaria a identificação com a sua espécie.Tente imaginar os efeitos de milênios de domesticação somados a demais fatores como este! Nunca ouviu ninguém dizer que o seu cão parece pensar que é gente?

Pois é, talvez em meio a toda essa confusão ele possa achar mesmo! Mas a comunicação dos cães e socialização interespecífica são um tema que necessitaria de outro texto para poder deixar o assunto bem claro (inclusive anotei como sugestão de tema para uma próxima oportunidade). Enfim, lobos e cães são espécies diferentes e apresentarem comportamentos diferentes, portanto não devemos tratar nossos cães como lobos domesticados, ainda mais se baseados em uma teoria que já é equivocada sobre o comportamento dos próprios lobos!

Sobre tratar os cães como crianças:

Se você leu o texto até aqui já deve ter entendido que cães não são lobos e não existe este conceito de líder de matilha, mas assim como os cães não são lobos domésticos eles também não são crianças peludas e com quatro patas. A lupinização e humanização são dois dos principais fatores que resultam nos problemas comportamentais que sou chamada para ajudar os tutores a solucionar.  Precisamos a partir de aqui deixar bem claro que lobos são lobos, crianças são humanos e cães são cães.

Estudos científicos recentes apontam através de testes utilizando ressonância magnética que os cães possuem emoções e ativam durante o contato com seus tutores a mesma parte do cérebro que ativam com a mãe quando filhotes. Estudos realizados em humanos chegaram a mesma conclusão, ainda amparados por exames de sangue indicando a produção de oxitocina (conhecido como o hormônio do amor, o mesmo produzido durante pela mãe durante a gestação e responsável por gerar o vínculo com o bebê). Quem convive com cães percebe que há muito amor envolvido e a ciência apenas comprovou o que todo “cachorreiro” já sabia, mas isso não faz com que os cães deixem de ser cães e se tornem pessoas peludas e de quatro patas!

Os cães apesar de todo o processo de domesticação ainda têm necessidades diferentes dos seres humanos e estas são diretamente relacionadas a sua saúde e bem-estar. Cães humanizados sofrem por não poderem expressar seus comportamentos naturais e são frequentemente cobrados de seus tutores como se fossem capazes de um entendimento pertencente exclusivamente aos seres humanos. Quem nunca ouviu algum tutor afirmar que seu cão sabe que fez coisa errada porque percebe que ele se sente culpado depois de aprontar? Quem nunca ouviu alguém reclamar que seu cão é ingrato porque lhe mordeu quando foi tirar-lhe um alimento inadequado da boca? Quem nunca ouviu a afirmativa de que seu cão é muito feliz porque dorme o dia todo as únicas preocupações são comer e dar uma voltinha na quadra para fazer o xixi? Projetamos expectativas demais em nossos cães quando os humanizamos e acabamos por julgá-los equivocadamente. A maioria dos cães domésticos vive em um limbo entre as espécies canina e humana, de forma que não conseguem se comunicar bem com nenhuma das duas. Ter projetado em cima de si expectativas muito maiores do que a sua capacidade te parece algo agradável? Os cães não entendem o porquê estamos frustrados com eles, mas sofrem com nossas reações em relação a eles devido a estas frustrações. Não te parece uma carga muito pesada?

Já vi casos de cães que não saem para passear sem ser no colo ou em carrinhos e bolsas, não podem pisar na grama porque usam sapatinhos e até que passaram muito mal após comerem o delicioso ovo de chocolate que ganharam de presente na Páscoa (chocolate é extremanete tóxico para cães!). Precisamos refletir sobre esse amor, pois se amamos nossos cães devemos aceitá-los como realmente são e não tentar fazer deles caricaturas humanas. Que “graça” tem tirar do cão justamente o que ele tem de mais maravilhoso? O que cativa nos cães é serem tão diferente das pessoas, não julgarem pelas aparências, viverem no presente, demonstrarem seus sentimentos sem medo e sua espontaneidade, dentre tantas outras qualidades!

Os cães urbanos além de passarem muitas horas sozinhos são mantidos em algum nível de privação física e sensorial, o que causa depressão e problemas de comportamento e de saúde. Um cão feliz é aquele que consegue ter satisfeitas as necessidades naturais de sua espécie e raça. Além dos cuidados básicos como alimentação adequada e higiene (vacinas, vermífugos, pulgicida, banhos e etc), cães precisam de atividades físicas, mentais e sociais. Cães precisam correr na grama, rolar em coisas fedorentas (vale deixar apenas antes de entrar direto para o banho, ok!), perseguir passarinhos, latir, brincar com outros cães, cheiras as “partes” desses outros cães, experimentar sabores diferentes da ração que é servida todo dia ( consulte um veterinário para saber quais alimentos podem ser oferecidos e quais as quantidades ideais), enfim viverem de modo que possam expressar seus comportamentos naturais. Claro que temos limitações impostas pelos centros urbanos e pela rotina corrida, mas nossos cães merecem que lhes proporcionemos o mais próximo que consigamos chegar disto. Pesquise sobre comportamento e psicologia caninos, enriquecimento ambiental, se necessário, busque o auxílio de um comportamentalista, contrate um dog walker de confiança, para tudo tem um jeito quando se tem vontade! Ser pai ou mãe de cachorro é enfrentar o desafio de compreender uma outra espécie e respeitar sua natureza, se tornar um pouco cão e, consequentemente, uma pessoa melhor!

PS: também pretendo escrever sobre os temas “ a culpa que o cão demonstra quando descobrem suas artes” e enriquecimento ambiental, temas que abordei por cima neste texto e com certeza merecem uma atenção maior.

Festinhas de aniversário para cães: uma forma de carinho ou humanização?

Essa semana comemorei o aniversário de 1 ano da adoção da Brid, uma das minhas filhotas caninas. Desde meu primeiro cão, o Brown, comemoro os aniversários deles, pois o tempo com eles é muito curto para que não aproveitemos da forma mais intensa possível. Baseada nesse costume gostaria de hoje abordar o tema denominado “humanização”, que vem sendo amplamente discutido e muitas vezes vejo opiniões equivocadas.

Tratar um cão como se fosse um ser humano é tão prejudicial quanto tratar como se fosse um lobo ( recentemente denominado como “lobotização” ou “lupinização”). Humanos são humanos, cães são cães e lobos são lobos, espécies diferentes que tem cada uma a sua comunicação própria. A maioria dos casos de problemas comportamentais que atendo são decorrentes de falhas na comunicação interespecífica. Gostaria de destacar que muito do que “converso” com minhas cadelas e estas festas de aniversário são entendidas por elas de uma forma muito diferente da minha. Cães compreendem algumas palavras que falamos, mas se guiam principalmente pelo tom da voz e leitura corporal, então quando converso com elas sei que apenas estou demonstrando afeto e elas compreendem poucas das palavras que digo. É errado? Não! Desde que a pessoa tenha consciência do que ela está comunicando e como os cães entendem. Costumo dizer que na verdade estou suprindo uma necessidade da minha espécie, muito baseada no instinto materno, enquanto minhas cadelas entendem como afeto, reforço de vínculo.IMG-20150802-WA0019

Quanto as festinhas de aniversário, cães não tem essa noção de tempo, nem comemoram mais um ano de vida, mas adoram comer coisas gostosas, ganhar bastante atenção e brincar. As festinhas de aniversário são ocasiões super agradáveis para eles, embora não compreendam o significado. Já para nós é a comemoração de mais um ano ao lado de um ser tão querido por nós. Seu cão ficará magoado se não ganhar festinha no ano seguinte? Claro que não, mas com certeza ficará feliz quando ganhar a festinha, pois para ele é uma ocasião repleta de gostosuras, atenção e brincadeiras! A partir do momento que compreendemos como os cães veem o mundo nossa convivência se torna muito mais harmoniosa, pois conseguimos equilibrar as particularidades de cada espécie para convivermos harmoniosamente.

Adestradora Camila Vasconcellos
Adestramento Positivo e Terapia Comportamental para Cães.

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Um Cão em Harmonia é um Cão Feliz!

Que tal conviver com um cão em harmonia e feliz?

fotolia_10858188_XSA abordagem a seguir, é direcionada ao bem estar canino, que por sua vez é agente primordial na boa relação do animal com o ambiente que o cerca e consequentemente com todas as relações presentes em seu cotidiano.

É muito comum que se observe em panorama geral o comportamento do cão. Percebendo sinais de irritabilidade, agitação excessiva ou mesmo hostilidade com outros animais ou pessoas. No entanto, estes são comportamentos oriundos de uma série de contextos cotidianos, que a médio prazo podem se consolidar, tornando-se notáveis através das atitudes caninas para com o universo que o cerca.

Cão x Ambiente

Para uma relação harmônica entre o cão e o espaço aonde vive, as possibilidade passam longe de uma ótica limitada a estrutura física do local. O conforto canino tem muito mais ligação ao contexto vivenciado em determinado lugar do que com sua dimensão. Por isso, infelizmente não é incomum que tantos cães que habitam residenciais que contam com quintais enormes, estejam completamente infelizes e/ou apresentem desvios comportamentais, leves ou graves envolvendo compulsões.

Exemplos: Cães que perseguem a própria sombra, que mastigam obcecadamente a própria casinha, mordiscam o próprio corpo ou desenfreadamente persigam qualquer coisa ou ser que se movimente.

Para entender o que seu cão de fato necessita para uma convivência pacifica dentro de sua moradia, seja ela qual for, temos que estar atentos a sua interação com este local e com tudo o que o integra. Sendo de absoluta importância que haja uma dinâmica manutenção deste ambiente, pensada de forma a proporcionar que a mente do cão se nutra com cada espaço por ele ocupado. Possibilitando atividades físicas e principalmente intelectuais de pertencer a este meio, e dessa forma sentir-se em sintonia com ele.

Cão x Cão

Um cão que não se relaciona bem com o ambiente aonde vive/convive, não irá se relacionar bem com qualquer outro animal ou ser humano.

E mesmo que hajam diferentes apresentações dessa desarmonia, todas elas resultarão em uma só realidade, seja ela evidente a olho nu ou não: O desequilíbrio na socialização do cão.

E isso raramente se limitará a outros cães e animais. Pode hora outra se manifestar em hábitos ou atitudes indesejáveis por parte do cão, para com tudo o que fizer parte de seu dia a dia. O que incluí as pessoas, demais animais e todo o cenário que compõe sua rotina.

Se conseguirmos atender as necessidades individuais de um cão, damos o primeiro passo para apresenta-lo de forma pacifica a qualquer novo estímulo ou interação. Em outra oportunidade, pretendo abordar com maior enfoque tal contexto.

Considerações importantes:

Para oportunizar ao nosso companheiro canino pleno bem estar, é muito necessário ir além do conhecimento a cerca de sua espécie, é fundamental que haja atenção as características individuais do cão em questão.

Para que ocorra estabilidade, o nível de energia do animal precisa estar em compatibilidade com a intensidade de atividades por ele realizadas. Algo que para alguns cães, se torna quase impraticável suprir com uma rotina doméstica comum. Tendo em vista que a espécie canina, possuí nata capacidade de manter-se em atividade com pleno vigor e tenacidade por longos períodos, se isso estiver associado a um cão de temperamento hiperativo, é lógico que muito deverá ser adaptado para que suas necessidades de gasto energético sejam atendidas de forma satisfatória.

As diferenças entre um cão e outro não são meramente físicas e comportamentais, estas diferenças tem relação precisamente com as necessidades individuais de cada cão. E é a partir dessas diferenças que se torna possível compreender o que é preciso para estruturar uma rotina capaz de proporcionar real bem estar a este animal. Pois intimamente ligada a todos os aspectos comportamentais do cão, está o nível de relaxamento no qual sua mente se encontra. Um cão frustrado, entediado, amedrontado, ansioso ou mesmo entristecido, será um cão que certamente não demonstrará uma relação agradável com o ambiente e/ou como aqueles que compõe o ambiente.

Evidentemente existem muitos outros fatores capazes de influenciar a desarmonia do cão no ambiente em que vive. No entanto, para identificar corretamente a particularidade de cada situação é recomendável buscar ajuda de um profissional em comportamento canino, confiável, que trabalhe com métodos atualizados em sua cidade.

Guarda Responsável – Parte 2: Em Ação…

Depois de refletir um pouco mais a respeito do assunto, é hora de entender o que de fato cabe a cada um de nós exercer como tutores e cidadãos.

É natural do comportamento e dos instintos caninos, buscar por atividades enraizadas a sua essência. Assim como; a caça, a reprodução e comportamentos relativos ao trabalho que naturalmente estariam realizando se não estivessem conosco.

A partir disso, também é comum que busquem formas de executar isso em ambiente doméstico. O que pode por muitas vezes se tornar inconveniente e até mesmo perigoso.

presp2E é nessa hora que precisamos assumir o papel de responsabilidade por aquilo que foi por nossa espécie cativado, desde o momento em que nossos antepassados domesticaram caninos impondo tantas alterações e adaptações as suas rotinas.

Certamente não podemos e nem mesmo devemos impedir os cães de agirem como cães. Todavia é de nossa total competência oferecer-lhes alternativas e possibilitar-lhes melhor convivência com este ambiente pouco familiarizado as suas ações e necessidades.

Um bom exemplo daquilo que podemos fazer por um cão, é atenuar sua frustração. Proporcionando-lhe muito além de mantê-lo em ambiente seguro, oferecer água fresca, boa alimentação, saúde em dia e carinho, doses diárias de exercícios e interações motivadoras. Que impulsionem seu interesse e estimulem sua energia física e mental.

Outro excelente benefício completamente acessível para reduzir a frustração e excitação excessiva dos cães (pets), é optar pela castração. Evitando assim, estímulos que propiciam fugas, agressividade com pessoas e com outros animais. Além de ser altamente recomendado pela medicina veterinária como ônus para uma vida mais longa e saudável.

Que tipo de exercícios ou estímulos posso proporcionar ao meu cão?

Repito que os cães, são animais altamente vigorosos por essência. Com isso, estão habilitados a caminhar por muitas horas e percorrer longas distâncias utilizando e exercitando naturalmente todos os seus sentidos. Por isso, uma das principais formas de atividade que podemos introduzir a rotina dos nossos cães é a caminhada diária.

Independente do espaço físico que esse cão venha a ter em ambiente doméstico, essa prática é essencial para seu bem estar integral.

Sempre levando em consideração o grau de atividade de cada cão, respeitando seus limites físicos e temperamentais, essa é sem dúvida uma excelente conduta, além de ser uma forma muito rica de interação entre cão e tutor.

Lembrando que também é fator ouro da guarda responsável, é utilizar métodos seguros e agradáveis na hora de caminhar com nossos cães.

Uma guia firme de tamanho médio , a coleira adequada ao porte e comportamento do animal, tal como a identificação e higienização do mesmo, são algumas das principais atitudes que devemos tomar quando compartilhamos com nossos cães esses momentos tão importantes e úteis para suas e para as nossas vidas.

Um pouco mais adiante no aspecto estímulo, existem também maneiras de fornecer ao cão melhor aproveitamento ambiental. Ativando sua mente e canalizando toda a sua energia através de atividades e brincadeiras que se assemelham bastante as ações que ele poderia exercer em ambiente natural.

Exemplos disso?

Hoje existe no mercado pet, inúmeras ferramentas que produzem tal experiência. Como os quebra-cabeças caninos, brinquedos inteligentes, recheáveis e muitos outros itens de extremo proveito na aproximação do cão doméstico a suas origens e ao suprimento de suas autênticas necessidades. Porém, infelizmente esta ainda não é uma possibilidade financeiramente acessível a todos. O que assim mesmo não impede que usemos de nossa capacidade criativa para buscar interações semelhantes com aquilo que temos em mãos.

Uma garrafa pet, por exemplo, pode se transformar em um brinquedo recheável (devidamente removidas; toda a estrutura da tampa, tampa e rótulo). Assim como uma simples caixa de sapatos pode se transformar em um quebra-cabeças e um pedaçinho do quintal pode virar um labirinto de caça. Tudo depende da nossa determinação em materializar o conhecimento adquirido em benefício dos nossos tão queridos animais de estimação.

Em situação normal, um cão saudável, bem assistido, que possuí alimentação de qualidade, socialização e afeto, é um cão feliz e que nãooferece qualquer incomodo aos tutores e a sociedade.

Portanto, guarda responsável é tudo aquilo que praticamos de forma coerente e disciplinada com o propósito de oferecer uma vida digna ao animal que escolhemos trazer para junto de nós.

Lutar pela expansão dessa conduta, é sem dúvida a mais viável forma de tornar cada vez mais raras as pequenas cenas diárias de extinção que assistimos quando encontramos um cão faminto, doente, fétito, maltratado ou mesmo sem vida na beira de uma rua ou avenida.

Assim como a desenfreada proliferação de cães errantes, cães ‘destrutivos’, ou mesmo cães capazes de comprometer a segurança de pessoas e outros animais.

Quando por qualquer motivo, não nos vemos em situação que viabilize tais ajustes em nosso cotidiano, talvez devamos considerar a atual impossibilidade de introduzir um novo ser a nossa vida.

O que para muitos, pode parecer radical, mas certamente é uma escolha consciente e harmonizada. Que desenvolverá maior compreensão e capacidade de quem sabe em um futuro, de médio a longo prazo, tornar tal opção mais oportuna e proveitosa.

Somente entendendo a dimensão da decisão de manter um animal sob nossos cuidados é possível desfrutar dos tantos aprendizados que a espécie canina pode nos oferecer e ser verdadeiramente feliz por viver essa experiência que é tão intensa e única.

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